Tomba! é um dos dois jogos que a Whoopee Camp desenvolveu (o outro sendo Tomba 2) e, apesar de ser extremamente nichado, é um jogo que marcou muito quem teve a chance de jogá-lo na época de ouro do PlayStation 1.
Um jogo de plataforma cheio de carisma, repleto de side-quests (ou eventos) e um dos primeiros a usar o estilo 2.5D (isso se ele não for o primeiro!) que, apesar de ser um clássico plataforma 2D, introduz cenários e um mapa totalmente tridimensional, que é um dos aspectos mais chamativos dele.
Ele foi relançado no começo de agosto pela Limited Run Games – que é famosa por fazer ports de jogos clássicos e revendê-los em formato físico para plataformas mais novas – para PlayStation 5, Nintendo Switch, e PC na Steam, e muito curiosamente não saiu para PlayStation 4.
Novidades não tão quentes assim
Esse relançamento de Tomba infelizmente não nos trouxe nenhuma novidade significativa além de algumas funcionalidades novas (que vemos muito em emuladores), como a possibilidade de salvar em qualquer lugar, um “rewind” para voltar instantes no jogo, um filtro para emular CRTs, além dos troféus no PlayStation 5, mas nada impressionante, infelizmente.
A maior novidade nesse relançamento fica a cargo dos extras e da trilha sonora. A trilha sonora foi refeita e está com qualidade muito superior, apesar de não mudar a composição original. Já nos extras, temos as artes conceituais do jogo e entrevistas recentes com os responsáveis por Tomba, e é muito interessante ver como ele foi concebido e toda a ideia em geral. Também é ótimo ver que os desenvolvedores têm um enorme carinho por Tomba.
Enredo simples e charmoso
A história do jogo é simples: um grupo de porcos do mal, chamados de… Evil Pigs (ou Koma Pigs, se preferir). Esses Evil Pigs invadiram essas terras e jogaram maldições em cada canto desse lugar. O caminho deles, por sorte, se cruza com Tomba – que é o típico hominho das cavernas no pique de Wonder Boy, a diferença é que o Tomba tem cabelo rosa e é extremamente selvagem – e, num confronto com uns porquinhos, ele tem o seu querido bracelete roubado, que era herança de seu avô. Tomba então os persegue para recuperar o que era dele, iniciando a sua jornada.
Plataforming clássico, mas não tão clássico assim
Em gameplay, nada mudou além da opção de poder voltar as suas ações numa feature de “Rewind” e poder dar auto-save em qualquer lugar, mas não desmerecendo a gameplay, que é muito boa como platforming. Contudo,nenhuma melhoria significativa foi adicionada, então, se você já conhecia o jogo, vai estar em mares conhecidos.
Para quem não conhece Tomba!, o jogo é um típico platforming normal: ele tem um pulo com um ótimo peso, apesar de ser um pouco “floaty” demais; ele flutua um pouco na hora do pulo, o que pode complicar quando o jogador escolhe um lugar para pousar.
Já os ataques do jogo consistem em uma arma, um blackjack e outras coisas que o jogador eventualmente vai adquirir, como o bumerangue, o gancho, as pedras elementais etc. O pulo de Tomba também é um método de ataque, já que quando ele pousa na cabeça do inimigo (no clássico estilo do Mario), ele agarra o inimigo, arremessando-o para onde o player desejar. Isso não é só uma das melhores formas de ataque, como também é utilizado em platforming, em que o jogador vai precisar utilizar essa técnica para alcançar alguns lugares. Assim, é um gameplay simples, mas muito bom.
A Complexa Exploração de Tomba
O ponto alto de Tomba é a sua exploração. O mapa é bem grandinho, interconectado e cheio de atalhos que facilitam o backtracking dos jogadores, já que, como o jogo é focado nas resoluções de eventos, o jogador vai voltar bastante em lugares conhecidos, abrir mais passagens nesses lugares e descobrir mais segredos neles de uma forma que não é cansativa, mas que instiga bastante a curiosidade e o mistério desse mundo – mais ou menos no estilo de Dark Souls 1, para se ter uma referência.
Um dos pontos fortes aqui é derrotar o Evil Pig atrelado ao mapa e tirar a maldição do lugar. O mapa muda drasticamente o visual e abre uma margem para novos eventos acontecerem – e isso é um dos melhores sensos de progressão que um jogo desse tipo pode ter, já que você vai ver bastante os mesmos lugares e se familiarizar com eles.
Trilha e efeitos sonoros mais ou menos do jeito que você se lembra
Se estamos falando de grandes novidades, estamos falando estritamente da trilha sonora: ela teve uma leve atualização nas composições, mas não foi drasticamente alterada.
A trilha sonora é praticamente a mesma: você vai ouvir um ou outro instrumento diferente do clássico, mas também sem nenhuma alteração drástica. Já os efeitos sonoros não tiveram absolutamente nenhuma mudança, o que é bom, pois eles são ótimos.
Conclusões Finais:
Tomba! Special Edition infelizmente não fez nada demais com o jogo base. Por um lado, é muito bom ter apenas um relançamento singelo do jogo clássico, mas havia margem para melhorias na qualidade de vida do jogo (e até corrigir alguns bugs do original).
As entrevistas, além de ter a possibilidade de ver as concept arts de Tomba!, são de longe a melhor coisa aqui. Não sei vocês sabem, mas eu me amarro nesse tipo de conteúdo, principalmente porque eu acho que ele é bem inspirador. No mais, foi ótimo ter a chance de rejogar esse clássico underrated. Se não fosse Mario 64, Tomba! provavelmente seria meu platforming favorito.
No mais, essa é uma boa versão para se jogar se você estiver curioso ou não puder jogar Tomba! nativamente em seu console de origem. Assim, essa é uma boa escolha para dar uma olhada.
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