O rapper e produtor musical Sean “Diddy” Combs foi sentenciado a quatro anos de prisão nesta sexta-feira (3) pelos crimes de tráfico sexual e extorsão. O juiz Arun Subramanian impôs a pena de 50 meses, que se alinha às recomendações do escritório de condicional e inclui multas por duas acusações menores de transporte para prostituição, pelas quais o músico foi considerado culpado em julho.
A sentença é um meio-termo entre a pena curta solicitada pela defesa e o pedido de mais de uma década de reclusão feito pelo governo federal. O juiz Subramanian destacou o histórico do rapper, afirmando que Combs “abusou do poder e do controle sobre a vida de mulheres que você declarou amar”. O magistrado acrescentou que o tribunal não poderia garantir que, se liberado, os crimes não seriam repetidos.
A procuradora-assistente dos EUA, Christy Slavik, defendeu no tribunal que o caso se tratava de “responsabilização e justiça”, ressaltando que ele tinha “vítimas reais que sofreram danos reais nas mãos do réu”. Ela criticou o uso da riqueza por Combs para exercer controle, afirmando que “Sua moeda de troca era o controle” e que ele a “usou essa moeda como arma para efeitos devastadores sobre as vítimas”.
Antes da sentença, Combs, se dirigiu ao júri por dez minutos, pedindo desculpas às ex-namoradas Cassie Ventura e “Jane”, ambas testemunhas no julgamento. O artista expressou sentir-se “repugnante, envergonhado e enojado” por seus anos de abuso e manipulação, alegando ao juiz que “Eu não sou essa pessoa exagerada. Sou apenas um ser humano.”
Durante o julgamento, no qual Ventura e “Jane” testemunharam, foram apresentadas fotos dos ferimentos de Ventura e vídeos das “surras” — maratonas sexuais com drogas e acompanhantes masculinos — que o rapper as forçou a participar ao longo dos anos. Uma prova crucial foi um vídeo de vigilância de 2016 que mostra Combs agredindo Ventura em um hotel de Los Angeles durante uma dessas “surras”.
As acusações contra P. Diddy
De acordo com os documentos apresentados pela Procuradoria de Nova Iorque, P. Diddy usava sua influência na indústria da música para atrair e recrutar mulheres jovens, na sua grande maioria, eram menores de idade, sob a promessa de oportunidades profissionais. Ao invés de ajudar elas na promoção de suas carreiras, P. Diddy submetia-as à abusos físicos e psicológicos, incluindo relações sexuais forçadas, filmagens sem consentimento e consumo forçado de substâncias ilegais. As denúncias relatam episódios de violência, ameaças com arma de fogo e pagamento em dinheiro para silenciar vítimas e testemunhas.
O caso é centrado nos eventos conhecidos como “freak-offs”, festas descritas como “performances sexuais elaboradas”, que eram filmadas por Combs com ou sem o consenso dos participantes, e que envolviam uso de drogas e óleo de bebê.
A acusação afirma, sem revelar os nomes, que o esquema era sustentado por uma estrutura de poder que incluía assistentes pessoais, membros da equipe de segurança e parceiros de negócios. Mas, neste primeiro julgamento, P. Diddy será o único que se tornará réu.
A cantora de R&B Cassie Ventura, conhecida apenas como Cassie, que estava em um relacionamento com Diddy durante 10 anos entre idas e vindas, será uma das testemunhas mais esperadas no julgamento. Um vídeo divulgado no ano passado pela CNN, captado por câmeras de vigilância, mostrou Sean Combs atacando-a violentamente em 2016 em um hotel de Los Angeles.
O rapper, que já foi um influente nome nas indústrias da música e da moda, não deverá ser solto antes de 2029, a menos que receba perdão de Donald Trump.
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