‘Nesta sexta-feira (7) Lady Gaga lançou “Mayhem”, seu aguardado sétimo álbum que marca sua volta ao pop após cinco anos. Desde o lançamento do primeiro single, “Disease”, a estrela pop vinha indicando que pretendia retornar ao dark pop, estilo que marcou a explosão que foi o início da sua carreira e, principalmente, o seu segundo disco, “The Fame Monster”. Entenda a aqui o que tem realmente de semelhanças e quais são as diferenças entre esses dois momentos da mother monster.
Ainda mais fama e ainda mais dark
Em 2010 Lady Gaga era a grande novidade do pop e habitava as paradas com hits como “Poker Face”, “paparazzi”, “Love Game”, todos do seu primeiro álbum “The Fame” (2008) que fazia provocações em torno da relação entre público, artista e fama. Com a sua própria fama crescendo vertiginosamente e a maneira como a cantora alimentava isso, transformando qualquer aparição pública em um grande evento, tudo caminhava para que seu segundo álbum tomasse proporções ainda maiores.
E o foi o que aconteceu. Em novembro daquele ano, Gaga lança “The Fame Monster”, encabeçado pelo single “Bad Romance”, um pop excêntrico, exagerado e altamente contagiante que rapidamente alcançou o topo das paradas e é o seu maior sucesso até hoje. Esse era só o início da era que se tornou a mais aclamada da artista e que como já indicava o título, a mergulhou em uma fama ainda maior e uma estética sombria e monstruosa.
Com The Fame Monster, Gaga consolidou o dark pop como sua marca. Um estilo que misturava uma estética meio gótica – meio futurista, com inspirações no cyberpunk e em nomes como Tim Burton; e uma sonoridade grandiosa, com ares teatrais, que bebia na fonte de referências dos anos 1980 como Madonna, David Bowie, Michael Jackson, mas ao mesmo tempo muito diluídas e conectadas com o eletropop que ela mesma havia ajudado a alavancar e fazer com que ele dominasse o cenário musical daquele momento.
Com os singles seguintes, “Telephone” e “Alejandro”, além de outras faixas que se tornaram muito queridas pelos fãs como “Dance in The Dark” e “Speechless”, “The Fame Monster” se consolidou como o grande álbum pop daquele ano e um dos maiores sucessos dos anos 2010. Gaga continuou aperfeiçoando o seu dark pop, com êxito no disco seguinte, “Born This Way” (2012), mas trazendo novos elementos e se distanciando um pouco da coesão do seu segundo ato.
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Uma volta comedida ao dark pop em ‘Mayhem’
Agora em 2025, Gaga retorna ao pop depois de cinco anos em que se dedicou a carreira de atriz, projetos paralelos no jazz e os shows da sua turnê mais recente, a The Chromatica Ball Tuor. “Mayhem” traz a volta da estrela ao dark pop, como prometido, porém em uma versão mais leve, menos sombria e rebelde como nos primeiros anos da carreira, e mais voltada a um pop bem acabado, dançante e pegajoso.
Entre as 14 novas faixas, muitas lembram a atmosfera do “The Fame Mosnter” e revivem um pouco da estranheza deliciosa daquela era, como é o caso de “Abracadabra”, “Perferct Celebrity” e “Zombieboy”, porém, no geral, o álbum caminha ema uma direção diferente. Ele é mais voltado para ser um bom álbum pop, dançante e com músicas memoráveis, do que uma obra mais provocadora com tons épicos.
As referências das década de 1970 e 1980 voltam aqui, mas bem mais evidentes e ecoando mais a sonoridade da época e uma produção mais polida e mais bem enquadrada no pop; mas que não deixa de estar bem situada no presente, no que está sendo feito hoje. O resultado é um álbum mais comedido que o “The Fame Monster”, um pouco menos coeso, com um final menos potente, mas que funciona como um resgate do dark pop e um reposicionamento de Gaga no cenário musical global.
Se com seu segundo álbum, Lady Gaga buscava ampliar seu épico pop sobre o mundo fama, alcançando o seu momento mais grandioso; agora, com “Mayhem” ela busca um retorno aos holofotes depois de um longo período morno, com diferentes focos, erros e acertos; porém desta vez com menos intensidade e um pé a menos no acelerador.
A cantora terá logo mais a oportunidade perfeita para testar o quanto seu novo projeto irá funcionar: O show na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, no dia 3 de maio. “Mayhem” deverá ser o grande destaque do espetáculo, porém poderemos ver como as novas músicas dialogam com os hits antigos, e principalmente os do “The Fame Mosnter”; além de entender como os fãs irão se relacionar com a Gaga de 2025.
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