Karma The Dark World Game
Colagem | Conecta Geek

Review |  Karma: O Mundo Sombrio – Tem muitos segredos nas sombras

Um novo jogo de suspense e terror psicológico foi lançado e muitos não deram a devida atenção a ele. Uma experiencia para quem gosta de jogos como o Amnesia, Still Wakes the Deep, Indika entre outros, com um mundo opressivo, narrativa densa, onde nem tudo o que vemos é o que parece, tem muito escondido nas sombras e precisamos descobrir.

O jogo foi lançado pelo estúdio chinês Pollard sediado em Xangai, no inicio desse ano no dia 26 de março. Jogo de um estúdio estreante e chinês, outro jogo de grande qualidade vindo da China, o jogo é um indie e de menor escopo e ainda usa a conhecida por ser problemática Unreal Engine 5, mas aqui é usada com primor pelo estúdio, entregando lindos gráficos e personagens e com ótimo desempenho, sem nenhum bug a relatar durante a análise do jogo.

Karma: O Mundo Sombrio nos apresenta um mundo estranho e confuso, onde a realidade, mentira e ilusões se misturam, onde a única certeza é a obediência a Leviathan e a Mãe, mas ainda restam dúvidas. Bastante inspirado nas obras de George Orwell como 1984, além de inspirar o mundo do jogo se passando na Alemanha Oriental em 1976, e sim na  mesma Alemanha antes da queda do Murro de Berlim.

Porém, nesse mundo distópico o murro não vai cair, TUDO está sob o controle da Empresa de Tecnologia Leviathan e como um patrulheiro pronto para servir o jogador assume o papel de Daniel McGovern que deve investigar qualquer pessoa que vá contra as diretrizes da Leviathan, o certo é OBEDECER.

Imergindo no Mundo

As sombras te convidam a explorar e te imerge nele, sem o jogador perceber, a trilha sonora envolve tudo, os passos que ecoam no chão, um rádio tocando música, a propaganda em favor da Leviathan aparecendo na TV, os cartazes que gritam obediência cega e te instiga a descobrir mais sobre o mundo e as pessoas nele, além da necessidade.

O jogo tem puzzle para resolver, pequenos enigmas para avançar na história, documentos para aprofundar a história e dar informações valiosas, pista inclusive e as miniaturas, funcionário com cabeça de monitor que contribuíram para empresa, alguns com feitos inumanos e divertidos até. Todos esses documentos e miniaturas ficam separados por capítulos onde podem ser pegos depois de zerar o jogo sem nenhuma dificuldade, o jogo salva após coletar o documento ou miniatura, permitindo sair do jogo e ir para o menu imediatamente e selecionar outro capitulo.

O jogo não tem dicas, nem ninguém para te dizer o que fazer para resolver o puzzle, como Daniel McGovern um patrulheiro da Leviathan é perfeitamente possível resolver e avançar na história.

A imersão aumenta ainda mais quando ela faz parte do plot do jogo, como patrulheiro Daniel tem acesso a tecnologia de Imersão, sendo possível entrar e navegar nas memórias das pessoas sendo interrogadas, nenhum segredo pode ser mantido perante a Leviathan, suas memórias e segredos não podem ficar escondidos, mesmo que resista o jogador pode mergulhar ainda mais na mente do interrogado, escavar os seus medos e segredos, mas entrar na mente de uma pessoa não é seguro. 

O primeiro suspeito, o pai trabalhador de escritório do Instituto Winston Sean Mehndez, acusado de roubar documentos da empresa e contrabando, cabe a você recuperar os bens roubados e prender o criminoso, mas o que um simples funcionário iria roubar? Tem muitos segredos no Instituto, e Sean nem sempre foi um trabalhador de escritório, cabe ao jogador descobrir o seu passado. Aqui o jogo brilha ainda mais, o jogador mergulha e vive as memórias do suspeito,  mas coisas estranhas acontecem, começamos a duvidar da realidade.

O que está sendo mostrado é a verdade ou uma mentira, tudo isso está realmente acontecendo? Uma camada ainda mais profunda com surrealismo, metalinguagem, mensagens subliminares para quem quiser explorar e ver mais, o jogo mostra e ao viver um régime opressor sem muitas escolhas, as pessoas fazem o possível para sobreviver e ao ver todas as suas memorias e historias somos questionados se estamos fazendo o certo ao seguir TUDO o que a Leviathan ordena.

A atuação e os gráficos são outro ponto a destacar, gráficos lindos que aumentam a imersão do jogo e trazem a vida esse mundo misterioso, confuso, opressor e cheio de regras, além de seus personagens, os movimentos e expressões são ótimos, a atuação dos dubladores traz muita vida a tudo, transmite a emoção, desespero, medo, confusão, sempre dando o máximo nesses papeis, os personagens não deixam a desejar em meio a toda a situação e as suas historias vale a pena acompanhar.

O jogo não poupa esforços para te deixar curioso e apreensivo para aprender mais, mostrando personagens misteriosos que contam uma historia e levam ela para frente, não tem como deixar eles de fora, o pai trabalhador de escritório com uma filha para criar, a cientista e pesquisadora, e o próprio Daniel, como ele conseguiu esse emprego e por que ele? Outro não poderia fazer isso?

Platina para que serve?

Nada, mas eu gosto. O jogo tem uma ótima platina, a maior parte deles fazem parte da historia, três por conta dos coletáveis documentos e miniaturas, por fim tem alguns troféus específicos que podem ser perdidos, mas feitos na seleção de capítulos. Uma platina tranquila sem dificuldades.

Conclusão

Um ótimo e surpreendente jogo, acertando em praticamente tudo o que se propõe, tirando uns pequenos erros de tradução de falas, outro acerto é o preço extremamente acessível para o jogo saindo por R$ 142,50 aqui no Brasil.

Infelizmente não vi ele ser tão falado aqui no Brasil, a divulgação do jogo de um trailer na Gamescom no ano passado não conseguiu alcançar as pessoas no Brasil, mas ele merece muito mais reconhecimento, de novo o jogo tem enorme qualidade, para mim é um jogo ainda melhor e mais surpreendente do que lançamentos aguardos como Resident Evil IX Requiem. Aguardarei mais do trabalho da Pollard estúdios e mais jogos com grande qualidade deles.

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