Review | Crashlands 2 – O retorno da heroína (com um pouquinho de caos e suco místico)

Sabe aquela sensação de que você salvou o mundo, merecia férias eternas e ninguém mais ia te incomodar? Pois é, Flux Dabes achou que era isso que ia rolar depois de toda a treta do primeiro Crashlands. Só que a galáxia tinha outros planos – e um raio misterioso bem na direção da nave dela. Resultado? Um pouso forçado, um planeta sugado por suco mágico e a nossa heroína, mais uma vez, jogada no meio da bagunça.

Crashlands 2 chega como aquele tipo de sequência que não quer reinventar a roda, mas sim dar um upgrade insano nela. Tudo que a gente curtia no primeiro jogo tá aqui: crafting, humor nonsense, um robozinho que fala demais (Juicebox, saudades nunca tivemos) e um universo que parece saído de um pesadelo psicodélico… só que com mais personalidade, mais variedade e, sim, mais coisas pra coletar do chão.

Missão: salvar o planeta (de novo)

A trama? Bem, Flux só queria descansar, mas quando descobre que a Bureau of Shipping está sugando a energia de Woanope, o planeta onde tudo começou, ela larga a rede e pega as ferramentas. De cara, você já começa ajudando um morador local a reconstruir sua casa e, honestamente, isso vira seu QG oficial por motivos práticos (tipo spawnar lá quando morre, o que, acredite, acontece bastante no começo).

A progressão do jogo é deliciosamente viciante. Você começa com uns martelos improvisados e termina usando luvas de eletricidade que deixam os inimigos parecendo milho de pipoca estourando. Ah, e tudo é baseado em crafting: armas, armaduras, decorações, upgrades, ferramentas… até os pedidos dos seus futuros colegas de república. Sim, porque a casa vai ficando cheia com o tempo, cada novo roomie trazendo novas receitas e possibilidades.

Combate: divertido, mas com ressalvas

O sistema de luta tem estilo, mas não espere profundidade estratégica digna de um Soulslike. É mais aquele “esquiva-esquiva-ataca-solta gadget-repete”, com direito a muitos efeitos visuais e inimigos explodindo em recursos. O legal é que você pode montar até cinco loadouts diferentes, cada um com armas, acessórios e ferramentas específicas. Então dá pra brincar bastante com combinações e estilos de jogo.

Mas a verdade é que o combate, apesar de competente, não brilha tanto quanto o resto. Os inimigos são meio esponjas de dano, não reagem muito quando você acerta, e às vezes a tela vira um festival de cores que mais confunde do que ajuda. Nada que tire o brilho geral, mas tá longe de ser o ponto alto da experiência.

Explorar nunca foi tão divertido (nem tão trabalhoso)

Recurso é o que não falta em Woanope. Tem planta, tem pedra, tem peixe, tem inseto, tem bicho esquisito que quer te matar enquanto você tenta colher uma flor. A boa notícia? O inventário é infinito. A má notícia? Ele não tem um sistema de busca decente. Em pouco tempo, você vai estar com 300 itens e zero ideia de onde veio aquele tal “fungo lunar pegajoso”.

Fora isso, o sistema de pets é um charme à parte. Todos os monstros do jogo têm ovos escondidos pelo mapa. Ache um, decore um quartinho com os móveis certos, e voilà: novo bichinho de estimação com habilidades únicas. Mas se prepare, porque evoluir essas criaturinhas usa o mesmo recurso que fortalece sua armadura, e escolher entre elas e upgrades é quase como decidir qual dos seus filhos você ama mais.

Vale a pena?

Crashlands 2 é um daqueles jogos que não se levam a sério – e isso é ótimo. A escrita é afiada, cheia de piadinhas que funcionam, mas também sabe dar espaço pra momentos mais intensos sem cair no dramalhão. O visual cartunesco é cheio de detalhes, os NPCs têm personalidade e o mundo é um convite constante à exploração.

Se você curte jogos com crafting, um toque de RPG, exploração caótica e personagens carismáticos, Crashlands 2 é parada obrigatória. Ele pode não ter o combate mais sofisticado do universo, mas compensa com um humor afiado, um sistema de progressão que vicia e um mundo onde sempre tem algo novo pra fazer. E no fim das contas, passar horas colhendo recursos pra fazer um tapete novo pro seu pet vale cada segundo.

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Redatora apaixonada por gatos e pela cultura pop