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Review | Call of Duty: Black Ops 7 tem uma campanha decepcionante, mas acerta em quase todo o resto

Novo título da franquia tem o multiplayer de Pelé e a campanha de mané

Sempre me animo para fazer análises de COD’s, afinal é minha franquia de FPS favorita, portanto, já devem imaginar a minha empolgação para a realização desta review de Call of Duty: Black Ops 7.

Lançado em 14 de novembro de 2025 para PS5, PS4, Xbox Series X|S, Xbox One e PC, Call of Duty: Black Ops 7 chega em um momento delicado para a franquia da Activision.

Mesmo sendo um dos jogos mais completos em volume de conteúdo nos últimos anos, o novo projeto da Treyarch, com suporte da Raven Software, passa a sensação de um título construído a partir de reaproveitamentos, com ideias boas que raramente funcionam como deveriam.

A proposta de seguir elementos narrativos de Black Ops 2 até soa interessante no papel, mas a execução deixa claro que a prioridade não foi a campanha.

Essa review de Call of Duty; Black Ops 7 foi feita na versão de PlayStation 5, com um código enviado pela Activision.

Uma campanha que não se sustenta como modo solo

A campanha de Black Ops 7 está longe do padrão histórico da franquia. Em vez de uma experiência linear, cinematográfica e focada em narrativa, o jogo entrega uma mistura esquisita entre campanha e multiplayer, elementos de zumbis e mapas reaproveitados.

Vale ressaltar que ele já tinham deixado pistas que fariam isso no Black Ops 6, o qual encontramos features do warzone/multiplayer dentro da campanha.

As missões usam áreas abertas, loot com raridades, placas de blindagem, habilidades especiais e até chefes, aproximando a experiência de algo mais próximo de um shooter cooperativo do que de um modo história tradicional. O resultado não é nada interessante, pois afasta os veteranos da franquia, como eu, e não aproxima novos soldados.

Mesmo com boa qualidade gráfica nas cinemáticas, a história não se desenvolve de forma clara. Falta identidade, faltam momentos marcantes e falta aquela trilha sonora que empolgue. Para piorar, o jogo exige conexão constante com a internet para jogar a campanha e não permite pausar, o que compromete ainda mais a experiência solo.

No fim, o modo parece existir apenas como introdução para o conteúdo de fim de jogo, especialmente o modo de extração que surge após a conclusão das missões.

As batalhas contra chefes viraram meme, mas possuem uma explicação

Apesar de todos os problemas estruturais, a campanha de Call of Duty: Black Ops 7 não é desprovida de ideias.

Em alguns momentos, o jogo aposta em sequências mais viajadas, quase alucinógenas, com batalhas contra chefes gigantescos e situações que fogem completamente do padrão histórico da franquia. Não à toa, essas cenas viraram meme na internet logo após o lançamento, com muitas comparações a jogos como God of War.

Esses momentos, porém, não surgem do nada. Eles têm explicação dentro do universo da série e são construídos ao longo da narrativa, especialmente a partir de conceitos já introduzidos em Black Ops 6.

É totalmente compreensível que parte do público não goste da abordagem, afinal, ela se distancia bastante do que tradicionalmente se espera de Call of Duty, mas não se trata de algo jogado de forma aleatória na campanha. Eu já entrei no jogo esperando esse tipo de proposta, então isso, por si só, não chegou a me incomodar tanto.

O que realmente pesa negativamente é a forma como elementos do multiplayer, do Warzone e de outras experiências online aparecem de maneira forçada dentro da campanha. Isso já havia causado estranhamento em Black Ops 6, mas aqui o problema se intensifica.

A sensação é de que o modo história existe, em vários momentos, apenas para servir de extensão ou tutorial para sistemas pensados para o jogo online. Essa mistura compromete o ritmo, quebra a imersão e enfraquece a identidade da campanha.

Sem Black Ops 8 em 2026

Ao menos, fica a expectativa de mudança. A própria Activision já confirmou que não pretende mais lançar jogos consecutivos da mesma subsérie, como dois Black Ops ou dois Modern Warfare em sequência. Isso é positivo, porque Black Ops 8 claramente precisa de um tempo maior de desenvolvimento para que a série volte aos eixos.

Modo Endgame aposta em extração, mas cansa rápido

O modo Endgame combina conceitos de DMZ com elementos de zumbis vistos em Modern Warfare 3 (2023). Nele exploramos o mapa de Avalon, enfrentamos inimigos controlados por uma IA que não sabe atirar, cumpre contratos para evoluir armas, subir de nível e liberar camuflagens.

Confesso que, quando vi o anúncio deste modo, me animei bastante, mas foi uma completa decepção. Ele não traz nenhuma diversão, nem para quem busca desafios pós-campanha ou para jogadores casuais.

Embora funcione como uma alternativa mais tranquila ao multijogador competitivo, o modo sofre com repetição. As atividades seguem sempre a mesma lógica, e o foco excessivo em progressão faz com que a experiência perca fôlego rapidamente.

Multiplayer carrega o título nas costas

O multiplayer continua sendo o coração de Call of Duty, e aqui ele funciona melhor do que a campanha. Black Ops 7 oferece um gunplay “gostoso”, movimentação maravilhosa e uma das melhores mobilidades da série, com direito a omnimoviment mais estável e a possibilidade de saltos em paredes e superfícies.

A retirada do SBMM faz diferença imediata. As partidas ficam mais variadas, com confrontos menos previsíveis e maior espaço para estilos diferentes de jogo. Isso resgata parte do espírito arcade que marcou a era clássica da franquia.

Por outro lado, o conteúdo recebeu muita coisa reciclada. Muitos mapas, como Express e Raid, retornam diretamente de Black Ops 2, e as sensações gerais são muito próximas das vistas em Black Ops 6. Existe bastante coisa para desbloquear, mas poucas novidades reais.

Matar zumbis continua sendo muito divertido

O modo zumbis é, sem dúvida, um dos destaques de Black Ops 7. A Treyarch mostra novamente domínio total da fórmula, oferecendo mapas variados, modos distintos e uma estrutura que atende tanto quem prefere experiências mais abertas quanto quem busca o formato clássico por rodadas.

Há opções que simulam um modo história coop, mapas compactos focados em sobrevivência e até um modo clássico que limita habilidades e começa apenas com pistola. Os mapas escondem segredos, os inimigos apresentam variedade e o sistema de progressão mantém o jogador engajado por mais tempo.

A integração de Black Ops 7 com o Warzone na Temporada 1

A Temporada 1 de Black Ops 7, integrada ao Warzone, mostra um trabalho bem mais consistente. O volume de conteúdo é alto, com atualizações frequentes, desafios semanais, novas camuflagens e um mapa inédito para o modo Ressurgência, Haven’s Hollow, o qual trouxe um respiro importante para essa experiência.

A integração entre Black Ops 7 e o Warzone foi feita de forma mais organizada e funcional do que em anos anteriores. As mudanças impactam diretamente a jogabilidade, e dá para perceber um esforço maior em manter o conteúdo relevante ao longo das semanas.

Tenho me divertido bastante com essa primeira temporada, especialmente pela variedade de atividades e pelo ritmo das atualizações.

O passe de temporada, por outro lado, deixa a desejar. As skins, operadores e recompensas oferecidas são pouco inspiradas e poderiam ser bem mais interessantes, considerando o tamanho da base de jogadores.

Ainda assim, como ponto de partida, a Temporada 1 cumpre seu papel. Ela é robusta, oferece bastante conteúdo e mostra que, ao menos no ambiente online, Black Ops 7 começou de forma mais sólida do que sua campanha.

Conclusão

Finalizo esta review de Call of Duty: Black Ops 7 declarando que, se você joga COD somente pela campanha, fuja desse título, afinal ele será uma decepção enorme para você. O modo Endgame não vai sustentar a sua diversão por muito tempo. No entanto, o multiplayer continua divertido demais, ainda mais fluido e dinâmico.

O modo zumbis fecha o pacote e devem agradar principalmente os fãs da modalidade, mas isso não é suficiente para esconder os problemas estruturais do jogo.

A tentativa de explorar nostalgia não compensa a falta de identidade, a acusação do uso de IA para criar cartões de visita, entre tantas outras reclamações. Não é à toa que o jogo recebeu a pior avaliação da franquia no Metacritic.

Call of Duty: Black Ops 7 chegou dia 14 de novembro de 2025 para PS5, PS4, Xbox Series X|S, Xbox One e PC e está totalmente localizado para o português do Brasil.

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Apaixonado por games, filmes, séries, músicas, HQ's e por cachorros. Jogos desafiadores são meus preferidos. Jogo, assisto, ouço, leio e, às vezes, exerço minha profissão de professor.