Poster de Bullet Train Explosion, na Netflix.
Divulgação / Netflix.

Diretor de ‘Bullet Train Explosion’ fala sobre a criação do thriller de ação da Netflix

O filme japonês Bullet Train Explosion é um dos principais sucessos da Netflix nos últimos meses, alcançando a segunda posição na lista global de filmes em outros idiomas da plataforma. Shinji Higuchi, diretor do longa, falou sobre a produção e o trabalho com o streaming em entrevista ao The Hollywood Reporter.

Durante a conversa, Higuchi explicou o significado que o trem Shinkansen tem para ele e para o Japão como um todo: “Não sei o que o trem Shinkansen significa para todos no Japão, mas para mim, pessoalmente, nasci em 1965 e o primeiro Tōkaidō Shinkansen foi lançado um ano antes de eu nascer. Então, quando criança, o Shinkansen era algo que você via em programas de TV e havia canções infantis sobre ele. Era algo com que todos sonhavam, era uma aspiração para nós. Foi a primeira coisa que realmente nos permitiu vivenciar coisas fora do comum.”

Higuchi também explicou como exerga Bullet Train Explosion como um retrato do que ele chama de Declínio do povo japonês. “De um ponto de vista crítico, acho que o povo japonês está em declínio, em comparação com 50 anos atrás, quando o filme original foi feito. Tudo está em declínio, em termos de economia. Mas, se trouxermos esse declínio como o cerne deste filme, isso não vai deixar ninguém feliz!”, iniciou.

“Desta vez [para Bullet Train Explosion ], os personagens deste filme são todos pessoas que não são tão boas pessoas, incluindo alguns dos passageiros, todos eles têm seus defeitos. Há o político [atormentado por escândalos] e o YouTuber que só pensa em dinheiro. Há muitas pessoas desse tipo no Japão hoje em dia. E o personagem principal é a garota que não tem apreço pela vida e nenhuma esperança. Esses são os personagens, mas fizemos questão de não matar nenhum deles.”, completou.

O diretor japonês também falou sobre o que espera da repercussão do filme fora do Japão e lembra uma experiência que viveu quando foi aos EUA pela primeira vez: “Na verdade, estou mais curioso para saber o que as pessoas acham do filme depois de assisti-lo. Quando fui ao aeroporto [nos EUA] pela primeira vez, vi as pessoas fazendo os exames corporais, e elas pareciam estar vivendo uma extensão de suas vidas privadas e tudo era muito livre, então isso foi realmente chocante para mim quando fui aos EUA pela primeira vez. E acho que realmente mostrou que tipo de país os EUA são. Acho que não há necessidade de nenhum país ser igual ao outro. Precisamos aprender e aproveitar as coisas boas uns dos outros. E eles estavam jogando salgadinhos! No voo! [risos] Faz você sentir que pode participar, se tornar um deles! Isso nunca aconteceria no Shinkansen!”

O diretor encerra comentando como foi o trabalho com a Netflix e a adaptação ao modo de produção da plataforma: “Acho que, como eles têm tantas regras, se tivéssemos seguido todas elas, tudo estaria fora de questão! Nesse sentido, eles realmente nos deram a liberdade de fazer o que quiséssemos. Mas nós realmente nos mantivemos em sintonia com a mentalidade dos funcionários e pensamos seriamente em como eles reagiriam nesse tipo de situação.”

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