O fenômeno Ne Zha 2 continua a surpreender o mercado cinematográfico mundial. A plataforma chinesa de venda de ingressos Maoyan revisou suas projeções para o filme, estimando que a animação alcance 14,25 bilhões de yuans (cerca de US$ 1,99 bilhão) em bilheteria na China. Se confirmado, o longa não apenas se tornará a maior bilheteria da história da animação mundial, mas também entrará para o seleto grupo dos sete filmes mais rentáveis de todos os tempos, em todas as categorias.
Lançado em 29 de janeiro, durante as celebrações do Ano-Novo Chinês, Ne Zha 2 já arrecadou mais de US$ 1,3 bilhão e atraiu mais de 187 milhões de espectadores apenas no mercado doméstico. Esses números superam todos os filmes exibidos na China este ano e colocam a produção em pé de igualdade com blockbusters de Hollywood.
A sequência do sucesso de 2019, Ne Zha, é o primeiro filme a ultrapassar a marca de US$ 1 bilhão em um único mercado, um marco histórico que reforça a força da indústria do audiovisual chinesa.
Tradição chinesa com um toque moderno
Assim como o aguardado jogo “Black Myth: Wukong”, Ne Zha 2 se inspira em uma lenda da dinastia Ming (1368-1644), recontando a história do personagem mítico Ne Zha, conhecido por seus poderes extraordinários. O diretor Yang Yu, apelidado de Jiaozi, encontrou na cultura tradicional chinesa uma fonte inesgotável de inspiração para a animação.
Cada detalhe do filme é uma celebração da cultura chinesa, desde os trajes tradicionais de Ne Zha e os artefatos mágicos de seu mentor, Taiyi Zhenren, até os cenários elaborados do Palácio Submarino do Dragão e da mística Terra das Maravilhas de Kunlun. No entanto, o sucesso não se deve apenas à riqueza cultural. A adaptação desses elementos para o público moderno, aliada a um enredo envolvente, foi fundamental para conquistar plateias.
Políticas públicas
O governo chinês tem desempenhado um papel crucial nesse crescimento. Desde a Lei de Reforma e Abertura do Setor Audiovisual, em 2017, o país implementou políticas para fortalecer a produção nacional e expandir sua presença global. Em duas décadas, o número de salas de cinema saltou de mil para 14 mil, fruto de parcerias público-privadas e investimentos em produções de temática nacional.
A cooperação internacional também é uma prioridade. Acordos de coprodução, como o firmado com o Brasil, buscam promover a diversidade cultural e o intercâmbio técnico, consolidando a China como um player global no setor audiovisual.
Leia também:
