Na indústria dos games, uma das tendências que mais cresceram nos últimos anos são os remakes, versões refeitas de títulos que marcaram época e que agora ganham nova vida, seja com mudanças parciais ou completas. Desta vez, quem retorna aos holofotes é Yooka-Laylee, lançado originalmente em 2017, que chega agora em uma nova edição intitulada Yooka Replaylee. O jogo foi desenvolvido pela Playtonic, estúdio formado por veteranos da Rare, responsáveis por clássicos dos anos 90 como Donkey Kong Country e Banjo-Kazooie.
Nostalgia fala muito alto
Falando em Banjo-Kazooie, é dessa fórmula que Yooka Replaylee se inspira completamente. O jogador controla Yooka, um camaleão que remete a Banjo, e Layle, uma morcega que faz alusão a Kazooie. Juntos, eles encontram um livro mágico capaz de realizar qualquer desejo. Fascinados pelo poder do artefato, os vilões decidem criar uma máquina para sugar o livro e utilizá-lo em benefício próprio. No entanto, o livro resiste e se fragmenta em diversas páginas. A partir daí, cabe à dupla protagonista reunir todas elas para restaurar o equilíbrio e trazer o livro de volta.
Yooka Replaylee segue o estilo clássico de coleta de itens em sua progressão. Diferente da estrutura tradicional de jogos com chefes obrigatórios, aqui o foco está em explorar cada mundo e encontrar o máximo de páginas possível para desbloquear novas áreas. Apesar de existirem chefes espalhados pelos mundos, enfrentá-los não é necessário para prosseguir. O que realmente impulsiona a jornada é a busca por páginas e segredos escondidos.
Gameplay satisfatório
O jogo conta com seis mundos principais, cada um oferecendo 50 páginas para coletar, somando um total de 300. Para concluir a aventura, no entanto, não é preciso encontrar todas., 120 páginas já são suficientes para finalizar o jogo e desbloquear conquistas e troféus. Essas páginas podem ser adquiridas de várias maneiras: algumas estão escondidas nos cenários, enquanto outras exigem a realização de tarefas específicas, como coletar moedas em tempo limitado ou ajudar personagens secundários. Entre esses personagens, há até uma divertida participação especial do Shovel Knight, que ganhou uma versão em 3D muito bem feita.
Além das páginas, os jogadores encontram moedas e penas espalhadas pelos mapas. Elas servem para comprar melhorias permanentes e tônicos, que funcionam como modificadores do gameplay, permitindo, por exemplo, aumentar o número de vidas ou ampliar o tempo de respiração debaixo d’água. Essa mecânica adiciona variedade e incentiva o jogador a explorar cada canto do mapa.
Outro ponto que merece destaque é a localização em português, que está excelente. Todos os personagens tiveram seus nomes adaptados de forma criativa, com trocadilhos que só fazem sentido no nosso idioma. O humor leve e acessível reforça o tom descontraído do jogo e remete ao carisma dos clássicos da Rare.
Os cenários chamam atenção pela qualidade visual. São ambientes coloridos, amplos e bem construídos, que recompensam a exploração com eventos e surpresas constantes. Em cada canto visitado, há algo novo para descobrir, seja um desafio, um personagem curioso ou um item escondido.
Grande parte das habilidades de Yooka e Layle já está disponível desde o início. Entre elas, estão pulo, pulo duplo, planar, atacar, rolar, pulo concentrado, nadar e atirar temporariamente. Todas funcionam de forma fluida e contribuem para uma jogabilidade precisa e satisfatória, essencial em qualquer bom jogo de plataforma.
Vale a pena?
No fim das contas, Yooka Replaylee é um retorno marcante ao estilo de plataforma dos anos 90. É um jogo perfeito para quem gosta de explorar e coletar, valorizando o ritmo livre e o prazer da descoberta em vez da estrutura rígida de fases com chefes obrigatórios.
Mesmo sem ter jogado o original, este remake reacendeu em mim a vontade de mergulhar em mais jogos do gênero. E fico na torcida para que a franquia receba novas aventuras, com novos desafios e cheio de charme igual este remake.
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