A tão aguardada versão de Ready or Not chega para os consoles. Com sua abordagem tática, o jogo entrega tensão e realismo, mas tropeça em questões de desempenho, bugs e limitações na interface.
Ready or Not, desenvolvido pela VOID interactive, é um jogo de tiro tático em primeira pessoa que foca na simulação realista de operações policiais, conduzidas por unidades da SWAT. A versão de console lançada para PlayStation 5 e Xbox Series X/S, chega com promessa de levar toda a complexidade e intensidade do título para além do PC. Entretanto troca o teclado e o mouse pelo controle, nem tudo é adaptado com perfeição.
A essência do jogo permanece a mesma: você comanda uma equipe da SWAT em missões de alto risco, onde em cada local pode esconder ameaças ou civis. O foco em movimento tático e uso correto da força é um diferencial do jogo.
No console o mapeamento de comandos exige do jogador um certo tempo de adaptação e a ausência de atalhos rápidos prejudica o dinamismo em situações críticas. Interações que no PC precisam apenas de um botão para serem realizadas, no console demandam um pouco mais de tempo devido a seus menus radiais. Mas mesmo com esse entrave a jogabilidade continua envolvente.
O jogo conta com diversas missões, que vão desde resgate de reféns até confronto com atiradores ativos, em seus mais de 20 mapas diferentes e cada um com suas peculiaridades, caso opte por comprar a versão mais completa com as 2 DLCs lançadas, esse número de mapas sobe mais, o que favorece o fator rejogabilidade.
A interface é limpa, mas a tradução do HUD para consoles tem falhas. Ícones pequenos, menus pouco responsivos e falta de feedback visual em ações importantes comprometem a experiência. Jogadores iniciantes nos Military Simulator (Milsims) podem sentir dificuldade pela ausência mais elabora de um tutorial.
Um dos pontos mais problemáticos da versão de console está relacionado com o desempenho técnico, a versão em que joguei foi a de Xbox Series S, onde as quedas de FPS são mais frequentes, as texturas menos nítidas, carregamentos mais demorados e uma série de crashs durante toda minha jornada, que durou por volta de 35 horas. Amigos que jogaram a versão de PlayStation 5 e Xbox Series X relataram quedas de FPS, mesmo que raras vezes, mas principalmente em momentos com muitas coisas acontecendo em tela.
O áudio do jogo é um dos maiores acertos da VOID, sons ambientes, gritos de civis ecos de tiros em ambientes fechados e a tensão do rádio contribuem para imersão e atmosfera do jogo.
Meu veredito final é que Ready or Not é uma experiência única para fãs de Milsims no console, já que ele carece de bons títulos assim, entretanto sofre com limitações técnicas que dificultam sua recomendação ampla. Se você é paciente, valoriza realismo e joga com amigos, nele você vai encontrar uma boa experiência, mas minha recomendação é esperar mais patchs de atualização e uma boa promoção.
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