Gene Stupnitsky é um diretor americano especialista no gênero Comédia. Ele é responsável por alguns episódios da famosa série The Office (2005-2010) e também na série Hello Ladies (2013-2014). Várias ocasiões foi Indicado a algumas premiações de TV. Mais experiente nesse formato de produção, em longas-metragens o diretor ainda está percorrendo seu caminho e chega agora ao seu quarto filme, Que Horas Eu Te Pego?.

Jennifer Lawrence? Uau!

Uma das grandes apostas do filme é ter Jennifer Lawrence no elenco. A loira ganhou destaque de uns anos pra cá e se tornou uma das grandes atrizes sobretudo após atuar na franquia Jogos Vorazes (2013-2015). Antes disso, fez uma personagem bem complexa no interessante Inverno da Alma (2010) e também atuou no polêmico Mãe (2017) de Darren Aronofsky.

Acontece que a atriz não é vista facilmente fazendo Comédia, logo, Que Horas The Pego? (No Hard Feelings, 2023) nos interessa de antemão por essa curiosidade. O interesse aumentou ainda mais quando, numa entrevista, a própria Jennifer disse que o filme não seria tão indicado para espectadores conservadores e que algumas cenas poderiam ofender.

Muitas inspirações

Maddie (Jennifer Lawrence) é uma mulher que, embora independente e determinada, passa por um momento de aperto financeiro em sua vida. Carro guinchado, casa para ser hipotecada, renda baixo. Até que uma oportunidade lhe bate à porta: namorar o filho de um casal rico e tentar deixá-lo mais extrovertido e confiante antes de seguir para a faculdade.

Percy (Andrew Barth Feldman) é o jovem que Maddie precisa conquistar. Apesar de ter todo luxo e conforto que o dinheiro dos pais pode comprar, ele é solitário, vive grudado em seu smartphone e mal sai de sua casa.

O primeiro filme que nos salta a memória é o clássico 80’s Namorada de Aluguel (1987) em que uma relação amorosa acontecia por conta de um trato financeiro. Mas, conforme o filme avança e ganha outras situações, produções como Quem Vai Ficar Com Mary? (1998), American Pie (1999) e  10 Coisas Que Eu Odeio Em Você (1999) podem nos indicar as inspirações e influências de Stupnitsky.

 Alguns clichês e momentos que se alternam entre alegres e tristes

Sabemos bem que esses filmes não entregam uma relação fácil de início. Personagens antagônicos que após percalços, desentendimentos e indiferenças precisam se sintonizar. Um processo vagaroso que envolve dramas, cenas inusitadas, surpresas, descobertas.

Entre momentos que beiram até o ridículo (como a cena noturna da praia) e outros que acertam em cheio revelando passagens bonitas (Percy ao piano), um filme que mesmo prezando a Comédia, pode ser dramático e doloroso até chegar a uma transformação por completo de seus personagens.

Mas, um aviso, Jennifer não estava errada, é um filme que, para rechear sua história, acaba entregando nudez, sensualidade, palavrões, humor ácido e algumas verdades (inclusive para quem não entender certas mensagens).

Temos sim algumas críticas

Embora Que Horas Eu Te Pego? pegue elementos de filmes de Comédia do passado, Stupnitsky é ousado o bastante para colocar o moderno e o tecnológico em pauta. E como ele faz isso? A falta de diálogo na própria família moderna ou então, os pais que pensam que podem comprar o filho em prol de carinho e de uma relação de bem-estar. Detalhe importante é Matthew Broderick (ator que foi um dos ícones das Comédias 80’s) fazendo o papel de pai de Percy.

Nem mesmo a questão das relações amorosas dos tempos atuais escapa. Num instante de fúria, Maddie diz que os jovens mais se preocupam com seus celulares do que em arrumar alguém para transar ou ter uma relação amorosa.

Lembrando que a própria Maddie é mais velha que Percy, mas para conseguir o trabalho, se passa por jovem e ganha a confiança dos pais do adolescente. Novamente, a questão da diferença de idades pode também ter um papel determinante aqui na trama (apesar de não se transformar numa chatice que desvirtua a ideia do filme).  

Resumo

Que Horas Eu Te Pego? é um filme que entrega sua proposta, altamente indicado para quem gosta do gênero Comédia com um romance que não vem açucarado demais. Mesmo que a trama alterne entre momentos de besteirol e outros criativos, certamente vai dialogar com muito das relações amorosas que já tivemos e que presenciamos hoje em dia.

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