Lançado em 20 de agosto em um “shadow-drop” da Ubisoft, e desenvolvido pela Evil Empire (responsáveis pelas excelentes DLCs de Dead Cells). The Rogue Prince of Persia pegou muita gente de surpresa, e trouxe junto a ela um dos jogos mais emblemáticos da franquia em muito tempo, mas nem tudo são rosas, e apesar de ser um jogo excelente, The Rogue Prince of Persia também trouxe consigo problemas bobos que infelizmente ficam no caminho de tornar ele um dos melhores jogos do ano para mim.
Aqui controlamos o Príncipe de Ctesiphon onde em uma cartada de bobo, ele provoca a invasão do líder da armada de Hun – Nogaï, trazendo a persa um exército de guerreiros possuídos e poderosos monstros.
Prince acaba perdendo a batalha contra o inimigo e perde, mas por sorte, uma figura misteriosa chamada Paachi o encontra a tempo e o salva, dando a ele a habilidade de voltar ao local em que Paachi montou um acampamento toda vez que ele é derrotado.

Essa é a base Roguelike do jogo, e no decorrer dele vemos o Prince lamentando suas escolhas e falando um pouco de como era o seu reino antes da queda, e fazendo o melhor para contornar as situações. Como tudo foi desestruturado, Ctesiphon está em ruínas e exploramos esses cantos destroçados cheios de uma beleza complementar com uma tristeza de que possa ser que as coisas nunca mais sejam as mesmas.
Direção artística excelente

A direção artística aqui optou por um caminho mais “cartunesco” o jogo apela para um forte cel-shade, dando a impressão de que estamos jogando um tipo de pintura ou desenho, e isso lembra bastante o reboot que a franquia teve em 2008, onde tivemos de longe um dos jogos mais emblemáticos visualmente da franquia, com um dos melhores designs do Prince de longe.
O jogo não tem um apelo visual AAA, mas sua direção artística compensa bastante a falta te orçamento nesse lado. Sou muito a favor de uma estilização forte assim, coisa que me afastou um pouco do (também excelente) “The Lost Crown”, onde ele tinha uma apresentação visual muito fraca, mesmo tendo excelente designs de personagens.
Um roguelike bem amigável, mas com problemas preocupantes

Aqui temos a estrutura clássica de um roguelike, os mapas têm uma mesma base para todos, mas o layout deles sempre mudam se o jogador voltar a repetir uma run. As armas, os itens e os inimigos são todos gerados aleatoriamente também, a coisa que mais se mantém estruturada é quais os inimigos que vêm nessa parte do mapa, e o background em que o jogador se encontra, as quests vão se aprimorando quanto mais o jogador progride no jogo, mesmo se o jogador não consegue passar das primeiras partes do mapa.
Como um bom roguelike, o jogo tem upgrades permanentes que ajudam bastante o progresso do jogador, aqui vamos encontrando NPCs que também vão nos ajudar na nossa jornada, os mais importantes retornam para o acampamento para termos um contato direto com eles, e claro, o Prince vai adquirindo melhorias, seja elas de força, ou de HP, ou de habilidades, elas, em geral, são permanentes e vão dando o empurrão necessário para o jogador conseguir progredir.
Infelizmente um dos problemas do jogo é que precisamos estar conectados com os serviços da Ubisoft. No meio da minha jogatina, eu perdi todo o progresso do jogo por causa um crash que ocorreu quando o meu Prince morreu, retornei ao jogo e todo o meu progresso sumiu, a sorte é que gostei muito do jogo, mas isso é uma falha imperdoável e pode fazer que muitos jogadores o abandonem.
O progresso multiplataforma é uma ótima função, já que esse é um jogo que você pode levar como um bom passatempo, mas se o jogo quebra e tanto o seu save na nuvem quanto o save no sistema são corrompidos com o jogo, não adianta de muita coisa.
Parkour animal e combate extremamente fluído

O que mais me chamou a atenção em The Rogue Prince of Persa além da direção artística do jogo, é a sua jogabilidade de combate e plataforma extremamente criativos e fluídos, o parkour do jogo tem ótimas animações e o jeito que se controla o parkour é um grande reminiscente dos títulos da época do PlayStation 2.
Aqui o Prince anda em todas as paredes utilizando o botão de gatilho esquerdo + a direção que o jogador apontar, além disso, ele também tem um dash no gatilho direito, onde ele pode fazer tanto no chão quanto aéreo, e usar para esquivar dos inimigos, e ele sobe paredes apertando o botão de pulo.
Todas essas possibilidades podem ser utilizadas juntas, o que permite uma mobilidade impressionante para os jogadores, a fluidez do plataforming desse jogo é uma das mais incríveis que vi em muito tempo, e o foco em parkour foi uma grande sacada da Evil Empire.

Para vocês terem uma ideia, a movimentação do jogo é tão roubada que consegui “sair dos eixos” do mapa do jogo, e parei em um limbo nos cantos do mapa (que ainda bem que consegui sair, pois não queria perder meu progresso).
Trilha Sonora de esquentar o sangue, e com um carinho especial
A trilha sonora do jogo é excelente e tem várias composições que compões bem toda a atmosfera e todo o frenesi que o jogo proporciona. Composta por ASADI – que por sua vez é um compositor persiano/americano, faz aqui um belo trabalho misturando eletrônica com músicas persas, dando o clima perfeito para o ambiente do jogo e o hype necessário para as lutas frenéticas do jogo.
O tema principal do jogo também conta com a participação da cantora Xye, com uma bela voz que traz uma certa melancolia, nos fazendo sentir um pouco do que o Prince está sentindo com o que ocorreu com a sua terra, e nos trazendo uma contemplação maior pelo que estamos prestes a adentrar, é um belíssimo trabalho.
Considerações Finais

Ainda estamos no escuro em relação a jogos de maior orçamento da franquia, e o desenvolvimento da nova versão do clássico The Sands of Time não parece que está tendo um bom progresso, com uma promessa de que esse saíra “em breve”, mas não sabemos o quão breve é isso.
The Rogue Prince of Persia pode não ser o comeback grandioso que muitos esperam da franquia, mas ainda assim é uma ótima surpresa para quem gosta de plataforma, ação e roguelike, ou esses três gêneros separados.
É uma ótima pegada para a franquia, o estilo visual junto a ótima trilha sonora trazem um título que não fica tão abaixo do “Prince of Persia: The Lost Crown” a Evil Empire fez um ótimo trabalho, dá para ver que eles pegaram bastante do que eles aprenderam com Dead Cells, e isso me faz querer ver mais jogos desenvolvidos por eles.
O ponto fraco aqui fica nos serviços de save da própria Ubisoft, que por algum motivo bisonho requer que estejamos conectados no serviço para jogá-lo, e isso infelizmente trouxe mais problemas que ajudas, apesar do cross-save ser uma função ótima.
Um agradecimento a Ubisoft por disponibilizarem o jogo para análise!
The Rogue Prince of Persia está disponível para PlayStation 5 (também disponível no serviço Extra da PlayStation Plus), Xbox Series (também disponível no Gamepass), Nintendo Switch e Nintendo Switch 2, e PC.
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