Foto: reprodução/Kiss FM

O adeus aos palcos: o legado imortal do Aerosmith 

Vamos dar uma volta na máquina do tempo e relembrar a trajetória desses caras que conquistaram gerações

Se tem uma banda que pode ser chamada de lenda viva do rock, ela é o Aerosmith. Eles têm abalado os palcos do mundo inteiro com sua mistura única de rock, blues e aquela atitude inconfundível desde os anos 70.

A história do Aerosmith é uma montanha-russa de altos e baixos, sucesso estrondoso e desafios pessoais. Desde os primeiros dias, quando cinco jovens músicos se uniram em Boston, até os shows em estádios lotados, a banda sempre manteve sua essência e paixão pelo rock. Com seus riffs marcantes e letras memoráveis, eles deixaram uma marca indelével na música e na vida de milhões de fãs ao redor do mundo. Vamos dar uma volta na máquina do tempo e relembrar a trajetória desses caras que conquistaram gerações:

Os primeiros acordes

Tudo começou no início dos anos 70, quando Steven Tyler (vocal), Joe Perry (guitarra), Tom Hamilton (baixo), Joey Kramer (bateria) e Ray Tabano (guitarra rítmica) se juntaram para formar o Aerosmith. A química entre eles era inegável e rapidamente começaram a ganhar seguidores na cena musical de Boston. Os primeiros shows foram verdadeiras explosões de energia, mostrando ao público que eles não eram apenas mais uma banda de rock.

Com a saída de Ray Tabano e a entrada de Brad Whitford, a formação clássica do Aerosmith estava completa. Em 1973, eles lançaram seu primeiro álbum autointitulado, que incluía o hit “Dream On”. A música se tornou um hino atemporal, destacando a voz poderosa de Steven Tyler e as habilidades de composição da banda. Outros singles notáveis desse álbum foram “Mama Kin” e “Movin’ Out”.

Nos anos seguintes, o Aerosmith continuou a crescer em popularidade. Em 1974, lançaram “Get Your Wings”, que trouxe sucessos como “Same Old Song and Dance” e “Train Kept A-Rollin'”. A banda estava começando a moldar seu som característico, uma mistura única de rock com influências do blues. Seu estilo começou a influenciar outras bandas e a atrair uma base de fãs leal.

Com o lançamento de “Toys in the Attic” em 1975, o Aerosmith se consolidou como uma das maiores bandas de rock da época. O álbum incluía clássicos como “Sweet Emotion” e “Walk This Way”, que continuam a ser tocados em rádios e playlists de rock até hoje. Esse período foi marcado por intensas turnês e uma presença cada vez mais forte na mídia.

A ascensão ao sucesso

O sucesso de “Toys in the Attic” catapultou o Aerosmith ao estrelato. Eles seguiram com “Rocks” em 1976, que trouxe hits como “Back in the Saddle” e “Last Child”. A banda estava no auge, tocando em grandes arenas e festivais ao redor do mundo. Seu estilo energético e carismático nos palcos, combinado com suas músicas poderosas, os fez ganhar uma base de fãs ainda maior.

Nos anos seguintes, o Aerosmith lançou mais álbuns de sucesso, como “Draw the Line” (1977) e “Night in the Ruts” (1979). Canções como “Kings and Queens” e “Remember (Walking in the Sand)” mostraram a versatilidade da banda e sua capacidade de se reinventar. No entanto, esse período também trouxe desafios, com crescentes tensões internas e problemas pessoais entre os membros.

Os problemas com drogas e álcool começaram a afetar seriamente a banda. Em 1979, Joe Perry deixou o grupo durante as gravações de “Night in the Ruts”. Brad Whitford também saiu pouco depois. As saídas dos guitarristas marcaram um momento difícil para o Aerosmith, que teve que lutar para manter sua relevância no cenário musical. Mesmo com as dificuldades, lançaram “Rock in a Hard Place” em 1982, mas sem o mesmo impacto dos álbuns anteriores.

A virada veio em meados dos anos 80, quando Joe Perry e Brad Whitford retornaram à banda. Com todos os membros originais de volta, o Aerosmith iniciou um processo de reabilitação e renovação. Esse período foi crucial para o retorno triunfal que estava por vir, marcando uma nova fase na história do grupo.

Altos e baixos

Com a formação clássica restaurada, o Aerosmith fez um retorno triunfal com o lançamento de “Permanent Vacation” em 1987. O álbum foi um grande sucesso, trazendo singles icônicos como “Dude (Looks Like a Lady)”, “Angel” e “Rag Doll”. Esse renascimento comercial e criativo marcou o início de uma nova era para a banda, que estava mais forte do que nunca.

Nos anos 90, o Aerosmith continuou a lançar álbuns de sucesso e a conquistar novos fãs. “Pump” (1989) foi outro grande marco, com hits como “Love in an Elevator” e “Janie’s Got a Gun”. A banda não só recuperou seu lugar no topo das paradas, mas também ganhou prêmios e elogios da crítica. Sua capacidade de se reinventar e se adaptar às mudanças no cenário musical foi fundamental para sua longevidade.

O álbum “Get a Grip” de 1993 solidificou ainda mais sua posição no rock. Com singles como “Cryin'”, “Crazy” e “Amazing”, o Aerosmith conseguiu atrair uma nova geração de fãs. Os videoclipes dessas músicas, muitas vezes estrelados por Alicia Silverstone, se tornaram ícones da cultura pop dos anos 90. A banda estava no auge, vendendo milhões de álbuns e lotando arenas ao redor do mundo

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Apesar do sucesso contínuo, os anos 90 também trouxeram seus desafios. Problemas de saúde, disputas internas e a pressão constante da indústria musical testaram a resistência da banda. No entanto, o Aerosmith sempre encontrou uma maneira de superar esses obstáculos, mantendo-se fiel à sua música e aos seus fãs.

Nova geração de fãs

Nos anos 2000, o Aerosmith continuou a lançar música nova e a fazer turnês. Álbuns como “Nine Lives” (1997) e “Just Push Play” (2001) trouxeram hits como “Pink” e “Jaded”, mostrando que a banda ainda tinha muito a oferecer. Eles também exploraram novos territórios, colaborando com outros artistas e participando de trilhas sonoras de filmes.

“I Don’t Want to Miss a Thing”, lançada em 1998 como parte da trilha sonora do filme “Armageddon”, se tornou um dos maiores sucessos da banda. A balada alcançou o topo das paradas e é uma das músicas mais reconhecíveis do Aerosmith. Esse período também viu a banda sendo introduzida no Rock and Roll Hall of Fame em 2001, uma honra que consolidou seu status como lendas do rock.

A popularidade do Aerosmith continuou a crescer, atraindo uma base de fãs diversificada. Eles se adaptaram às novas tecnologias e tendências, usando plataformas digitais para alcançar novos ouvintes. Sua capacidade de se conectar com diferentes gerações é um testemunho de sua relevância contínua na música.

Nos últimos anos, o Aerosmith manteve sua presença nos palcos com turnês mundiais e residências em Las Vegas. Eles continuaram a emocionar o público com suas performances enérgicas e seus clássicos atemporais. Mesmo após cinco décadas de carreira, a banda nunca perdeu seu espírito rebelde e sua paixão pelo rock.

Legado e Aposentadoria

Ao longo dos anos, o Aerosmith não apenas fez história, mas também inspirou uma infinidade de bandas e artistas. Seu legado no rock é inquestionável, e suas músicas continuam a tocar corações e sacudir cabeças ao redor do mundo. Hits como “Walk This Way”, “Dream On”, “Sweet Emotion” e “Love in an Elevator” são verdadeiros clássicos que nunca envelhecem.

Eles também se destacaram pela sua longevidade e capacidade de se reinventar. Poucas bandas conseguiram manter uma carreira tão longa e bem-sucedida quanto o Aerosmith. Sua influência pode ser vista em diversos gêneros musicais, e seu impacto na cultura pop é imensurável. Eles são verdadeiros ícones do rock, com um legado que continuará a inspirar futuras gerações de músicos e fãs.

E na última sexta-feira, dia 2 de agosto de 2024, o Aerosmith anunciou que está se aposentando dos palcos. Após décadas de shows inesquecíveis e incontáveis hits, a banda decidiu que é hora de encerrar essa incrível jornada. É o fim de uma era, mas as memórias e a música desses ícones do rock viverão para sempre.

Com gratidão e respeito, nos despedimos dos Bad Boys de Boston, agradecidos por todas as décadas de pura energia e rock ‘n’ roll. Valeu, Aerosmith! Suas músicas e seu legado continuarão a viver em nossos corações e em cada acorde que vocês nos deram.

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