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Jimmy Cliff, lenda maior do reggae, morre aos 81 anos

Jimmy Cliff, lenda maior da música jamaicana, morreu aos 81 anos na madrugada desta segunda-feira (24). De acordo com a postagem feita nos canais oficiais do músico, e assinada por sua esposa e dois filhos, o astro, considerado o “Embaixador do Reggae”, faleceu após sofrer uma convulsão seguida de pneumonia.

Leia a íntegra do anúncio da morte de Jimmy Cliff

É com profunda tristeza que compartilho que meu marido, Jimmy Cliff, partiu após uma convulsão seguida de pneumonia. Sou grata à sua família, amigos, colegas artistas e companheiros de trabalho que compartilharam essa jornada com ele.

A todos os seus fãs ao redor do mundo, saibam que o apoio de vocês foi a força ao longo de toda a sua carreira. Ele realmente valorizava cada fã pelo carinho. Também gostaria de agradecer ao Dr. Couceyro e a toda a equipe médica, que foram extremamente solidários e prestativos durante este processo difícil.

Jimmy, meu querido, que você descanse em paz. Eu seguirei seus desejos. Espero que todos possam respeitar nossa privacidade nesses tempos difíceis. Mais informações serão fornecidas posteriormente.
Nos vemos, e nós o vemos, Lenda.
Latifa, Lilty e Aken.

Figura fudamental na divulgação do reggae pelo mundo

Antes mesmo de Bob Marley, foi Jimmy Cliff quem ajudou a levar o reggae para além da Jamaica, onde nasceu em 1944 com o nome de James Chambers. O futuro astro começou a gravar em 1962 e teve seu primeiro sucesso local em 1962, quando tinha apenas 17 anos.

Ao lado do produtor Leslie Kong, e com um contrato com a Island Records, o cantor e compositor gravou uma série de canções que se tornariam clássicas, entre elas “Vietnam”, que Bob Dylan disse considera a melhor música de protesto já escrita, “Wonderful World, Beautiful People” e “You Can Get It If You Really Want“.

O Brasil foi um dos primeiros países a abraçar o cantor. Em 1968 ele ganhou o Festival Internacional da Canção com “Waterfall” e lançou o álbum Jimmy Cliff In Brazil“. Desde então, ele manteve uma forte conexão com o país.

O sucesso mundial veio em 1972, quando estrelou “Balada Sangrenta”. O filme, uma versão ficcionalizada da vida do próprio Cliff. Com lançamento internacional, o filme mostrou a música jamaicana, e a vida dura nos subúrbios de Kingston para milhares e milhares de pessoas.

Tão importante quanto o longa foi a sua trilha sonora. Facilmente um dos mais importantes discos de reggae da história, ele trazia além de clássicos de Jimmy, incluindo a imortal faixa-título e a balada “Many Rivers To Cross“, outros futuros clássicos como “Pressure Drop” (Toots and the Maytalls), “Johnny Too Bad” (The Slickers) e a versão original de “Rivers Of Babylon” com The Melodians.

Sucesso no Brasil

Jimmy Cliff voltou a fazer sucesso no Brasil na década de 80 com duas faixas do álbum “The Power and The Glory” (1983): “Reggae Night” e “We All Are One”. O cantor retornou ao país e contou com uma ainda jovem banda brasileira abrindo alguns dos shows: Os Paralamas do Sucesso.

A ligação com o país se tornou ainda mais forte no início dos anos 90, quando ele se muda temporariamente para Salvador e passa a fazer muitos shows por cidades brasileiras. A balada “Rebel In Me” se torou uma das mais tocada no Brasil após entrar na trilha da novela “A Rainha da Sucata”.

Em 1994, ele gravou um de seus maiores sucessos. A cover de “I Can See Clearly Now”, um original de Johnny Nash, feita para o filme “Jamaica Abaixo de Zero” entrou nas paradas de diversos países, incluindo Inglaterra e Estados Unidos, e apresentou o cantor para uma nova geração.

Jimmy Cliff seguiu gravando discos de qualidade, “Rebirth”, de 2012, é particularmente recomendado, e era o único artista de reggae a fazer parte do Rock and Roll Hall Of Fame além de Bob Marley.

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