Arnaldo Dias Baptista é um dessas figuras históricas, ao mesmo tempo não tão reconhecidas na cultura brasileira. O ex-Mutante, escritor e artista plástico paulistano segue, no alto de seus 76 anos, produzindo arte e para celebrar sua obra, a Casa Slamb, um espaço de artes integradas de São Paulo, está expondo no espaço a mostra “Gurum Gudum – Entre Fadas e Travesseiros Travessos”, com 76 pinturas de Arnaldo. No entanto, o que era para ser “apenas” uma exposição, culminou em num festival de música. Nada mais a cara dele.
Idealizado por Artur Slama, diretor criativo da Casa Slamb, decidiu levar a mostra para o espaço, inicialmente, por ser um fã de Arnaldo, mas também, devido a um contato que teve com o artista durante o período de isolamento social.
A Casa [Slamb] nem existia, mas foi durante a pandemia que procurei o Arnaldo para adquirir uma obra dele. Anos depois, agora com um espaço adequado, procurei a Sônia [assessora do artista] e ela percebeu que já nos conhecíamos, explica Slama.

Entre Fadas e Travesseiros Travessos é a 7ª exposição individual de Arnaldo como artista visual e ela conta com obras que furam criadas, em sua maioria, durante o período de isolamento social causado pela Covid-19. As 76 são de acrílico e mixed media sobre papelão paraná, 32×40 cm. à venda na galeria virtual de Arnaldo.
Mas nada mais combina com a obra do Arnaldo do que as artes integradas. Foi assim que surgiu o Festival Arnaldo Baptista. De forma, inicialmente não planejada, ele começou na última quinta-feira (13) e segue com mais duas sessões nos dias 20 e 24 de março, data que marca o encerramento da mostra.
“Tudo convergiu para chegarmos até aqui. Como disse, não planejamos inicialmente, mas tinha tudo a ver. Infelizmente o Arnaldo não pode estar presente, mas sua arte e suas músicas estão presentes na casa. Como fã, sou extremamente grato por proporcionar isso”, ressaltou o diretor criativo da casa de cultura.
Sônia Rosa Maia, assessora do artista, conta que a ideia tem tudo a ver com o Arnaldo e seu legado artístico:
Ele [Arnaldo Baptista] é imenso. Conheço fãs de 15 até os 80 anos. Sua música se renova de forma muito orgânica, destaca.

E essa afirmação é reflexo dos artistas que compõe o festival, todos de origens e gerações diferentes, mas tendo a influência do ex-Mutante na sua forma de se expressar artisticamente. Na noite de abertura do festival, Camila Kohn criou um experimento baseado em recortes musicais, que iam de Bob Dylan, ao Arnaldo.
Seguido do jovem duo Doce Creolina, que apresentou suas músicas que ainda serão lançadas, além de versões de música de Baptista. Por fim, os paulistanos do Los Borges encerraram a noite com um samba-rock autoral, e, claro, com uma versão, no jeitinho deles, de “Cacilda”, canção do último disco pelo artista Let It Bed, em 2004.
A festival continua na próxima semana que vem com André Rosa e Conjunto, Antiprisma, Dillo de Araujo e muito mais! Os ingressos custam R$ para o dia 20 e 24 de março.
Mas se você estiver em São Paulo, a galeria é aberta e a mosta pode ser visitada pode ser visitada, gratuitamente, na Rua Mateus Grou, Nº 106, em Pinheiros, das 15h às 18h.
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