MC Poze do Rodo tem músicas banidas do Spotify após prisão por apologia ao Comando Vermelho
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MC Poze do Rodo tem músicas banidas do Spotify após prisão por apologia ao Comando Vermelho

MC Poze do Rodo teve suas músicas retiradas do Spotify logo após ser preso nesta quinta-feira (29). O motivo? Suas letras estariam, supostamente, fazendo apologia direta ao crime organizado, principalmente ao Comando Vermelho (CV). O caso gerou um burburinho nas redes sociais e reacendeu o debate sobre os limites entre liberdade artística e incentivo ao crime.

Letras e shows sob investigação

De acordo com a Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), a prisão do cantor não foi por acaso. As investigações indicam que MC Poze não só fazia músicas exaltando o CV, como também realizava shows exclusivamente em áreas dominadas pela facção. E não era qualquer festinha: os eventos eram frequentados por traficantes armados, com fuzis e outras armas de grosso calibre.

Entre as músicas que pegaram mal com a Justiça, está “Fala que a Tropa é CV”, na qual o artista canta versos como “se os cana brotar, a bala vai comer”. A polícia afirma que essas letras não só glorificam o tráfico, mas também incentivam confrontos armados entre facções rivais, ultrapassando o que seria considerado liberdade artística.

Spotify aperta o “delete”

Diante da repercussão e das acusações, o Spotify não pensou duas vezes e removeu do ar as músicas que fazem essa suposta apologia. Isso inclui não apenas os famosos “proibidões”, mas também outras faixas que, segundo análise da plataforma, continham conteúdo que violava as políticas de uso.

O Spotify esclareceu que, apesar de defender a liberdade de expressão, não permite conteúdos que façam apologia ao crime, promovam violência ou incitem atividades ilegais.

O lado sombrio dos proibidões

Os “proibidões” sempre foram um tema polêmico dentro do funk carioca. Enquanto muitos defendem como expressão legítima da realidade das comunidades, outros apontam como incentivo ao crime. No caso de MC Poze, a situação se complicou ainda mais porque, segundo a polícia, seus shows seriam bancados pelo próprio CV, como estratégia para fortalecer o tráfico de drogas.

Em um dos eventos investigados, realizado poucas horas antes da morte do policial civil José Antônio Lourenço, o cantor teria entoado diversas músicas enaltecendo a facção criminosa. Para a Polícia Civil, esse episódio foi a gota d’água.

Entre o palco e a cela

Atualmente, MC Poze está preso e as acusações são pesadas: apologia ao crime, incitação à violência, associação para o tráfico e promoção de facção criminosa. Em uma publicação no Instagram do artista, com o título “MC NÃO É BANDIDO”, ela questiona que muitos músicos, atores e diretores tem peças artísticas que fazem relatos ficcionais de situações que seriam crime, mas nunca são processados. Ela ressalta ainda que, a prisão de Poze ou qualquer outro MC, nesse contexto, é a criminalização da arte periférica.

A DRE foi direta: “As letras extrapolam os limites constitucionais da liberdade de expressão e artística, configurando crimes graves”, informa afirma nota.

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Redatora apaixonada por gatos e pela cultura pop