Em resposta às novas tarifas impostas pelos Estados Unidos (EUA), a China estaria avaliando medidas econômicas que poderiam incluir a proibição de filmes americanos em seu território. A notícia foi revelada por fontes chinesas influentes nas redes sociais, gerando grande preocupação em Hollywood. A China, segundo maior mercado cinematográfico do mundo, poderia assim afetar profundamente a indústria de cinema dos EUA, especialmente diante da crescente dependência das bilheteiras chinesas.
A possível retaliação foi indicada por dois influentes membros do setor chinês, Liu Hong, editor do site estatal Xinhuanet, e Ren Yi, neto de um ex-líder do Partido Comunista da província de Guangdong. Eles divulgaram um conjunto de medidas, que incluem desde taxas sobre produtos agrícolas norte-americanos até o bloqueio de filmes do Hollywood nos cinemas chineses.
A ideia de uma proibição da importação de filmes não é novidade. A China já controla rigorosamente a distribuição de obras estrangeiras, com muitas produções internacionais sujeitas a um processo de cortes únicos para o público chinês. No entanto, se a medida for implementada, o impacto será direto na arrecadação dos estúdios americanos, especialmente em uma época em que grandes lançamentos dependem da bilheteira chinesa para alcançar números globais significativos.
Filmes como “Vingadores: Ultimato” e “Avatar”, que arrecadaram centenas de milhões de dólares na China, ilustram o poder desse mercado. “Vingadores: Ultimato”, por exemplo, fez mais de US$ 630 milhões na China, quase o mesmo valor que arrecadou nos EUA. No entanto, o bloqueio de produções americanas pode acelerar o fortalecimento da indústria cinematográfica local, que já obteve grandes êxitos, como a animação “Ne Zha 2”, que faturou US$ 1,8 bilhão.
Os estúdios de Hollywood, que já estavam enfrentando desafios no mercado chinês devido à competição com produções locais e às regras rigorosas de censura, agora se veem diante de uma ameaça concreta. Além disso, a proibição de filmes poderia também significar o enfraquecimento de franquias como a Marvel, que conquistaram um enorme público no país.
A medida da China vem no contexto de uma intensificação do conflito comercial entre as duas potências. A imposição de tarifas elevadas por Donald Trump, que entram em vigor nesta quarta-feira (9), afetaria uma ampla gama de produtos chineses, com a China já tendo sinalizado que retaliaria de maneira firme. Embora as tarifas não envolvam diretamente a indústria cinematográfica, a China poderia considerar essa medida como uma forma de pressionar os EUA a rever suas políticas comerciais.
Embora o governo chinês não tenha confirmado oficialmente a possível proibição dos filmes, a ação seria mais um capítulo nas tensões econômicas entre as duas maiores economias do planeta. Para Hollywood, o fechamento do mercado chinês pode ser um golpe difícil de suportar, principalmente após a perda de faturamento nas bilheteiras dos EUA durante a pandemia. A ausência de um público fiel e crescente na China pode acelerar a crise financeira de grandes estúdios e impactar os futuros lançamentos.
Agora, resta saber se a China realmente tomará essa medida drástica e qual será o impacto a longo prazo na indústria cinematográfica global.
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