Review | AI Limit é um soulslike estiloso, viciante e acessível

Se curte o gênero, não deixe passar!

Como um fã ávido do gênero Soulslike, fiquei absolutamente encantado quando os trailers e a premissa do título foram revelados. A estética anime estilosa, combinada com a promessa de um desafio intenso, me deixou ansioso para colocar as mãos nesse jogo. E a honra de receber um código antecipado diretamente da desenvolvedora, SENSE GAMES, para que fosse possível a realização desta review de AI Limit, tornou essa experiência ainda mais especial.

AI Limit não decepciona, portanto, o jogo entrega uma experiência Soulslike de alta qualidade, com um combate profundo e gratificante, um mundo intrigante para explorar e chefes desafiadores que exigem estratégia e habilidade. O que me surpreendeu, no entanto, foi a acessibilidade do jogo.

Embora o desafio esteja presente, a curva de dificuldade é mais suave do que em muitos outros títulos do gênero, tornando AI Limit uma excelente porta de entrada para novos jogadores.

Nesta review de AI Limit, mergulharei fundo em todos os aspectos do título, desde o combate e a exploração até a história e o design de som. Explicarei por que esse jogo me cativou e por que acredito que ele tem o potencial de elevar o estúdio chinês SENSE GAMES a novos patamares e mais um acerto do China Hero Project.

Prepare-se para descobrir por que AI Limit é um Soulslike que você não pode perder. Lembrando que o jogo está disponível para PlayStation 5 e PC.

O enredo de AI Limit

Mergulhe em um mundo de ação e aventura em terceira pessoa, onde um futuro distante se encontra à beira do colapso. Uma catástrofe causada por um plasma negro devastador ameaça a existência da raça humana. Primeiramente, a narrativa nos apresenta a heroína Arrisa, uma figura central em meio ao caos.

Em seguida, a missão de Arrisa se revela: encontrar os ramos de cristal individuais, a chave para reverter a catástrofe. Ao reparar esses ramos, Arrisa tem o poder de erradicar a ameaça do plasma negro, restaurando a esperança em um mundo à beira da destruição. Além disso, o jogo permite que você personalize a experiência de Arrisa, escolhendo as armas, habilidades e equipamentos certos para enfrentar os desafios que aguardam.

Por fim, explore a vasta cidade de Havenwell, um cenário apocalíptico repleto de mistérios e perigos, onde Arrisa enfrentará desafios sem precedentes em sua jornada para salvar a humanidade.

A origem dos Bladers e a missão de salvar Havenwell

Uma tecnologia misteriosa cria os Bladers, seres com aparência humana, mas de natureza distinta. Inicialmente, os Bladers embarcam em jornadas solitárias e perigosas, movidos por missões próprias. Além disso, o poder dos Ramos permite que eles ressuscitem após a morte, uma habilidade crucial em suas árduas jornadas.

No entanto, agora que os Ramos foram destruídos, a responsabilidade recai sobre você, um dos Bladers. Consequentemente, você precisa procurar e repará-los espalhados por Havenwell. Durante sua jornada, você encontrará humanos e outros Bladers em apuros, compartilhando alegrias, tristezas e a fé em meio ao desespero. Finalmente, juntos, vocês desvendarão a verdade por trás das pragas e desastres que assolam a cidade.

Gráficos estilosos, mas poderiam ser melhores

Ao adentrar o mundo de AI Limit para a review, a primeira impressão visual é marcante. O jogo abraça um estilo anime que me remeteu a Code Vein, porém com um toque de sofisticação e cuidado nos detalhes. De fato, os personagens, com suas roupas, armaduras e armas, exibem um design impecável, cativando o olhar e enriquecendo a experiência.

Contudo, ao explorar os cenários, algumas inconsistências se revelam. Especificamente, certas estruturas e texturas apresentam um aspecto borrado e de baixa qualidade, destoando da beleza geral do jogo.

Apesar disso, essas imperfeições não ofuscam o brilho da estética de AI Limit. Em outras palavras, o conjunto visual cumpre seu papel, criando um ambiente imersivo e agradável. Consequentemente, a experiência visual não se torna um ponto negativo, mas sim um elemento que complementa a jogabilidade, sem causar grandes distrações, mas que precisa de melhorias.

Cenários contrastantes e um level design promissor, mas com espaço para melhorias na exploração

A exploração de Havenwell em AI Limit revela uma dualidade interessante em seus cenários. Alguns locais se destacam pela beleza e riqueza de detalhes, especialmente aqueles encontrados nas fases finais do jogo.

De fato, esses ambientes imersivos e visualmente impressionantes contribuem significativamente para a atmosfera do jogo. Contudo, a experiência nem sempre é consistente. Especificamente, os esgotos e outras áreas repetitivas podem se tornar cansativos aos olhos, quebrando a imersão e prejudicando o ritmo da exploração.

Além disso, o level design de AI Limit apresenta ideias interessantes, mas poderia ser mais refinado. Em outras palavras, a disposição dos caminhos, desafios e segredos oferece momentos de exploração gratificantes.

No entanto, a falta de variedade em alguns ambientes e a presença de trechos labirínticos podem gerar frustração. Consequentemente, o level design, embora promissor, não atinge todo o seu potencial, deixando espaço para melhorias em futuras atualizações ou sequências.

Adicionalmente, a exploração em AI Limit se mostra uma experiência mista. Por um lado, o jogo segue a tradição dos Soulslikes, com caminhos ocultos e atalhos que recompensam a curiosidade do jogador.

Por outro lado, a exploração muitas vezes se torna frustrante, com encontros sem recompensa e áreas que servem apenas como arenas de combate sem propósito.

Jogabilidade Soulslike com mecânicas inovadoras

AI Limit abraça a essência dos jogos Soulslike, mas introduz mecânicas únicas que o distinguem. Inicialmente, os controles familiares, como ataques leves (R1) e pesados (R2), fogueiras que reiniciam inimigos e itens de cura similares ao frasco de Estus, estabelecem uma base sólida.

No entanto, a configuração padrão no PS5, com esquiva no círculo, corrida no X e pulo no L3, exige adaptação. Portanto, recomendo personalizar o esquema de controle, remapeando a corrida para L3 e o pulo para X, e alterando a corrida para alternar nas opções de jogabilidade.

A importância da barra de sincronização

Além disso, AI Limit substitui a barra de Stamina por uma barra de Sincronização, que varia de 0% a 100% e influencia o dano causado. Consequentemente, ataques e esquivas não consomem energia, mas habilidades especiais, magias, escudo e parry utilizam a barra de Sincronização.

Por exemplo, magias de longo alcance custam 25% da barra, enquanto o parry, bem-sucedido ou não, consome 10%. Assim, o jogador precisa equilibrar ataques físicos poderosos com o uso estratégico de habilidades, criando um dilema interessante. Saiba que quanto maior for a % de sua barra, mais dano você causará ao inimigo, assim como, se ela atingir valores baixos, ou até mesmo chegar aos 0%, Arrisa ficará imóvel e um golpe pode ser fatal.

Parry complicado

Contudo, a implementação de algumas mecânicas apresenta desafios. Especificamente, o escudo e o parry, habilidades equipáveis individualmente, demandam gerenciamento da barra de sincronização.

De fato, o escudo drena a barra continuamente, enquanto o parry, com sua animação longa, exige precisão e timing. Em particular, a janela de parry parece inconsistente, variando entre inimigos e chefes, o que gera frustração.

Similarmente, a jogabilidade geral sofre de algumas imprecisões. Em outras palavras, a distância de esquiva é curta e rígida, e os ataques, especialmente com a espada longa, carecem de fluidez. Ademais, o ataque pesado não possui combos, e o parry, mesmo após dominado, permanece inconsistente.

Em suma, AI Limit oferece uma experiência Soulslike com mecânicas inovadoras, mas a implementação de algumas delas precisa de refinamento. Consequentemente, a jogabilidade, embora promissora, pode gerar sentimentos mistos, com alguns jogadores apreciando a originalidade e outros frustrados pelas imprecisões.

Armas com habilidade únicas

As armas em AI Limit oferecem habilidades únicas que impactam significativamente o combate. Além dos selos, que funcionam como encaixes para aprimorar atributos como estabilidade, defesa elemental e taxa de sincronização, cada arma possui um conjunto de movimentos e habilidades especiais distintos.

Embora a variedade de armas encontradas durante a minha jornada para esta review não tenha sido vasta, a singularidade de cada uma compensa a falta de quantidade. Particularmente, as armas com perfuração e efeito de sangramento se mostraram extremamente eficazes, facilitando o progresso em diversas situações.

No entanto, a escolha da arma ideal é subjetiva e depende do estilo de jogo de cada um e dos desafios enfrentados. A flexibilidade do sistema de selos permite adaptar o armamento para cada encontro, seja contra chefes que utilizam raios, fogo ou outros elementos, proporcionando uma vantagem estratégica crucial.

A variedade de inimigos, embora mediana, carece de diversificação em alguns aspectos importantes. A grande maioria dos inimigos utiliza raios como elemento principal, o que pode tornar o combate repetitivo e frustrante.

Embora existam inimigos que utilizem fogo e outros elementos, esses encontros são raros. Consequentemente, a criação de um selo de defesa contra raios se torna uma estratégia dominante em quase todas as situações, o que pode tornar o jogo previsível em alguns momentos. No entanto, essa falta de variedade não chega a comprometer a experiência geral do jogo.

Chefes fáceis, ou melhor, quase todos

Em relação aos chefes de AI Limit, a experiência foi surpreendentemente tranquila na maior parte do tempo que joguei para esta review. A maioria dos encontros não apresentou grande dificuldade, com exceção de alguns Bladers, que exigiram um pouco mais de atenção.

A facilidade se manifestou de forma notável, com alguns chefes sendo derrotados na primeira tentativa, sem sequer conhecer seus padrões de ataque ou elementos utilizados. Essa facilidade persistiu mesmo sem recorrer ao “farm” de níveis, apenas explorando o mundo e completando missões secundárias. No entanto, é importante ressaltar que a dificuldade é subjetiva, e alguns jogadores podem encontrar desafios maiores em determinados chefes.

AI Limit é acessível

AI Limit apresenta um desafio equilibrado, que pode variar dependendo do estilo de jogo e da familiaridade com o gênero Soulslike. O título não se destaca por sua dificuldade extrema, mas oferece momentos de tensão, especialmente ao enfrentar inimigos com animações rápidas e alta resistência, combinados com ataques de longo alcance e possíveis quedas de FPS.

No entanto, a percepção da dificuldade é subjetiva, e o que é desafiador para um jogador pode ser fácil para outro. Portanto, AI Limit se torna uma excelente porta de entrada para quem busca se aventurar no mundo dos Soulslikes, oferecendo um desafio justo e recompensador.

Além disso, AI Limit introduz uma mecânica de morte inovadora. Em vez de perder cristais (material para a evolução de Arrisa) e ter que recuperá-los, o jogador perde permanentemente uma porcentagem dos cristais acumulados. Especificamente, a perda gira em torno de 25-30%, o que pode representar um retrocesso significativo, especialmente em estágios avançados do jogo. Consequentemente, cada morte se torna um risco real, exigindo cautela e estratégia.

Adicionalmente, o jogo não oferece opções de dificuldade, o que pode ser um ponto de debate. Por um lado, a falta de escolha garante uma experiência uniforme para todos os jogadores. Por outro lado, a ausência de opções pode afastar jogadores menos experientes no gênero.

Problemas, muitos problemas!

Apesar de AI Limit apresentar um potencial significativo, a minha experiência durante a análise para esta review foi marcada por diversos problemas técnicos. É crucial ressaltar que o jogo foi acessado em uma versão antecipada, e várias atualizações foram lançadas durante o período, incluindo uma no dia anterior ao lançamento, que pode ter corrigido muitos dos erros relatados. No entanto, é meu dever relatar os problemas que enfrentei.

Inicialmente, o desempenho do jogo foi instável, com frequentes quedas de FPS, especialmente no PS5 base, onde realizei toda esta Review de AL Limit. Além disso, o jogo apresentou crashes, fechando inesperadamente em diversas ocasiões. Em um caso isolado, o PlayStation 5 superaqueceu durante a jogatina, um problema que nunca havia ocorrido anteriormente.

Adicionalmente, me deparei com bugs que impediram o progresso, como áreas onde fiquei preso, exigindo o reinício completo do jogo. Outro problema recorrente foi a perda de áudio, que me obrigou a reiniciar o aplicativo diversas vezes. Além disso, enfrentei um bug frustrante onde os inimigos se tornavam invisíveis, exigindo o reinício do jogo para que reaparecessem.

O limite dos Pop-ins

Além desses problemas, enfrentei dificuldades em coletar itens visíveis no cenário. Especificamente, diversos itens só se tornavam interativos após o reinício do jogo. Ademais, a ocorrência de “pop-ins” de texturas foi extremamente frequente, com elementos do cenário aparecendo abruptamente na tela. Essa situação, em particular, foi tão recorrente que se tornou quase inaceitável, prejudicando a imersão e a qualidade visual do jogo.

Para agravar a situação, alguns chefes apresentaram um bug extremamente frustrante: após zerar a barra de vida, eles simplesmente não morriam e continuavam a atacar, resultando em minha morte. Esse problema ocorreu diversas vezes, especialmente com chefes mais desafiadores, causando grande frustração e irritação.

É importante ressaltar nesta review que esses problemas não invalidam a qualidade geral de AI Limit, mas servem como um alerta para possíveis dificuldades que os jogadores podem encontrar. Acredito que as atualizações subsequentes possam ter mitigado muitos desses problemas, mas a experiência durante a análise foi marcada por esses contratempos.

Espero sinceramente que os “pop-ins”, o bug dos chefes e outros problemas técnicos tenham sido corrigidos, pois AI Limit possui um grande potencial. Infelizmente, a quantidade e a gravidade dos bugs impactaram negativamente a minha avaliação do jogo, e podem influenciar a percepção de outros jogadores.

Considerações finais

Finalizo esta review de AI Limit dizendo que, após 24 horas imerso no mundo de AI Limit, explorando Havenwell em meu PlayStation 5 base, cheguei ao fim desta jornada. É importante ressaltar que não busquei completar 100% do jogo, deixando muitos NPCs, itens e mistérios intocados. Acredito que, com a ajuda de guias e uma exploração mais minuciosa, a duração da jogatina possa facilmente ultrapassar as 30 horas.

Apesar dos inúmeros problemas técnicos e bugs que mencionei anteriormente, AI Limit não perde seu brilho. O jogo se revela uma agradável surpresa de 2025, um testemunho do potencial do estúdio SENSE GAMES. Com um orçamento adequado e o talento de seus desenvolvedores, eles podem criar algo ainda mais grandioso. Torço para que o futuro lhes reserve grandes conquistas.

A iniciativa China Hero Project, da PlayStation, merece reconhecimento por apoiar projetos como AI Limit. Ela demonstra o compromisso da empresa em promover a diversidade e a inovação na indústria de jogos.

Se você é fã do gênero Soulslike, pode se aventurar em AI Limit sem medo. O jogo oferece uma experiência gratificante, com um desafio equilibrado e mecânicas inovadoras. Claro, melhorias são necessárias, mas isso não impede que o jogo seja uma adição valiosa à sua biblioteca. Além disso, o preço acessível na PSN Store torna a aquisição ainda mais atraente.

Encerro esta review de AI Limit com um sentimento de satisfação. O título me proporcionou momentos de diversão e desafio, e me deixou ansioso para ver o que a SENSE GAMES trará no futuro. Se eu tivesse que dar uma nota, ela seria de 8.5.

Esta review de AI Limit foi feita na versão de PlayStation 5 do título, com um código cedido pela SENSE GAMES.

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Apaixonado por games, filmes, séries, músicas, HQ's e por cachorros. Jogos desafiadores são meus preferidos. Jogo, assisto, ouço, leio e, às vezes, exerço minha profissão de professor.