Kodi Smit-McPhee, Disclaimer Crítica
Nicholas é destaque no quarto episódio

Crítica | Disclaimer 1×5 – Crucial, mas tedioso

O drama em excesso segue sendo um problema na minissérie

Após quatro episódios repletos de flashbacks e mistérios, a Apple TV+ disponibilizou na última quinta-feira (24) mais uma parte da minissérie Disclaimer.

Desta vez, a trama nos leva à descoberta dos supostos eventos do passado por parte de Nicholas (Kodi Smit-McPhee), filho de Catherine (Cate Blanchett), em um episódio que traz consequências importantes para a história, mas carrega um nível exagerado de drama.

Drama, drama e mais drama

Ok, é evidente que o enredo trata exatamente do drama vivido quando uma verdade escondida vem à tona e o quanto à omissão de detalhes do passado pode prejudicar o futuro.

Porém, acompanhar um episódio de mais de 40 minutos onde a maior parte do tempo vemos apenas pessoas chorando e sofrendo sem nem mesmo expor diretamente seus reais sentimentos deixa de ser interessante e acaba banalizando a dor, já que não podemos senti-la.

O elenco de “Disclaimer” sabe muito bem o peso de cada cena ligada à descoberta do suposto passado de Catherine e descreve muito bem o quão repulsivo ele se apresenta, já que este parece ser o objetivo da trama de Alfonso Cuarón.

Agora foi a vez Kodi Smit-McPhee demonstrar então seu talento na pele do jovem Nicholas, o filho de Catherine. No entanto, por mais que possamos sentir pena de seu personagem, não há empatia suficiente de minha parte pelo próprio para que ele sozinho carregue grande parte da carga dramática do episódio, tornando-o cada vez mais tedioso.

Os maiores problemas que o garoto enfrenta vão muito além da descoberta envolvendo sua mãe, questões com os quais ele não lida com o drama que, aí sim, seria justificável. Por fim, assim como apontei no primeiro episódio, a obra segue tropeçando no excesso de drama, mesmo que o mesmo seja essencial para o desenrolar de sua história.

Catherine é realmente a protagonista?

A cada episódio acompanhamos a obra focar no desenrolar do passado de Catherine na vida das pessoas em sua volta, além de flashbacks importantes. Porém cada vez mais a protagonista possui menos tempo de tela e deixa até mesmo de desenvolver a trama, sendo apenas afetada pela mesma.

Inclusive, no único momento em que enfim Catherine fala sobre o que houve no passado, em uma “conversa” com sua mãe, a série toma a péssima decisão de não nos revelar o que estava sendo dito, fazendo com que a mesma apenas narrasse o que estava sentindo ao abrir seu coração para sua figura materna.

Entendo que o objetivo seja não revelar se toda a verdade já nos foi contada, mas fica cada vez mais difícil sentir empatia pela protagonista, quando após mais da metade da trama sequer ouvimos ao menos parte do seu lado na história, além da mesma lidar com os acontecimentos da forma mais confusa possível.

Assim, mesmo contando com a talentosíssima Cate Blanchett no papel, a versão do presente de Catherine torna-se menos importante até mesmo que a do seu passado, interpretada pela também talentosa Leila George D’Onofrio, no possível papel mais importante de sua careira até o momento.

Stephen desenvolve a trama lentamente

Apesar de tudo, a minissérie consegue me prender em sua narrativa de uma maneira interessante, muito por conta de seu antagonista, Stephen (Kevin Kline).

Se Catherine beira a perder sua função como protagonista, o pai de Jonathan (Louis Partridge) carrega o desenvolver da trama nas costas, mantendo assim o interesse em qual será seu próximo inescrupuloso passo no objetivo de destruir a vida da mulher que julga indiretamente culpada pela morte de seu filho.

Até o momento, desde o drama ao lado de sua esposa no passado aos ardilosos planos executados no presente, Stephen está em grande parte das melhores cenas de “Disclaimer” e a forma como lida com o caos que ele mesmo constrói nos faz sentir, mesmo que de forma culposa, apreço pelo mesmo.

Por fim, mesmo mantendo-se impecável nos quesitos fotografia e cenários, e seguindo uma forma interessante de nos prender na teia de sua narrativa, “Disclaimer” começa a se alongar demais e corre o risco de não chegar a lugar algum, passando agora pelo seu pior episódio até o momento, mesmo este sendo um dos mais importantes, por mostrar as reais consequências do passado de Catherine vir à tona.

Confira as críticas dos últimos episódios:

Colaborador do Conecta Geek desde 2024, nasci no estado do Rio de Janeiro e alinho minhas maiores paixões à minha vocação através da produção de conteúdo. Entre as minhas áreas de maior domínio e experiência profissional estão o o universo geek, o automobilismo e os esportes em geral, principalmente o futebol. Certificado como Jornalista Digital e Social Media pela Academia do Jornalista, contribui no passado como Colunista, Editor-chefe e Líder da editoria de Esportes nos portais R7 Lorena e iG In Magazine.