Cinema e moda
Foto: reprodução/rádio transamérica

Cinema e moda | Os figurinos mais icônicos que moldaram gerações

Dos vestidos históricos aos macacões de couro, relembramos os figurinos mais marcantes do cinema que influenciaram gerações na moda.

 Sabe aquele look de filme que gruda na sua cabeça? Que vira referência, que ganha vida própria, que você reconhece mesmo sem nunca ter assistido ao filme? Pois é. O figurino no cinema não tá ali só pra enfeitar. Ele dita tendência, carrega discurso e, muitas vezes, se torna tão lendário quanto os próprios personagens.

 E não é exagero. Desde os anos dourados de Hollywood até os blockbusters e “filmes cult” de hoje, o figurino sempre foi parte essencial da narrativa. Seja pra representar uma época, marcar uma transformação, criar um ícone pop ou simplesmente fazer você desejar aquela jaqueta vermelha, o cinema moldou o nosso jeito de se vestir, e continua moldando.

 Por isso, o Conecta Geek separou aqui figurinos que não só brilharam nas telonas, mas marcaram gerações, influenciaram desfiles, revistas, armários e o Pinterest da sua adolescência. Vamos nessa?

1. Bonequinha de Luxo (1961) — O tubinho preto definitivo

 Vamos começar com ela: Holly Golightly, vivida por Audrey Hepburn, e o vestido preto mais icônico da história do cinema. Assinado por Hubert de Givenchy, o tubinho preto de “Bonequinha de Luxo” virou símbolo de elegância minimalista. E olha que o filme é de 1961, hein?

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Foto: reprodução/delirium nerd

Com aquele óculos escuro gigante, o colar de pérolas e o coque impecável, Audrey redefiniu o que era ser chique. E mais: colocou o LBD (little black dress) como peça obrigatória em qualquer guarda-roupa do planeta. Um look que passou de personagem a padrão de estilo — e continua sendo referência até hoje.

2. Grease – Nos Tempos da Brilhantina (1978) — O poder de uma calça de couro

 Sandy começou o filme toda certinha, de saia rodada e cardigã pastel, mas aí… bam! Entra no final com aquela calça justa, ombro à mostra e cigarro na mão e simplesmente muda tudo.

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Foto: reprodução/amazon

 O figurino de “Grease” é uma aula de transformação através da roupa. Aquele visual de má girl da Sandy é pura estética rebelde com um toque sexy, e virou símbolo da virada de chave da personagem. Mais do que isso: marcou a década de 70, fez o revival dos anos 50 bombar e consolidou o estilo rockabilly no imaginário pop. Sandy foi a Barbie badass antes da Barbie real oficial.

3. Matrix (1999) — Couro, óculos e o futuro em preto

Se você viveu os anos 2000, com certeza já quis ter um look estilo Trinity. E se você vive hoje, provavelmente já viu alguém usando bota de plataforma e trench coat preto com aquele arzinho “techwear” que saiu direto de “Matrix”.

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Foto: reprodução/o globo

 O figurino do filme, feito por Kym Barrett, é todo baseado no cyberpunk, mas com uma identidade única que acabou influenciando a moda real. O couro justo, os óculos pequenos, os cortes geométricos — tudo virou tendência. Sem contar que essa estética foi absorvida por marcas como Balenciaga, Rick Owens e até a estética do metaverso. “Matrix” não só previu o caos digital como vestiu a gente pra ele.

4. O Diabo Veste Prada (2006) — A moda retratada pela moda

 Figurino em filme sobre moda? Óbvio que ia entregar tudo. Mas “O Diabo Veste Prada” não só serviu looks impecáveis: ele se tornou um desfile cinematográfico de estilo, com peças assinadas por Chanel, Valentino, Calvin Klein e mais.

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Foto: reprodução/tecmundo

 Miranda Priestly (Meryl Streep) é o retrato do poder através da elegância. Já Andy (Anne Hathaway) passa por uma transformação visual que é basicamente um curso intensivo de alta moda. E mesmo com todo o glamour, o filme ainda mostra como a roupa também é escudo, armadura e símbolo de pertencimento. A cena da análise do suéter azul é quase uma TED Talk sobre consumo e tendências. Um clássico fashion sem medo de ser fashion.

5. As patricinhas de Beverly Hills  (1995) — O armário dos sonhos dos anos 90

 Cher Horowitz. Tailleur xadrez amarelo. Pronto. Um look e a gente já sabe do que estamos falando. “As patricinhas de Beverly Hills” é puro suco dos anos 90. E não só isso: ele moldou a moda da década de um jeito absurdo. Os conjuntinhos, as mini saias plissadas, as meias 3/4, o uso do rosa, a mistura de peças esportivas com chic…tudo virou febre. E sabe o que é mais doido? Funciona até hoje. O figurino assinado por Mona May voltou com tudo com a era do “Y2K revival” e segue inspirando editoriais, coleções cápsula e influencers por aí. Cher seria uma it girl no TikTok, sem dúvidas.

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Foto: reprodução/rolling stone

6. Pulp Fiction (1994) — O corte de cabelo e a camisa branca mais cool do cinema

 Mia Wallace não fez muita coisa, mas fez tudo. Com uma camisa branca simples, calça preta, batom vinho e aquele corte reto com franja, ela virou um ícone instantâneo. O visual virou fantasia de Halloween, figurino de clipe, look de editorial.

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Foto: reprodução/rolling stone brasil

 A estética noir misturada com o desleixo cool fez escola. É o “menos é mais” com atitude. E o figurino contribuiu pra esse visual meio atemporal, meio anos 90, meio underground chic que fez Tarantino parecer mais fashionista do que ele provavelmente é.

7. Maria Antonieta (2006) — Rococó com all star rosa

Sofia Coppola, mais uma vez. E dessa vez, ela resolveu juntar o século XVIII com estética pop e fez um desfile rococó-punk que deu MUITO certo. “Maria Antonieta” é um banquete visual: vestidos cheios de laços, cabelos gigantescos, macarons, e… tênis All Star rosa no meio da cena.

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Essa mistura anacrônica, com figurinos históricos e trilha sonora do The Cure, virou um marco. A figurinista Milena Canonero até levou o Oscar, mas o verdadeiro prêmio foi transformar um filme de época em uma referência de estilo moderno. Toda a estética pastel, girlie, maximalista e “regencycore” que a gente vê hoje nas redes tem um pezinho nesse filme, pode apostar.

8. Pantera Negra (2018) — Moda africana, futurismo e orgulho

Não tem como falar de figurino icônico sem citar Pantera Negra. A figurinista Ruth E. Carter (que levou o Oscar, aliás) criou uma Wakanda inteira com base em culturas africanas reais, combinando tradição e futurismo. Resultado? Uma estética única, poderosa e cheia de significado.

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Foto: reprodução/buzzfeed

Os trajes das Dora Milaje, os acessórios tribais, os tecidos estampados com corte sci-fi, tudo é identidade, tudo é resistência, tudo é storytelling visual. Foi um figurino que não só vestiu heróis, mas vestiu uma cultura com dignidade e protagonismo. E ainda deu um tapa na cara da mesmice hollywoodiana.

9. Barbie (2023) — Quando a moda brinca com a própria moda

 Barbie é moda. E o filme dirigido por Greta Gerwig entendeu isso desde o início. Cada look da Margot Robbie é uma referência direta a alguma Barbie real, misturando fantasia, nostalgia, ironia e glamour.

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Foto: reprodução/adorocinema

 O figurino assinado por Jacqueline Durran virou trend no TikTok, pauta de fashion week e colab de marca famosa. O rosa voltou com tudo (não que tivesse ido embora), mas agora com um toque de empoderamento, sátira e muita personalidade. A Barbie de 2023 não é só fashion. Ela é consciente,  e continua fabulosa.

10. A Jovem Rainha Vitória (2009) — Quando a realeza vira estética

 Filmes de época sempre dão um show de figurino, mas esse aqui se destaca. A Jovem Rainha Vitória não só recria com fidelidade os trajes do século XIX, como transforma cada look num elemento narrativo. Os vestidos pesados, os corsets sufocantes, os acessórios delicados, tudo ajuda a construir a personagem, da insegurança à autoridade.

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Foto: reprodução/vintage beauty

 Foi um dos grandes responsáveis pelo boom do “cottagecore” e “royalcore” que dominou a internet anos depois. A estética romântica, vitoriana, bucólica… tudo começou aqui (ou voltou com força total aqui). É moda com história. E é lindo de ver.

E a lista continua: “Kill Bill” (2003, com o macacão amarelo de Bruce Lee repaginado por Uma Thurman), “Flashdance” (1983, e a blusa de moletom caída que virou febre), “Sex and the City” (1998–2004, um desfile ambulante de quatro temporadas e dois filmes: 2008 e 2010), “Os Homens Preferem as Loiras” (1953, com a Marilyn de vestido pink e luvas), “Labirinto – A Magia do Tempo” (1986, que serviu pura estética gótica anos 80) e até “Scott Pilgrim Contra o Mundo” (2010, com seu visual indie pop graphic novel).

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Foto: reprodução/cinepop

 O cinema moldou gerações com histórias, sim. Mas também com figurinos. Com roupas que disseram tanto quanto os roteiros. Que ajudaram a criar identidade, referência, revolução. O figurino no cinema é uma forma de contar sem falar. De lembrar sem explicar. De marcar uma era com tecido, cor, corte e atitude. E da próxima vez que você sair por aí com uma jaqueta estilo anos 80, um terninho rosa ou uma meia arrastão… pode apostar: alguém fez isso num filme antes de você.

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Jornalista e formada em Cinema, apaixonada por cultura asiática e por contar histórias. Provavelmente já assisti tanto aos filmes do Adam Sandler que poderia atuar em qaulquer um sem precisar de roteiro.