Quatro anos após ser anunciado, Seu Jorge lança seu mais novo álbum, “Baile à la Baiana”. Projeto feito em parceria com os cantores e compositores baianos Magary Lord e Peu Meurray e gravado ao lado da banda Conjuntão Pesadão, que já acompanha o artista há alguns anos. O resultado do disco é uma síntese desses encontros: uma ponte entre as musicalidades do Rio de Janeiro e da Bahia.
A ideia para Baile à la Baiana surgiu em Salvador, no espaço cultural Galpão Cheio de Assunto, liderado por Meurray que já é amigo e parceiro de longa data de Seu Jorge. Foi lá também que o carioca conheceu Magary Lord e a partir dos encontros entre os três surgiu a proposta de misturar a Black Music com ritmos baianos e latinos como a Chula, o samba baiano e incluindo o black semba, ritmo criado por Lord que mistura samba e axé com elementos da soul music e da música eletrônica.
Ao longo das 11 faixas o que vemos é um álbum festivo, dançante, que trás bem demarcada a divisão entre a bagagem funk-soul carioca de Seu Jorge, e o mergulho do artista nas influências baianas. A primeira parte com as seis primeiras faixas gira mais em torno do universo já conhecido do artista; é a sonoridade com ecos de Tim Maia, Jorge Ben Jor e Wilson Simonal pela qual ele já é conhecido. Apesar de não ter surpresas, tudo é sempre muito bem executado e garante a diversão.
Funk-Soul com tempero baiano e latino
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“Sete Prazeres” é a faixa de abertura que já traz de cara a participação de Meurray nos vocais e é marcada pelo arranjo contagiante de sopros com a precursão . “Sábado à Noite” dá continuidade ao clima festivo, a temperatura alta do funk, e segue na sequência com “Batuque”, “Gente Boa se Atrai“, outro dueto com Meuray, e “Chama o Brasil pra dançar”.
A partir de “Shock” é que começamos a ver Seu Jorge se desprender mais do seu território carioca e indo mais afundo no universo dos parceiros. A faixa foi lançada anteriormente por Maragary como single em 2021 e aqui ganha uma bem-vinda nova roupagem com a chegada de Jorge, porém sem perder a vocação para um hit de axé.
“Lasqueira” e “Amor de Canudinho” são outras duas faixa lançadas anteriormente por Lord e que carregam com mais evidência o clima solar e as pegadas baiana e latina do disco. “Mudou Tudo” caminha mais na direção do samba e do pagode e “Dia de Mudança” encerra o álbum em alta de volta ao funk-soul, com um toque de samba.
“Baile a lá Baiana” é uma boa volta de Seu Jorge ao discos. Uma boa viagem musical entre Rio de Janeiro e Bahia que não é tão ousada mas é divertida, contagiante, e traz músicas prontas pra funcionar em qualquer festa mantendo a vocação do artista em executar hits chicletes que vão ganhando força popular com o passar do tempo.
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