Eriksholm: The Stolen Dream é um jogo de ação furtiva que levará o jogador a uma jornada emocionante e desafiadora. Com uma equipe de desenvolvedores apaixonados e experientes, ele promete uma experiência única e envolvente para os fãs de games de ação e furtividade. O desenvolvimento é da River End Games e a publicação pela Nordcurrent.
A história se passa na fictícia cidade nórdica de Eriksholm, inspirada por cenários da Escandinávia no início do século XX. A protagonista Hanna é uma jovem órfã que recuperou-se de uma doença chamada Praga do coração (Heartpox) e que agora busca seu irmão Herman, desaparecido após um incidente com a polícia. Quando começa a perseguição, Hanna se une aos companheiros Alva e Sebastian, cada um com habilidades próprias, e juntos tentam desvendar o mistério que envolve o desaparecimento e uma conspiração que pode transformar a cidade inteira. O objetivo geral do jogo, portanto, é conduzir essas três figuras através de níveis isométricos, solucionar quebra cabeças em modo furtivo e prosseguir com a investigação para desvendar um mistério.
Cenários deslumbrandes com desafios a altura.
Primeiramente vamos falar da ambientação, é simplemente impressionante, ademais, o estilo visual lembra jogos cinematográficos, com cenários detalhados e iluminação que explora sombras e contrastes de forma envolvente. Em seguida, o design dos personagens — especialmente Hanna — é envolvente, com atuação vocal de alta qualidade e animações faciais muito expressivas, graças à tecnologia Unreal Engine 5 com MetaHuman. Ainda por cima, os ambientes de Eriksholm variam por distritos, cada um carregando uma atmosfera própria, como Rosmark com tensões industriais e sociais, e áreas subterrâneas como minas ou fábricas.

Entretanto, o gameplay nem sempre acompanha a profundidade visual, pois os níveis são bastante lineares e muitos desafios requerem seguir um padrão específico, sem muita margem para criatividade ou improviso. Além disso, ainda que o jogador possa alternar entre Hanna, Alva e Sebastian com habilidades diferentes, como rastejar por dutos, escalar ou nadar, muitas dessas habilidades aparecem tarde no jogo, o que torna as primeiras horas um pouco arrastadas. Portanto, mesmo com boas intenções, o ritmo narrativo demora para engrenar, tornando os capítulos iniciais menos envolventes.
Por outro lado, o sistema de checkpoints automáticos é muito generoso, pois mesmo após falhar, o jogador pode tentar novamente sem grandes frustrações. Além disso, o jogo funciona de forma estável: sem crashes, com carregamentos rápidos e interface simples, garantindo fluidez. É uma experiência acessível mesmo para quem não está acostumado com jogos furtivos mais exigentes.

Em contrapartida, o enredo possui momentos previsíveis e reviravoltas que não chegam a causar impacto emocional duradouro, de modo que o vínculo entre Hanna e Herman, acaba sendo pouco explorado. Consequentemente, a sensação de urgência se dilui com o tempo, pois as motivações da protagonista parecem escassas além da simples busca pelo irmão. Ainda assim, a experiência permanece agradável enquanto dura.
Prós e Contras
Prós
- Ambientação e visual estonteantes: Eriksholm é belamente retratada, com arte detalhada e iluminação atmosférica impressionantes;
- Atuação vocal e animações faciais de alta qualidade, especialmente na Hanna, elevando a narrativa e a imersão;
- Gameplay acessível e fluido, com sistema de checkpoints generoso e controles responsivos;
- Alternância entre três personagens com habilidades distintas, oferecendo alguma variedade na abordagem de puzzles e níveis.
Contras
- Estrutura linear e previsível: os níveis muitas vezes exigem uma única solução correta, limitando a experimentação;
- Habilidade desbloqueada tardiamente, o que torna o começo do jogo lento e repetitivo até a chegada dos personagens adicionais;
- Narrativa emocionalmente rasa, com pouca profundidade nos vínculos entre os personagens principais e reviravoltas que soam superficiais;
- Rejogabilidade limitada: apenas uma linha narrativa, sem múltiplas respostas ou caminhos alternativos, reduz o valor de revisitar o jogo.
Conclusão
Em suma, Eriksholm: The Stolen Dream é uma experiência estética e narrativa notável dentro do gênero stealth estratégico. Além disso, mesmo com um orçamento indie modesto, o estúdio River End Games, formado por cerca de 16 integrantes, entrega uma obra com produção técnica de alto nível, com uso de Unreal Engine 5, MetaHuman e cutscenes cinematográficas que evocam a sensação de “jogar um filme”. Por outro lado, sua simplicidade mecânica e linearidade podem desapontar jogadores que buscam liberdade de escolha e desafio criativo.
Não obstante, para quem aprecia uma narrativa bem construída, visuais caprichados e uma trilha de ação furtiva mais contida, este título oferece cerca de dez horas de tensão bem produzida e vale cada momento. O jogo está disponível para Xbox Series X|S, Playstation 5 e Pc.
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