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Review | Keeper: Intenso, Imersivo e Impossível de Ignorar

A jornada importa tanto quanto o objetivo que tentamos alcançar

Keeper, o mais recente e aguardado projeto da renomada desenvolvedora Double Fine, em parceria com o Xbox Game Studios, transcende a definição tradicional de um jogo. Assim, ele se apresenta ao público como uma experiência surreal e profundamente tocante, prometendo uma jornada memorável aos jogadores. Portanto, este título inovador foi disponibilizado no mercado em 17 de outubro de 2025.

O lançamento abrangeu diversas plataformas, garantindo que o título chegasse a um vasto público. Dessa forma, os jogadores podem encontrá-lo no Xbox Series X|S, assim como para PC através do Windows e da popular plataforma Steam. Além disso, para a alegria dos assinantes, Keeper chega ao Xbox Game Pass a partir do dia de seu lançamento.

Trailer oficial de lançamento de Keeper

A jornada silenciosa que une destinos inesperados

Se eu tivesse que comparar um jogo com Keeper seria Limbo ou Inside. De fato, todos os três compartilham uma abordagem com um foco intenso na atmosfera e na sugestão narrativa. Em outras palavras, eles evitam diálogos e exposições diretas, optando por contar a história através do ambiente, dos desafios e da progressão visual do protagonista.

O cerne da narrativa se estabelece com a chegada de Ramo, uma espirituosa ave marinha. Nesse sentido, ele busca abrigo da Definhação, uma nuvem negra e ameaçadora que assombra o ambiente. A relação entre o Farol, uma estrutura massiva, e o pequeno pássaro Ramo, é o motor emocional do jogo. Juntos, então, eles embarcam em uma jornada inesperada rumo ao centro da ilha.

Eles buscam reinos além da compreensão. A Double Fine é mestre em contar histórias emocionais de forma não convencional, e aqui ela brilha. De fato, a desenvolvedora transmite significados e sentimentos profundos apenas através de ações e da linguagem corporal dos personagens. Sim, inclusive, até mesmo o Farol exibe uma notável “linguagem corporal” perceptível.

As reações de Ramo complementam essa comunicação não verbal. Em síntese, esta é uma odisseia de amizade improvável, que transcende barreiras de tamanho e natureza. Consequentemente, essa conexão única me fez refletir profundamente sobre os temas universais de amizade, conexão e propósito. A jornada é, assim, um testemunho da força dos laços inesperados.

Entre a beleza da jornada e a simplicidade dos desafios

O gameplay se alinha com maestria ao gênero de Aventura e Quebra-Cabeça (Puzzle), além de oferecer uma progressão notavelmente fluida. Em primeiro lugar, o foco está na exploração instigante do ambiente e na solução de desafios inerentes a ele, estabelecendo um ritmo coeso.

Os enigmas são projetados com uma filosofia de intuitividade e acessibilidade, o que, infelizmente, diminuiu a curva de dificuldade esperada. Por conseguinte, pessoalmente, a experiência foi marcada pela rapidez, raramente dedicando mais do que alguns minutos à solução de um puzzle, com muitas soluções sempre bem evidentes.

Em termos técnicos, Keeper demonstrou um polimento notável, pois não encontrei bugs ou crashes, um diferencial positivo e raro em lançamentos recentes. No entanto, um aspecto que me incomodou particularmente foi a ausência de controle de câmera. Isso ocorre porque a câmera fixa, embora crie quadros envolventes, limita a visão e facilita a perda de detalhes cruciais, como entradas ou objetos necessários para a progressão.

O espetáculo visual e sonoro de Keeper

A imersão começa com sua direção de arte deslumbrante, um verdadeiro ponto alto que eleva a experiência a um patamar singular. Em primeiro lugar, o jogo adota um estilo visual surreal e pictórico, fazendo com que cada cenário se revele como uma pintura viva com cores ricas e composições de tirar o fôlego. O resultado é, em outras palavras, um mundo que parece ter saltado diretamente de uma galeria de arte.

Fui constantemente surpreendido pela forma como as paisagens transitam de maneira fluida, estabelecendo contrastes épicos entre o rústico, o bucólico e o puramente surreal. Afinal, essa diversidade visual é impressionante, garantindo que a jornada nunca caia na monotonia e sempre recompense o olhar com novas e memoráveis composições visuais.

A paleta visual e os cenários variados são perfeitamente complementados pela trilha sonora ambiental, relaxante e introspectiva de David Earl. Em seguida, essas melodias sutis preenchem o silêncio e a ausência de diálogos, evocando emoções da melancolia à esperança, enquanto o cuidado com o design de áudio, como os sons dos passos do Farol e o gorjeio de Ramo, garante uma imersão acusticamente envolvente.

Veredito: Keeper vale a pena?

Keeper se consagra, portanto, como uma obra de arte interativa que evidencia, de forma magnífica, a criatividade inigualável da Double Fine. O casamento entre a direção de arte impecável e a narrativa tocante, desenvolvida sem diálogos, oferece uma experiência que é profundamente emocional e contempla a jornada do Farol e Ramo.

Em suma, se você procura uma aventura que o convide a um mundo surreal, belo e cheio de significado, a resposta é um sonoro sim: Keeper é uma viagem que vale inquestionavelmente a pena. E um jogo que recomendo entusiasticamente, sendo uma experiência que permanecerá na memória.

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Gamer apaixonado | Viciado em boas histórias | Explorador de mundos. Entre batalhas épicas, reviravoltas de tirar o fôlego e mundos fascinantes, estou sempre em busca da próxima grande aventura.