Crítica | Avatar: O Último Mestre do Ar veio para impressionar

A animação de Avatar: A Lenda de Aang fez parte da infância de muitas pessoas no mundo afora, e segue até hoje conquistando novos fãs. Neste ano, a Netflix lançou a segunda tentativa de uma adaptação em live-action da animação, que gerou no público geral uma mescla de ansiedade e medo.

Com o passar do tempo após o anúncio oficial, o medo foi diminuindo e as expectativas foram crescendo a cada nova notícia, imagem promocional e os trailers. No entanto, os criadores da série original decidiram abandonar o projeto alegando “diferenças criativas”.

Em meio a essa montanha-russa de sentimentos, Avatar: O Último Mestre do Ar foi lançado na plataforma de streaming. E apesar do que estávamos esperando, a Netflix acertou em cheio e nos proporcionou 8 episódios surpreendentes e completamente bem-feitos. Obviamente foram feitas algumas alterações no enredo em comparação ao desenho, mas nada que pudesse diminuir a qualidade.

Para alguns fãs com certeza vão existir muitos defeitos, e já para outros serão episódios mágicos e divertidos, e eu faço parte dos que acharam a série maravilhosa.

A adaptação do universo, personagens e animais ficaram perfeitos. Os efeitos visuais foram bem utilizados e fluídos, pecando poucas vezes ao longo dos episódios. A primeira temporada de Avatar: O Último Mestre do Ar adapta os 20 episódios da animação em apenas 8 episódios de quase uma hora, o que gerou momentos que poderiam ser trabalhados de outras formas com mais episódios, mas as adaptações funcionaram bem.

E o que dizer da atuação de Cormier, nosso Aang? Apesar de ser uma criança, o ator se saiu super bem e conseguiu transmitir a essência do personagem. É claro que em algumas situações sua atuação não foi das melhores, porém, nada que experiência não possa ajudá-lo a melhorar e trazer certas cenas com mais emoção. Já a atuação de Kiawentiio deixou um pouco a desejar durante todos os episódios. Em certos momentos era extremamente difícil saber exatamente o que a personagem estava pensando ou sentindo, visto que suas expressões e reações eram praticamente todas iguais, mas também dou o braço a torcer de que a atriz conseguirá melhorar suas técnicas de atuação com o passar do tempo.

Ousley, que inclusive possuí uma polêmica bem grande ao seu redor que diz que ele mentiu a respeito de ser nativo americano, teve uma atuação bem satisfatória. Diferentemente do Sokka do desenho, o personagem na série possuí uma postura mais séria e madura, o que gerou um pouco de estranheza. Infelizmente, a Netflix anunciou que o machismo por parte do Sokka seria reduzido, o que acabou com todo o desenvolvimento do personagem de bobo com traços machistas para um homem maduro e com grande respeito e empatia pelas mulheres.

Mas os melhores com certeza foram nossos vilões da Nação do Fogo. Dallas Liu como Zukko conseguiu transmitir todo a dor, ódio e frustração do seu personagem com maestria. Todas as cenas de Zukko eram carregadas de sentimentos e emoções que deixavam a trama ainda melhor. Paul Sun-Hyung Lee como Tio Iroh foi incrivelmente fofo e admirável. Paul conseguiu incorporar com maestria o tio amável, carinhoso e divertido das animações. Sua atuação impecável consegue nos fazer sentir exatamente o que o Tio Iroh sentia em todos os seus momentos de tela.

Elizabeth Yu com certeza nasceu para interpretar Azula, com uma atuação incrível e muito bem feita da personagem. Ao contrário do desenho, no live-action ela possuí mais tempo de tela e muito mais protagonismo, nos deixando a conhecer ainda melhor. Daniel Dae Kim nos entregou um magnífico Senhor do Fogo Ozai, tão impecável que é possível ver o quão ambicioso e cruel seu personagem é só pelas suas expressões e presença formidável. Com toda certeza escolheram o ator perfeito para este papel.

Apesar dos cenários muitas vezes parecerem obviamente de mentira e algumas encenações terem deixado a desejar, a adaptação foi surpreendente e superou as expectativas que eu havia criado em torno da série. Da forma que foi produzido, sendo fã ou não, é completamente possível se apaixonar e se apegar a história e aos personagens. O final com certeza gerou uma grande ansiedade para as próximas temporadas, quais torço muito para que não percam qualidade e sigam nos trazendo personagens e cenas emocionantes.

E você, o que achou da série?