Há cinco anos, o PS4 recebia um dos maiores jogos da história dos videogames: The Last of Us Part II. A sequência do aclamado título da Naughty Dog dividiu opiniões por conta da narrativa ousada e das decisões envolvendo os personagens, mas, apesar disso, conquistou uma avalanche de prêmios e chegou a ser, por um tempo, um dos jogos mais premiados da história.
Avançando no tempo, em 2023, dez anos após o lançamento original de The Last of Us no PS3, tivemos o desastroso lançamento da versão de PC. Mal otimizada, repleta de bugs e problemas técnicos, a chegada do jogo ao PC foi tudo menos positiva. Mas agora, em abril de 2025, a história pode ser diferente: a Parte II finalmente chega ao PC novamente, agora nas mãos de outro estúdio — a Nixxes — e, dessa vez, tudo indica que o resultado será bem melhor.

The Last Of Us – Parte I
The Last of Us apresenta uma realidade pós-apocalíptica onde um fungo mutante devastou a civilização, transformando pessoas em criaturas agressivas e irracionais — com comportamento similar ao de zumbis, mas com um toque mais biológico. No entanto, o que realmente diferencia o jogo é o foco nas relações humanas, na ética (ou na ausência dela) e nos dilemas morais que surgem nesse novo mundo.
O enredo segue Joel e Ellie, dois sobreviventes que embarcam em uma jornada pelo país em busca de uma organização capaz de estudar a imunidade de Ellie. A garota parece ser a chave para desenvolver uma cura, já que é a única conhecida a resistir ao fungo. Essa relação complexa entre os dois — e as consequências de suas escolhas — também foi explorada na série da HBO.
The Last Of Us – Parte II
Na sequência, The Last of Us Part II, a trama se passa alguns anos depois. Ellie começa a desconfiar de que Joel mentiu sobre o que realmente aconteceu com os médicos e a possível cura. Agora vivendo em uma comunidade relativamente estável, os dois fazem parte de um esforço coletivo pela sobrevivência — com tarefas divididas entre proteger o perímetro, buscar recursos e mapear áreas ao redor.
Durante uma dessas missões externas, Ellie recebe a notícia de que Joel desapareceu. A partir daí, ela parte com uma amiga para descobrir o que aconteceu — e acaba se envolvendo com um grupo que representa uma ameaça direta à estabilidade da comunidade. A narrativa se aprofunda, tornando-se mais sombria, violenta e emocionalmente carregada, explorando com mais intensidade os efeitos do trauma, da vingança e da perda.

Mais um port excelente
E chegamos à nova versão para PC, agora com a responsabilidade nas mãos da Nixxes — estúdio que tem ganhado destaque nas adaptações dos exclusivos da Sony para PC (apesar de alguns tropeços pelo caminho). A boa notícia? A experiência com The Last of Us Part II foi extremamente positiva.
Os testes foram feitos em uma máquina com RTX 2060, i5 12400 e 32GB de RAM. Com tudo no máximo e DLSS em modo qualidade, o jogo manteve-se consistentemente acima dos 60fps. É importante destacar, porém, que o port não conta com algumas das tecnologias gráficas mais modernas do PC, como Ray Tracing, Path Tracing ou Lumen. Isso, no entanto, é compreensível: estamos falando de um título lançado originalmente em 2020, para o PS4, com o port baseado na versão de PS5. As melhorias são pontuais, e isso ajuda a explicar o desempenho excelente — algo semelhante ao que vimos com Ghost of Tsushima em 2024.

Considerações finais
Depois da recepção negativa de Marvel’s Spider-Man 2 no PC, a Nixxes claramente optou por não arriscar. Lançar The Last of Us Part II, que já era muito pedido e esperado, foi uma escolha segura. Sendo um jogo da geração passada, a expectativa era que o port fosse tecnicamente sólido — e felizmente foi exatamente isso que aconteceu.
Vale muito a pena jogar — ou rejogar — esse clássico, agora com a comodidade e as vantagens do PC. Mas já deixo o aviso: prepare os lenços. Assim como a segunda temporada da série, que estreia em breve, a narrativa da Parte II é ainda mais pesada e profunda do que a do primeiro jogo.
Agora, a expectativa gira em torno dos próximos títulos que virão para o PC. O próximo da fila é o polêmico Stellar Blade, que promete gerar bastante conversa. Seja como for, a biblioteca da Sony continua crescendo no PC — e isso é excelente para quem quer revisitar essas obras-primas com toda a flexibilidade da plataforma.
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