Review | Deathbound na Steam, como é o novo soulslike brasileiro?

O novo soulslike do Brasil chegou e tem muito o que mostrar, confira a review completa!

A presente review segue muito do que já foi dito na preview. Ambas foram feitas graças ao código fornecido pela Trialforge Studio e pela Tate Multimedia, por isso, sinceros agradecimentos pela oportunidade e confiança! Essa review não contém spoilers explícitos!

Soulslike é um gênero que pode parecer amaldiçoados desde o início, afinal, as comparações com os quase universalmente amados jogos da FromSoftware são inevitáveis, e os fãs nem sempre podem ser bondosos.

Deathbound busca se diferenciar, escolha que deve ser celebrada em qualquer área da indústria. No entanto, será que as inovações superam as amarras aos Souls ou deixam a desejar?

Visão geral de Deathbound

Os focos de Deathbound são bem divididos entre a maioria dos departamentos, a jogabilidade têm temperos únicos e que certamente elevam o jogo; a história criativa pode não ser cativante do início ao fim mas traz entretenimento graças às interações dos personagens; o mundo e o design dos arredores têm ideias e conceitos mais interessantes que a execução em si, mas são, no mínimo, distintas da maioria dos representantes soulslike.

Screenshot de um devaneio ou memória de um dos personagens de Deathbound.
Screenshot de um devaneio em Deathbound

As lutas de chefe podem ser divertidas, mas também podem exemplificar as piores partes da gameplay de Deathbound. Apesar da diversidade dos sistema de essências e ataques combinados, os morphstrikes nem sempre são fáceis de executar, especialmente contra algum chefe que tem janelas de contra-ataque estranhas, caixas de colisão inconvenientes ou em arenas apertadas.

Os chefes também são, infelizmente, vazios de personalidade — são apenas obstáculos e/ou versões ainda mais distorcidas dos inimigos normais — e não espetáculos memoráveis como em outros soulslikes, apesar de seus designs bacanas.

Essências essenciais

Além da jogabilidade totalmente diferente de cada uma das sete essências, existem momentos na história e progressão que, a depender da sua composição de essências e quais o jogador tem a disposição, diálogos e opções novas serão abertas.

Esses momentos são poucos e espalhados ao longo do jogo, infelizmente, mas sempre são um deleite: são um contraste divertido e inesperado, te fazem prestar mais atenção às personalidades e origens dos personagens e miram os holofotes para mais do que só o combate e exploração.

Screenshot da tela de seleção de essências em Deathbound, onde vemos conflitos, sinergias e status dos personagens.
Screenshot da tela de seleção de essências em Deathbound

As falas são, em geral, bem escritas, os personagens são consistentes em suas personalidades e crenças. As dublagens variam, alguns são mais convincentes que outros, apesar da diversidade divertida e dos sotaques diferentes (e talvez forçados) em ação, as vozes parecem um pouco estereotipadas.

Claro, com tantos personagens assim, nem todos têm tempo de serem mais desenvolvidos e alguns são extremamente simples, servindo apenas para que o jogador tenha mais algum arquétipo de jogos desse estilo, tal qual o brutamontes grosseiro que carrega um martelão.

Do outro lado, a trilha sonora de Deathbound é boa e adequada à vibe que o jogo passa, com carinho especial à linda música do menu inicial do jogo. Dentro das lutas de chefe, as músicas também se destacam.

Experiência e performance no PC

O sistema usado para rodar o jogo em sua versão de lançamento na Steam conta com o seguinte hardware: NVIDIA GeForce GTX 1650 4GB; Intel Core 15-10300H; 8GB memória RAM; SSD, ou seja, não é o melhor do mercado. Ainda sim, o jogo roda bem.

Screenshot de Deathbound.
Screenshot de Deathbound

Com as configurações no máximo, poucas vezes aconteceu algum tipo de atraso, exceto apenas ao entrar em grandes áreas novas em que o jogo claramente renderizando. Nenhum crash ocorreu em todo o tempo jogado e os comandos foram responsivos (embora a escolha de comando para troca de itens consumíveis cause estranhamento em particular).

Nenhum bug — visual, de interface, etc —foi perceptível, muito menos algo que realmente atrapalhasse a progressão. Os segmentos de memória de cada personagens, no entanto, frequentemente sofrem com bugs de áudio e alguns t-poses, especialmente se o jogador for rápido demais.

Considerações finais

Assim como dito na preview, Deathbound é a prova de que tentar uns temperos diferentes é sempre válido e merece todo apoio. A equipe, se estiver disposta a continuar experimentando e focando nos elementos que tornam esse (e seus futuros outros) jogos únicos, têm um futuro promissor.

Deathbound está disponível paraPS5, XBOX Series X e S, Steam e Epic Games.

Leia também:

Tradutor, intérprete e redator do Conecta Geek. Especialidade (ou mero gosto) em jogos e HQs.