Você já imaginou andar de carro voador, como nos filmes de ficção científica? Em 1989, De Volta para o Futuro 2 nos apresentou o conceito de carros voadores e hoverboards, que pareciam coisa do futuro. Agora, em 2024, a pergunta ainda persiste: será que podemos, de fato, criar esses veículos flutuantes? De acordo com cientistas, a resposta é possível, mas com desafios significativos.
A ciência por trás da levitação
A ideia de levitar objetos não é nova, mas os avanços recentes podem nos aproximar dessa realidade. Pesquisadores da Universidade Técnica da Dinamarca (DTU) fizeram uma descoberta interessante. Usando uma ferramenta comum, a Dremel, eles conseguiram fazer um ímã flutuar no ar. O experimento foi baseado em uma pesquisa anterior de Hamdi Ucar, que, em 2021, publicou um estudo mostrando que era possível manipular ímãs de maneira a levitá-los.
Rasmus Bjørk, professor da DTU, inicialmente duvidou da pesquisa de Ucar. “Eu pensei que era algo pouco plausível, mas então um colega me mostrou o canal de YouTube do Ucar, e vi que ele estava realmente fazendo isso”, explicou Bjørk à Inverse.
O canal tem centenas de vídeos mostrando objetos levitando, como cascas de ovos e rolamentos, usando apenas ímãs e uma ferramenta simples.
Como funciona a levitação?
A levitação acontece porque ímãs com polos opostos se atraem e polos iguais se repelem. A ferramenta Dremel usa um ímã que gira rapidamente, criando uma força que mantém o ímã flutuando. O movimento contínuo impede que o ímã caia devido à gravidade, como um pião que não tomba enquanto gira. No entanto, o processo precisa de uma configuração precisa: o ímã precisa girar rápido o suficiente e manter o alinhamento correto com o ímã da Dremel para garantir a levitação.
Joachim Hermansen, doutorando da DTU, explicou que a chave para o sucesso do experimento é o equilíbrio da energia gerada pela Dremel, que cria forças de repulsão e atração para manter o ímã flutuando.
E Quanto aos carros voadores?
Embora a levitação de pequenos objetos seja promissora, os desafios aumentam quando tentamos aplicar a mesma tecnologia em objetos maiores, como hoverboards ou carros voadores que vemos no filme. Segundo os cientistas, objetos maiores não precisam de uma rotação tão rápida para levitar, mas o peso e a gravidade dificultam o processo. Quanto maior o objeto, mais difícil é mantê-lo no ar.
“Com objetos pesados, como um carro, a levitação se torna muito mais instável”, explicou Frederik Laust Durhuus, também doutorando na DTU. Ele acredita que a tecnologia pode ser útil para manipular objetos leves de forma eficiente, mas não para transportar pessoas ou veículos.
Além disso, para que os objetos flutuem acima de uma estrada, seria necessário pavimentar as ruas com materiais magnéticos, o que traz complicações, como efeitos indesejados em outros dispositivos eletrônicos ou metais próximos.
O Futuro da Levitação
Embora ainda não estejamos prontos para ver hoverboards e carros voadores no dia a dia, a pesquisa sobre levitação magnética está avançando. “Se entendermos melhor esses fenômenos, quem sabe no futuro possamos criar algo que realmente flutue de forma prática”, finaliza Bjørk. No entanto, ele alertou que ainda é necessário muito mais estudo para aprimorar a tecnologia.
Por enquanto, o mais próximo que temos de um “carro flutuante” são os protótipos de veículos que utilizam sistemas de levitação magnética, mas com muitos desafios técnicos a serem superados.
Conclusão
A ficção científica de 1989 estava, de fato, certa em imaginar carros e hoverboards que levitam, mas os cientistas ainda têm um longo caminho a percorrer antes de transformá-los em realidade paupável. Os estudos mais recentes mostram que, enquanto a levitação de objetos pequenos é possível, aplicar isso em grande escala, como em veículos, exige mais tempo e inovação.
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