Project Tower | Reprodução: Steam

Preview | Project Tower necessita da própria metamorfose ambulante

A metamorfose ambulante pode ser a luz que salva das trevas.

Project Tower, o jogo de estreia do estúdio francês Yummy Games é um shooter de ficção científica que, em trailers, promete ser o “diferentão” na fila do pão, mas ao experimentar, pode ser apenas mais um a se passar batido.

A premissa do game é a contramão do que se espera de conteúdos de invasão alienígena. No game, controlamos o personagem após uma invasão, fugindo do costume: histórias no pré ou durante a invasão; coisas que estamos acostumados a ver em filmes e jogos do gênero. Em Project Tower a Terra já está dominada por uma raça alienígena chamada “Hiks”. Esses aliens sequestram seres humanos e os tornam escravos em uma arena em forma de torre. O restante da humanidade precisa enfrentar exércitos e mais exércitos de alienígenas sedentos por violência, afim de provar que são dignos do fim dos testes.

Por mais que pareça algo de “bom grado” dar a oportunidade dos humanos lutarem por liberdade, tudo isso é um grande treinamento para as hordas aliens. Ao enfrentar esses humanos, eles podem aprender as técnicas de combate mais efetivas.

É nessa situação que se encontra o protagonista da história. Um prisioneiro que está disposto a lutar. No entanto, ele possui um plus: poderes de metamorfose que dão a habilidade de se assemelhar e usar poderes aliens.

Como dito anteriormente, o game possui um diferencial na sua história, mas isso não pode o carregar sozinho. O problema que pode tornar Project Tower “só mais um” é a forma em que está sendo desenvolvido.

Mecânicas

Project Tower quer ser diferente, mas isso não vai acontecer se os movimentos usados nos personagens não são originais (ou pelo menos não tão originais assim). Movimentos de corrida, pulo, cambalhota, tiros e ataques parecem ter sido comprados em bibliotecas digitais de animação. O fato do game ter sido criado completamente em Unreal Engine 5 só confirma ainda mais essa hipótese. Vide que não há problema algum em criar games usando a engine da Epic, mas animações originais dão um tom e um tempero diferente ao game durante as gameplays. Por mais da crítica, para ser justo, os movimentos fluem consideravelmente bem e alcançam o que é proposto: divertir.

Ainda seguindo na gameplay, o game ainda não está tão bem otimizado para PC. Durante a minha jogatina, ao alcançar um determinado corredor, o game travou e quando fui reiniciar, todo o meu save estava perdido, me forçando a recomeçar do zero. Seguindo esse fato, toda a imersão foi por água abaixo.

Um outro ponto chato a ser comentado, mas extremamente necessário a ser discutido é até onde a linha tênue de inspiração/releitura e cópia vai. O menu principal parece literalmente um print de um hub de algum Battlefield da EA, mas com os textos de Project Tower. Tudo bem que o hub dos games da EA são lindos e futuristas, conversando bastante com o que Project Tower propõe, entretanto existe a possibilidade e a liberdade artística para criar algo original e igualmente futurista. Sem fugir tanto da clara inspiração.

Project Tower | Reprodução: Steam

Trilha Sonora

Antecedendo logo o julgamento. A trilha e efeitos sonoros deixam a desejar. A trilha se repete e apresenta cortes aparentes em meio a ações/pré-conversas no game. Causa um incômodo muito forte, pois não houve nem a tentativa de esconder esses cortes. Isso tira por completo a imersão e nos faz lembrar que estamos jogando e não vivendo aquela história.

Conclusões

Apesar de tantos pontos a serem melhorados, esse não é o fim e também não é batida de martelo. Lançar demos é exatamente isso: teste e feedback. Project Tower tem uma grande premissa e ótimas ideias que podem levá-lo para o posto de novo grande game de ficção científica em shooter. O que precisa ser feito é lapidar os erros e confiar nas opiniões de quem jogou o game nessa versão demo. A sua mecânica mais interessante é a metamorfose ambulante no personagem. O Project Tower precisa ativar esse poder nele mesmo, se alterar, adaptar e, assim, se tornar um daqueles jogos que são lançados um pouco diferentes (de forma boa) da demo e ser considerado, assim, um exemplo de escuta e trabalho conjunto aos fãs.

Project Tower será lançado em setembro desse ano para PC e PS5. A Conecta Geek agradece imensamente o envio de uma cópia do game para testes.