Confira está lista de filmes e animações para ver e refletir sobre a cultura e a luta dos povos originários no Brasil

Nesta sexta-feira (19 de abril) se comemora o Dia dos Povos Indígenas, uma data comemorativa para as culturas indígenas do Brasil e lembrar da violência física e cultural que os povos originários sofrem até hoje. Antes, a data era conhecida como “Dia do Índio”, mas teve seu nome alterado em 2022 por conta do nome incentivar estereótipos e preconceitos, alimentando a discriminação sobre pessoas indígenas.

A luta por reconhecimento de terras, direitos individuais e contra o desmatamento das florestas destacam a atuação dos povos originários em nossa cultura, ao mesmo tempo também estão presentes em nossas comemorações, em nossos hábitos, na culinária e até em nossa língua. Além disso, muitos filmes foram feitos a partir da temática dos povos indígenas. O Conecta Geek preparou uma lista de filmes para ver e refletir no Dia dos Povos Indígenas.

XINGU

O primeiro filme desta lista, Xingu, conta a história da formação do Parque Indígena do Xingu pelo trabalho dos irmãos Villas-Bôas. Enquanto explorando a região Brasil Central, o trio de irmãos entram em contato com aldeias indígenas e estabelecem uma ponte entre elas e o governo brasileiro. Depois de anos na presença dos povos originários, eles propõem a criação de um parque ecológico e reserva indígena no Xingu como uma solução para proteger as aldeias e suas culturas, porém ainda cometendo erros na execução do parque e com a própria população indígena.

A produção de Xingu demorou dez meses no Tocantis e no Parque Indígena do Xingu, enquanto algumas cenas também foram gravadas na Reserva de Morro Grande, em São Paulo. Cao Hamburguer (“O Ano em que meus pais saíram de férias“), diretor do filme, disse que a experiência de gravar no Xingu mudou sua visão sobre os povos indígenas. No elenco, João Miguel (“Estômago“), Felipe Camargo (“Som e Fúria”) e Caio Blat (“Bróder”) fazem Claudio Villas-Bôas, Orlando Villas-Bôas e Leonardo Villas-Bôas, respectivamente. Xingu está disponível na Netflix

Uma História de Amor e Furia

A animação brasileira Uma História de Amor e Fúria conta a jornada de um guerreiro imortal indígena por diferentes épocas da história brasileira para encontrar sua amada, Janaína. Passando pela vinda dos portugueses, o Brasil Império, a ditadura militar e até uma versão futurista do Brasil, o protagonista luta contra as injustiças a cada reencarnação, contando mais sobre a torbulenta história de nosso país. Com a animação em traços de HQ, o filme mantém um tom de ambiguidade com cenas coloridas, como a beleza da flora brasileira, e temas sombrios, como escravidão e estupro.

Luiz Bolognesi, diretor do filme, quis combinar suas duas paixões em HQs e a história do Brasil em uma peça só. A caracterização também pega inspirações de desenhos japoneses e sul-coreanos, com sua produção ter sido feita, em boa parte, a lápis sobre papel. Selton Mello (“O Auto da Compadecida“) faz o Guerreiro Imortal e Camila Pitanga (“Atlantis – O Reino Perdido“) faz Janaína. Uma História de Amor e Fúria está disponível na Netflix.

A Febre

Um filme narra a história de Justínio, um indígena que migrou ainda jovem para a cidade de Manaus. Aos 45 anos, o personagem trabalha na segurança do porto local da cidade e está com sentindo uma febre misteriosa. Além disso, passa por sonhos estranhos e inexplicáveis. Com os relatos de ataques de um animal desconhecido, Justínio pode ter a respostas que busca para seu estado de fraqueza e insegurança.

Com uma pegada mais de drama e suspense, A Febre explora as especificidades culturais dos povos originários comparando com a cultura ocidental. Maya Da-Rin (“Versão Francesa“) procura mostra as pecularidades de um personagem indígena nesta trama ficcional invés de retratá-lo por seu viés histórico. A produção do filme é marjoritariamente de Manaus e foi filmado na Região Metropolitana de Manaus durante sete semanas. O filme está disponível na Globoplay

A Última Floresta

O documentário ficcional A Última Floresta retrata a luta do povo Yanomami em preservar suas vidas e costumes da devastação do homem branco. O xamã Davi Kopenawa Yanomani tenta manter vivos os espíritos da floresta e as tradições, enquanto a chegada de garimpeiros traz morte e doenças para sua aldeia. Uma obra com olhar urgente pela proteção aos povos originários, o documentário deixa explícito o perigo da exploração ilegal na região a floresta amazônica e aos povos originários.

Também produzido por Luiz Bolognesi, o filme é baseado no livro A Queda do Céu – Palavras de um Xamã Yanomami do antropólogo Bruce Albert, focando nas vivências e tradições do povo yanomami e suas lutas pela sobrevivência contra as múltiplas ameaças representadas pelo homem branco, reconstruídas principalmente através das falas de Kopenawa, que é o personagem central do livro e do filme. O filme está disponível na Netflix

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