Jesse Eisenberg detona Mark Zuckerberg: 'não quero minha imagem associado a alguém assim'
A Rede Social/Reprodução

Jesse Eisenberg detona Mark Zuckerberg: ‘não quero minha imagem associado a alguém assim’

Ator interpretou o bilionário no filme 'A Rede Social'

Jesse Eisenberg, conhecido por interpretar Mark Zuckerberg no filme “A Rede Social” (2010), afirmou que não quer mais ser associado ao CEO da Meta. Em entrevista ao programa Today, da BBC Radio 4, o ator criticou as decisões controversas do bilionário, especialmente as mudanças nas políticas de checagem de fatos e segurança nas plataformas da empresa.

Eu não tenho acompanhado a trajetória dele, em parte porque não quero me sentir conectado a alguém que está fazendo coisas problemáticas, disse.

“Não é como se eu tivesse interpretado um grande jogador de golfe e agora as pessoas achassem que eu sou um. É alguém que está removendo verificações de fatos e tornando a vida de pessoas já ameaçadas ainda mais difícil”, completou.

O ator, que está indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original por “A Verdadeira Dor”, filme que também dirigiu e estrelou ao lado de Kieran Culkin, destacou que sua preocupação vai além do papel que interpretou no cinema. Ele se disse alarmado como cidadão diante do impacto das decisões de Zuckerberg, especialmente após a Meta substituir seus sistemas de checagem de fatos no Facebook e Instagram por um modelo de “notas da comunidade”, semelhante ao adotado por Elon Musk no X (antigo Twitter).

Eisenberg citou ainda sua esposa, que leciona sobre justiça para pessoas com deficiência em Nova York, como exemplo de como as mudanças na Meta afetam diretamente grupos vulneráveis. “Ela trabalha com alunos que dependem de informações confiáveis, e essas mudanças tornam o ambiente digital mais hostil para eles”, explicou.

O ator também criticou o apoio financeiro de Zuckerberg a Donald Trump após a vitória do republicano nas eleições presidenciais dos EUA em 2024. A Meta doou US$ 1 milhão ao fundo inaugural de Trump, e o CEO compareceu à posse do ex-presidente. “Essas pessoas têm bilhões e bilhões de dólares, mais dinheiro do que qualquer um já acumulou na história. E o que estão fazendo com isso? Estão usando para ganhar favores de alguém que prega coisas odiosas”, questionou Eisenberg.

Apesar de ter sido catapultado para a fama mundial ao interpretar Zuckerberg, Eisenberg revelou que nunca conheceu o bilionário pessoalmente. Durante as filmagens de A Rede Social, ele chegou a ser aconselhado por produtores a não tentar um encontro com o CEO da Meta “por razões legais”.

Enquanto revisita suas memórias do papel que o consagrou, Eisenberg agora colhe os frutos de A Verdadeira Dor, um drama que acompanha dois primos em uma viagem à Polônia para homenagear a avó falecida. O filme também rendeu a Kieran Culkin uma indicação ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante.

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Resultado de uma experiência alquímica que envolvia gibis, discos e um projetor valvulado. Editor-chefe, crítico, roteirista, nortista e traficante cultural.