A minissérie Pssica, gravada no Pará e ambientada em diferentes cenários da Amazônia, alcançou o top 3 do ranking de produções mais assistidas da Netflix no Brasil, superando títulos internacionais como a 2ª temporada de “Wandinha”. O título da obra chama atenção do público. No Pará, “psica” é uma gíria usada para desejar azar ou atrair um peso negativo sobre alguém. A palavra tem origem no idioma indígena nheengatu e foi incorporada à cultura popular paraense.

Segundo o escritor Edyr Augusto, autor do livro homônimo que inspirou a série, o termo carrega uma carga simbólica de maldição. “Você deseja uma psica para a pessoa. Quando um jogador vai cobrar um pênalti contra o seu time e você quer que ele erre, você fala ‘psica’”, explicou em entrevista ao site Vice.
Já o título do livro – também a série – a palavra ficou com dois “s”, porque o autor quis sibilar na pronúncia. Em dado momento do livro, um dos personagens diz: “Poxa, parece que jogaram uma psica em cima de mim porque as coisas não estão dando certo”. É uma palavra que Augusto decidiu colocar como provocação. Uma palavra que soa interessante, melódica.
Pssica
Com apenas quatro episódios, a trama acompanha Janalice (Domithila Catete), jovem sequestrada por uma quadrilha de tráfico humano após ter um vídeo íntimo vazado. Sua luta por sobrevivência cruza o caminho de Preá (Lucas Galvino), líder de um grupo de “ratos d’água”, e de Mariangel (Marleyda Soto), que busca vingança pela morte da família.
Misturando ficção com crítica social, a série dirigida por Quico e Fernando Meirelles e filmada no Pará, evidencia o protagonismo do audiovisual paraense e coloca em foco narrativas locais diante do grande público nacional.
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