Após 14 anos, a espera dos fãs de um dos jogos mais estranhos e adorados da história finalmente chegou ao fim. Once Upon a Katamari marca o retorno da série com uma nova aventura para consoles que adiciona viagem no tempo, novos estágios e a mesma essência viciante de rolar objetos. O jogo é uma celebração de tudo que fez a franquia ser um clássico cult. No entanto, em um mercado cada vez mais globalizado, a ausência de localização para o português do Brasil é um ponto que precisa ser destacado, tornando-o um título de excelência com uma falha de acessibilidade.

Onde a história encontra o clássico
Katamari Damacy não foi apenas um jogo; foi um fenômeno cultural bizarro, viciante e divertido. Once Upon a Katamari resgata essa fórmula e transporta para um cenário de viagem no tempo. O Rei de Todos os Cosmos, destrói acidentalmente a Terra e várias estrelas, forçando o Príncipe a rolar seu katamari por diferentes eras desde a Idade Jurássica até o Japão feudal para reconstruir o firmamento.

Jogabilidade e o prazer de rolar
A mecânica central que fez a série ser amada está intocada: o jogador controla o Príncipe e deve rolar uma bola mágica (katamari) para grudar objetos menores que ela fazendo assim com que se possa grudar coisas maiores ainda. O controle é responsivo, mantendo o esquema clássico de twin-stick (duplo analógico). A fluidez da jogabilidade é imediata, e a curva de satisfação ao ver seu katamari crescer de uma bola de gude a uma bola de demolição é a mesma de 20 anos atrás.

A novidade mais significativa é a introdução de novas ferramentas de apoio, como um ímã que atrai objetos próximos. Essa adição oferece uma sutil camada de estratégia, quebrando um pouco a repetição nos estágios contra o tempo.
Acertos e erros
O jogo mantém o estilo visual low-poly (poucos polígonos) e a estética colorida e surreal que são marcas registradas. Nos consoles de nova geração, os gráficos estão mais limpos e vibrantes, rodando a uma taxa de quadros alta e estável. A trilha sonora, com faixas inéditas, é o motor da experiência, contribuindo com energia na jogabilidade.
No entanto, há uma falha notável na atenção ao público brasileiro. A localização em português do Brasil está presente apenas nos materiais contratuais e descrições de venda. O jogo em si não oferece legendas ou menus em PT-BR, essa omissão causa estranheza e cria uma barreira desnecessária. Mesmo que a série Katamari não seja focado em diálogos complexos, a ausência de tradução impede a total imersão e entendimento do humor surreal do Rei de Todos os Cosmos para quem não domina o inglês.
Veredito
Once Upon a Katamari é exatamente o que os fãs esperavam: a mesma diversão caótica, estranha e incrivelmente satisfatória de sempre, mas com um novo e brilhante verniz de conteúdo e melhorias. A inclusão da viagem no tempo garante fases criativas e desafiadoras, além do fator replay ser um ponto alto do jogo.
Apesar da falha na localização para o português do Brasil, que é um ponto negativo que a Bandai Namco deveria ter evitado, o charme e a capacidade de envolver de Katamari continuam intactos. É um retorno triunfal que prova que, após 14 anos, os clássicos continuam dando resultados.
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