Segundo informação publicada pelo Financial Times, o banco norte-americano foi um dos principais arquitetos da operação que está retirando a EA da bolsa e transferindo o controle para um consórcio liderado por investidores sauditas, um movimento que mistura finanças globais, geopolítica e, claro, o apetite insaciável por propriedade intelectual no setor de entretenimento digital.
Há pouco mais de 15 anos, jogos eletrônicos ainda eram tratados como produto cultural, importante, lucrativo, mas longe do glamour corporativo de grandes fusões. Hoje, The Sims, FIFA, Mass Effect e Apex Legends são considerados ativos estratégicos com valor comparável ao de franquias da Disney e Marvel.
O pagamento de US$ 110 milhões ao Goldman Sachs é apenas a ponta visível de uma operação financeira gigante:
- assessores jurídicos,
- bancos estruturadores,
- consultorias para valuation,
- fundos soberanos,
- firmas de private equity.
O mercado não está mais olhando para quantas cópias um jogo vende, mas para o potencial de expandir IPs em filmes, séries, parques, mobile e cloud gaming.

O que isso significa?
Com a privatização, a EA deixa de responder aos humores trimestrais da bolsa e passa a operar sob outra lógica: a dos credores.
Isso pode significar:
- decisões mais ousadas e de longo prazo (algo bom para franquias como Mass Effect e Dragon Age);
- ou uma temporada de corte de custos e reorganização interna caso o endividamento seja agressivo demais.
Quando videogames viram palco de investimento geopolítico, significa que:
- soft power digital está em jogo;
- futuras franquias podem mirar públicos estratégicos;
- e a guerra por talentos criativos tende a se intensificar.
O setor de games nunca foi tão global, e tão politizado.
Nota do colunista
"O que mais me chama atenção não é o buyout em si, mas o fato de a economia dos games ter atingido um patamar onde bancos como o Goldman Sachs tratam jogos como ativos comparáveis a petróleo, telecom e big tech. Estamos vendo a consolidação de um mercado onde cada franquia é ouro puro, e onde cada movimento corporativo pode redefinir estúdios inteiros. A pergunta que fica: será que estamos prestes a ver uma nova onda de megacompras? Ubisoft? Square Enix? Capcom?"
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