Lançado no dia primeiro de Abril, Content Warning atraiu uma legião de fãs sedentos pela temática e pela interessante jogatina. É um terror de influencers onde os protagonistas não querem fugir do horror, querem registrá-lo.
Produzido pela LandFall Games (conhecida pelo game Totally Accurate Battlegrounds), Content Warning ultrapassou a marca de 200 mil jogadores simultâneos na Steam durante a sua primeira semana de lançamento. Entretanto, tal marco não se deve apenas ao fato de ter uma temática boa, mas também por ter ficado gratuito por alguns dias e por ter um preço acessível e economicamente viável.
A sua história é simples. Os players são youtubers, ou melhor, spookytubers, que querem viralizar. Nesse sentido, os players precisam descer até o chamado “Old World” para registrar, em vídeo, monstros e tudo o que pode ser encontrado no ambiente.
Antes de comentar a jogabilidade, vale mencionar que o visual gráfico de Content Warning é belo. Há um contraste muito interessante entre o mundo base (completamente colorido e vívido) e o Old World (cartoonizado e preto e branco com leves detalhes neon dos lasers e armadilhas). A escolha gráfica é uma marca registrada de LandFall Games, que usou do mesmo estilo nos games anteriores. Outra marca que deixa claro que a produção é da Landfall é a presença de personagens em ragdoll, entregando boas gargalhadas para a gameplay.
E aí, pessoal! Aqui quem fala é…
Quem nunca sonhou em ser youtuber? Content Warning pega exatamente nessa ponto. Você e mais três amigos (isso mesmo, é recomendável que não jogue sozinho) possuem uma variedade de equipamentos de gravação para tornar os registros da Old World, cada vez mais profissionais. No início, por não ter viralizado e não ter recebido dinheiro pelas visualizações, a equipe só terá 4 lanternas e uma câmera.
Você vai ter que descer, registrar o máximo de coisas possíveis e voltar ao mundo onde fica a casa dos youtubers para realizar a extração do vídeo. Após a extração, você vai receber um CD e terá que realizar o upload no Spookytube. Dessa forma, o player pode assistir a produção enquanto comentários e visualizações sobem. O objetivo da primeira fase é alcançar 3 mil visualizações em três dias. Logo após isso, 45 mil em três dias. Subindo a dificuldade gradativamente.
Com o passar do tempo, você pode adquirir lanternas mais potentes, claquetes, microfones, emojis e até opções cura como um abraço e um desfibrilador.
Desde assumir o papel de cameraman até o papel de repórter, tudo imerge muito bem. Passando a rolar roleplay sem nem perceber. O melhor é que o conteúdo publicado no Spookytube pode ser baixado no seu computador. O ponto negativo é que o arquivo é WEBM em qualidade muito baixa.
Deslike
O game, mesmo tenha viralizando e alcançando boas métricas, não parece ter sido lançado com todas as correções necessárias. E provavelmente esse foi o motivo da queda de players simultâneos nos últimos dias. Desde o seu lançamento, o game contou com cerca de duas atualizações para resolver bugs que atrapalhavam por completo a gameplay.
O principal ponto que torna o game divertido é gravar os sustos e reassistir o conteúdo. Durante diversas partidas, tive que lidar com a decepção de não poder rever o conteúdo pois o game bugava e não extraia o vídeo. Como se não bastasse, em alguns momentos em que se clicava para iniciar a gravação, o FPS caia drasticamente. Isso aconteceu com diversos players e teve que ser resolvido em atualização. Outro ponto que incomodou é o bug do áudio. Em todas as vezes que voltava para a base pelo menos um dos players ficava sem ouvir e sem conseguir falar nada até que fosse iniciada uma nova gameplay.
Comentei anteriormente sobre como a mecânica ragdoll dos personagens divertia, mas tudo que é bom possui também o seu lado negativo. Pelo fato dos personagens serem moles, uma margem se abre para flip no mapa. Pude presenciar diversos desses acontecendo e se só se resolvia saindo do jogo. Se você ou algum player começou a flipar fora do mapa antes de salvar. Meus pêsames, vocês perderam seus gadgets e, se a vítima do flip era um host, o pior aconteceu: vocês perderam o save.
O Lethal Company de Youtubers deveria ser um pouco mais… Lethal Company
Quando lançado, Content Warning foi muito comparado ao game Lethal Company por ter premissas parecidas. Você e mais três players precisam ir até um mundo, alcançar a cota em um determinado espaço de tempo, sair vivo do mapa, comprar gadgets para aprimorar a gameplay e repetir o processo. Entretanto, uma coisa manteve Lethal Company em alta mesmo depois do esfriamento do hype: servers bem preparados para a avalanche de players.
Content Warning lida com constantes erros nos servers. Erros que fazem perder saves inteiros. Um dos que acabaram com a minha experiência durante uma gameplay foi quando o meu server foi corrompido, não permitindo a viagem até um mapa da fase dois e derrubando todos os players sempre que o mapa carregava. Para resolver, tivemos que apagar o save e começar tudo do zero.
Contudo, como se não bastasse os bugs, servers de Content Warning são como uma torre de babel. Se optar por jogar com players random, você não pode escolher o server que vai entrar, o jogo escolhe pra você. O que acaba, por muitas vezes, misturando players que falam português com players de lingua espanhola. É divertido conhecer e jogar com novas culturas? Sim, mas algumas pessoas simplesmente não vão conseguir se entender.
Por fim…
Em suma, Content Warning, por mais do estresse dos bugs (algo que será consertado logo, imagino eu) é um game extremamente divertido e que você vai jogar por horas sem perceber o tempo passar. Vale a pena experimentar com amigos e garantir uma boa jogatina para a noite.
Você pode jogar Content Warning no PC via Steam.
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