Oasis
Foto: reprodução/Rolling Stones

Oasis: o retorno da lenda do britpop

Irmãos Gallagher deixam as brigas de lado e preparam turnê mundial para 2025, reacendendo a chama do britpop

Oasis está de volta! Sim, você leu certo. Depois de 15 anos separados, os irmãos Gallagher finalmente deixaram as tretas de lado e anunciaram o retorno da banda que dominou o britpop nos anos 90. Com shows já marcados para 2025 e mais datas pelo mundo a caminho, os fãs vão poder reviver os clássicos de uma das bandas mais icônicas da história do rock.

Mas, antes de chegarmos ao comeback, vale relembrar a trajetória turbulenta que fez do Oasis uma lenda:

Do sucesso ao caos

Oasis surgiu em Manchester em 1991 como a resposta britânica ao grunge que bombava nas paradas. Com Noel e Liam Gallagher na linha de frente, a banda logo se destacou no cenário local, trazendo o espírito indomável da cidade operária. Em 1994, eles lançaram o álbum de estreia, Definitely Maybe, que virou um fenômeno instantâneo.

Músicas como “Supersonic,” “Live Forever,” e “Rock ‘n’ Roll Star” capturaram a imaginação da galera, que buscava hinos acessíveis e grandiosos. Com uma sonoridade única, misturando riffs marcantes e letras que falavam de sonhos e frustrações juvenis, o Oasis se estabeleceu como o novo som da classe trabalhadora britânica.

Mas o impacto de verdade veio com o segundo álbum, (What’s the Story) Morning Glory? (1995). Esse disco não só colocou o Oasis no topo do Reino Unido como também levou a banda ao estrelato mundial. “Wonderwall,” “Don’t Look Back in Anger,” e “Champagne Supernova” se tornaram clássicos na hora, tocando em festas, estádios e rádios do mundo todo.

O álbum vendeu mais de 22 milhões de cópias e se tornou um marco do Britpop, consolidando a banda como um símbolo da era e dando à geração dos anos 90 uma trilha sonora inesquecível. A partir daí, o Oasis parecia intocável, quebrando recordes, como quando se apresentaram para 250 mil pessoas em Knebworth, em 1996, em um dos shows mais icônicos da história da música.

Só que, enquanto a fama só crescia, os problemas internos da banda também. As brigas entre os irmãos Gallagher viraram uma constante, criando uma narrativa paralela à música que, de certo modo, virou parte da identidade da banda. Discussões públicas, abuso de substâncias e comportamentos erráticos dos irmãos tornaram-se tão lendários quanto seus sucessos nas paradas, e a tensão interna minava o potencial criativo do grupo.

A banda continuou lançando álbuns, mas as divisões internas e a pressão da fama começaram a afetar o desempenho e a coesão da banda. O auge se transformou em uma lenta espiral de conflitos, culminando na separação definitiva em 2009, quando Noel abandonou a banda após uma briga nos bastidores. Oasis se despediu em meio ao caos, mas deixou um legado que continua a inspirar gerações, mostrando que mesmo na turbulência, é possível deixar uma marca indelével na história da música.

Os Gallagher: o amor e ódio que definiu o Oasis

A relação entre Noel e Liam Gallagher sempre foi complicada: uma mistura de admiração e rivalidade que alimentava tanto a música quanto as tretas. Noel era o principal compositor e o cérebro por trás dos hits, enquanto Liam, com sua voz rouca e atitude de “bad boy”, era o cara carismático que dominava o palco. Juntos, eles formavam uma dupla explosiva, tanto musicalmente quanto pessoalmente.

Oasis
Foto: reprodução/Rolling Stones

Desde o início, os Gallagher mostraram que o relacionamento era cheio de tensão. As brigas começaram nos bastidores, mas logo viraram coisa pública. Entrevistas, shows e até tabloides registravam as discussões frequentes e muitas vezes agressivas. Houve até um episódio famoso em 1994, quando Liam quebrou a guitarra de Noel antes de um show, quase levando Noel a sair da banda na hora.

Essas tretas criaram uma aura de caos ao redor do Oasis, mas também ajudaram a construir a lenda da banda. A energia bruta e incontrolável deles se refletia tanto nos shows explosivos quanto nas músicas grandiosas. Mas essa mesma dinâmica foi o que levou ao fim do grupo.

O declínio e a separação: quando a briga ficou grande demais

Nos anos 2000, as tensões entre os irmãos só pioraram. Cada novo álbum vinha com histórias de brigas e ameaças de separação. “Be Here Now” (1997) marcou o auge do sucesso comercial, mas também o começo da queda. O álbum era grandioso, mas exagerado, e não conseguiu ter o mesmo impacto dos anteriores.

Mesmo assim, o Oasis continuou lançando álbuns, como “Standing on the Shoulder of Giants” (2000) e “Heathen Chemistry” (2002). As brigas, no entanto, eram tão constantes que a separação parecia só uma questão de tempo. O ponto de ruptura veio em 2009, quando Noel anunciou sua saída, dizendo que não aguentava mais lidar com Liam. A briga final rolou nos bastidores de um show em Paris, onde os irmãos discutiram feio, e Noel decidiu sair da banda na mesma noite.

Oasis
Foto: reprodução/Rolling Stones

A separação chocou os fãs, mas também parecia inevitável. Noel e Liam seguiram caminhos separados com projetos solos de sucesso, mas sempre à sombra do Oasis. Enquanto Noel formou a banda High Flying Birds, Liam lançou sua carreira solo. Ambos tiveram bons momentos, mas nenhum chegou perto do impacto que tiveram juntos.

O legado do Oasis: músicas que marcaram geração

Mesmo com as brigas e o fim, o legado do Oasis é indiscutível. Álbuns como Definitely Maybe e (What’s the Story) Morning Glory? são marcos do rock britânico, influenciando bandas e artistas que vieram depois. Músicas como “Wonderwall,” “Champagne Supernova,” e “Don’t Look Back in Anger” continuam tocando em rádios, playlists e shows ao redor do mundo.

Além desses álbuns icônicos, o Oasis também lançou trabalhos importantes como Don’t Believe the Truth (2005) e Dig Out Your Soul (2008), mostrando que mesmo nos piores momentos, eles ainda sabiam fazer música que conectava com os fãs. Depois da separação, o impacto cultural da banda só cresceu, com novas gerações descobrindo suas músicas e sentindo a influência deles no rock moderno.

A reunião

Depois de anos de especulações, indiretas nas redes sociais e esperanças renovadas a cada aniversário dos álbuns clássicos, o impossível aconteceu: Noel e Liam decidiram deixar as diferenças para trás e reuniram o Oasis. O anúncio pegou todo mundo de surpresa e causou euforia nos fãs.

Fontes próximas dizem que os Gallagher passaram meses conversando e resolvendo as tretas. A reunião veio principalmente para comemorar os 30 anos de (What’s the Story) Morning Glory?, um dos álbuns mais importantes da carreira e da história do rock.

E agora, em 2024, os irmãos confirmaram oficialmente que o Oasis está de volta, com 14 shows marcados para 2025 no Reino Unido e Irlanda. Os shows serão em grandes arenas e estádios, e os ingressos devem se esgotar em minutos. Além disso, a banda já prometeu mais datas pelo mundo, levando a turnê para os fãs de todas as partes.

E para completar, rolam boatos de que Noel e Liam já estão trabalhando em novas músicas, que podem ser lançadas em 2025. Se as novas faixas estarão à altura dos clássicos, ainda não dá para saber, mas o retorno do Oasis com certeza marca um novo capítulo na história de uma banda cuja trajetória é tão intensa quanto suas músicas.

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