Após passar muitas horas em Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name, foi o momento de partir para o mais novo lançamento da franquia Like a Dragon. Se trata de Infinite Wealth, ou Like a Dragon 8, para os mais íntimos da numeração da franquia. 

Desenvolvido pela Ryu Ga Gotoku Studio e publicado pela SEGA, Like a Dragon: Infinite Wealth vem como uma clara demonstração dos planos ambiciosos do estúdio, para o futuro da franquia, nessa nova identidade. Para quem não se recorda, Yakuza: Like a Dragon, o Yakuza 7, marcou uma transição de identidade ao que hoje viria ser um jogo focado em combate por turnos. E bom, aqui deram continuidade nesta aposta, de forma majestosa. 

Obs: Análise realizada com código enviado pela Sega Brasil

Um combate excepcional!

Começando justamente pelo combate, citado acima. Aqui temos um combate por turnos, seguindo os moldes do jogo anterior, mas claro, trazendo novidades, que vão desde habilidades, equipamentos e o principal, golpes. Que vão variar de acordo com o membro da equipe, além de especiais que podem ser utilizados. 

Apesar do forte preconceito com jogos que adotam um combate por turnos, aqui o estúdio mostra aos jogadores que é possível mesclar muita pancadaria a um divertido estilo de turno, criando uma fórmula muito divertida, e ao mesmo tempo estratégica. Outro ponto que surpreende é a forma que a Ryu Ga Gotoku conseguiu realizar essa transição em um jogo que mantinha uma jogabilidade onde remetia clássicos beat’n up, sem perder a qualidade, muito pelo contrário, elevou. 

Quanto às possibilidades no nosso turno, podemos optar por defender, atacar, usar itens que vão desde cura a potencializadores de dano e muito mais, e também usar as habilidades especiais. No decorrer do jogo, dependendo da batalha, também temos a opção de tentar fugir, evitando assim uma possível derrota. 

Caso você não esteja acostumado com combate em turnos, não se preocupe, pois o jogo não exita em dar tutoriais bem completos aos jogadores. Alguns deles às vezes podem soar até confusos, pela quantidade de informação de uma só vez, mas se perder algo pode ser acessado através do menu de pausa.

Do Japão para o Brasil

Um dos pontos mais positivos que tenho que ressaltar é finalmente o apoio ao público brasileiro cada vez maior por parte da SEGA, com jogos como Persona 5 Tactica e Reload localizados em PT-BR. Servindo especialmente como uma porta de entrada para novos ou até mesmo jogadores que dispensavam pela dificuldade em inglês. Algo compreensível já que Yakuza/Like a Dragon possui muitos diálogos constantemente.

Like a Dragon Infinite Wealth, assim como os dois jogos anteriores, vem com legendas em português, e por incrível que pareça o trabalho de localização é espetacular, contando com gírias e até mesmo memes vistos por aqui. O jogo não esconde a tentativa de angariar um novo público, e entrar em uma rota de crescimento contínuo para um futuro promissor. 

Quanto à dublagem, a novidade agora é que temos uma dublagem em inglês, sendo uma boa escolha para quem prefere vozes nesse idioma. Entretanto, recomendo os áudios originais em japonês, uma vez que a dublagem é sim um trabalho excepcional, sendo marca da franquia. São vozes que combinam, independente do personagem, transmitindo uma sensação de estar assistindo um anime de alta qualidade, ou um filme japonês. 

Bem vindos ao Havaí

Não é segredo para ninguém, desde o anúncio de Like a Dragon Infinite Wealth, que o jogo se passaria em muitos momentos no Havaí, sendo o maior mapa da franquia até aqui e, que cidade linda. O trabalho feito pelo estúdio no que tange a ambientação é extraordinário, indo desde pequenos detalhes a pontos turísticos do Havaí. Além de uma representação extremamente fiel, algo que podemos ver muito em jogos da Ubisoft, como Watch Dogs, por exemplo. Porém, vale ressaltar que o Japão divide o palco dos grandiosos combates de Kasuga e companhia, ao longo de 14 capítulos. 

A belíssima cidade do Havaí oferece ainda uma infinidade de atividades, algo bem comum nos jogos Yakuza/Like a Dragon. Podemos ir a lojas de roupas, karaokes, clubes, jogar dardos e muito mais, um mais viciante que o outro. E se você não quer se deslocar aos locais andando, podemos pegar táxi, padrão em jogos anteriores, mas a novidade é o Street Surfer, super tranquilo, fácil e divertido de andar nele, e que facilita ainda mais andar na enorme cidade. 

Graficamente não existe um salto notável, podemos ver que há um reaproveitamento claro de modelagem de personagens, algo que o estúdio nunca escondeu em todos os jogos da franquia até aqui. Além disso, pequenos probleminhas como NPCs desaparecendo do nada, outros com IA “desligada” do nada, não foram corrigidos, mas nada que atrapalhe a experiência final do jogador. 

Quando partimos para o desempenho, vale recordar que joguei no Xbox Series X e não houve nada a reclamar. Infinite Wealth apesar de um jogo gigantesco mais parece um jogo extremamente leve, tamanha otimização. Em quase 100 horas de gameplay, não presencial quedas de FPS, problemas de renderização ou coisas do tipo, o que eleva ainda mais a qualidade que o estúdio Ryu Ga Gotoku vem entregando em seus jogos nos últimos anos.

O Herói de Yokohama e o Dragão de Dojima

Pela primeira vez Ichiban Kasuga e Kazuma Kiryu dividem o protagonismo na maior parte do jogo. E daqui pra frente, vale ressaltar que pode ter spoilers dos jogos anteriores, então se você não tiver jogado ainda, recomendo parar por aqui. 

Após a Grande Dissolução em Yokohama, agora os ex-yakuza sofrem para seguirem suas vidas fora do crime e trabalhar em empregos legalizados. Kasuga, agora também um ex membro da Yakuza, está trabalhando em uma agência chamada Hello Works e não mede esforços para ajudar aqueles que já foram seus irmãos na máfia. Porém, Kasuga não esperava que a internet fosse palco de desinformação a troco de engajamento, as famosas fake news, o que reflete diretamente ao nosso protagonista e todos os seus amigos. 

Após todas as consequências das falsas informações e ainda tentando lidar com todos que foram afetados com isso, Kasuga recebe contato do Jo Sawashiro, antigo capitão da família Arakawa. Sawashiro oferece a Kasuga a oportunidade de conhecer sua mãe biológica, que está vivendo há alguns anos no Havaí, mas todos acreditavam estar morta. 

A partir desse pontapé inicial que a narrativa de Like a Dragon Infinite Wealth começa de fato. Com Ichiban Kasuga em busca de sua mãe no Havaí, cruzando ninguém menos que Kazuma Kiryu, do qual recebeu ordens da Facção Daidoji para estar lá em uma missão misteriosa. Juntos, os dois terão que enfrentar a máfia japonesa, os perigosos Barracudas e vários outros obstáculos em busca de Akane, mãe de Kasuga. 

Novos personagens vão cruzar nossos caminhos, como Eric Tomizawa e a misteriosa Chitose Fujinomiya, além de claro, novos vilões, sendo Yamai um dos principais. O jogo ainda traz de volta o sistema de vínculo, que permite conhecer mais sobre os personagens. Para aumentar o vínculo temos momentos específicos de diálogos, dar presente aos personagens ou até mesmo realizar uma boa ação, claro que nada é obrigatório, sendo apenas mais uma da infinidade de atividades secundárias presentes. 

Quanto a Kazuma Kiryu, em alguns momentos o jogo vai te colocar no controle do personagem de forma separada, com eventos emocionantes para os fãs do Dragão de Dojima. Kiryu ao mesmo tempo tem que lidar com problemas, que são revelados no decorrer da história, o que torna tudo mais marcante ainda. Outro destaque é a forma como foi adaptado seu estilo de combate aos turnos, contando com três diferentes estilos de luta, cada um deles com suas particularidades, mas funcionando muito bem. 

Like a Dragon: Infinite Wealth é um jogo obrigatório

Com personagens carismáticos e uma narrativa que se mostra extremamente ambiciosa, Like a Dragon: Infinite Wealth expande a franquia de forma nunca antes vista. Diversas reviravoltas, momentos emocionantes e atividades extras são apenas uma parcela do que o jogo tem a oferecer. Além de definir novos caminhos para o futuro da franquia, o jogo ainda aborda temas sérios em meio ao desenrolar de tudo que acontece com Kasuga e outros personagens. 

O estúdio Ryu Ga Gotoku mantém evoluindo tudo que já era muito bom até aqui, consolidando o seu mais novo lançamento como um dos melhores jogos do ano. O título ainda se torna obrigatório para qualquer fã da franquia, já para aqueles que querem conhecer a franquia, Yakuza: Like a Dragon foi a porta de entrada para o início de uma nova Era, com a construção de um protagonista tão grandioso quanto Kiryu. 

Outras reviews:

História
10
Jogabilidade
9.8
Gráficos
9.5
Desempenho
10
Trilha Sonora
10
Diversão
10
9.9

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