Little Orpheus

A maior magia para um jogador nos tempos atuais está, talvez, em encontrar algum jogo inesperado que lhe surpreenda. Inclusive quando o jogo está fora dos comentários das bolhas das redes sociais e sequer ganhou algum hype. Little Orpheus é um jogo que, apesar de curto, pode se encaixar nesse conceito.

O jogo foi desenvolvido pela empresa britânica The Chinese Room que tem em seu currículo produções interessantes como Dear Esther(2012), Everybody’s Gone To The Rapture (2015) e Amnesia: The Collection (2016).

As aventuras de Ivan Ivanovich

No passado, o cosmonauta Ivan Ivanovich é enviado para o centro da Terra para resgatar um artefato perdido, o Little Orpheus. A missão não saiu conforme planejado e agora, em forma de retrospectiva, ele precisa relatar ao seu algoz entrevistador o que realmente aconteceu. O problema  é que nosso querido personagem vai narrando toda sua epopeia de forma não confiável, envolvendo humor, hesitações e até relatos de conflitos temporais.

Claro que essa é uma história que depende de muita leitura do jogador. Os diálogos em português (apenas o texto) são grandes e constantes e, infelizmente, muitos deles ocorrem quando estamos numa parte que não prestamos tanta atenção ao texto. Ivan, em sua confusão mental, diz que morou em vários lugares e que seu pai teve várias profissões, deixando seu entrevistador frequentemente irritado. 

Jogabilidade simples e jogo sem muitos desafios

O jogo passa num ambiente 2,5D (o famoso 2D e meio) e envolve vários cenários como florestas da Pré-História, grutas, regiões geladas, regiões subaquáticas e até jardins com balões coloridos. O jogo traz uma ambientação típica de filmes do passado. Com um visual bem tecnicolor e muita coisa conectada ao Sci-fi e Fantasia, fácil de lembrar dos grandes clássicos como Flash Gordon e Simbad, bem como dos livros do escritor Júlio Verne.

A mecânica consiste em correr, pular, abaixar, deslizar e empurrar objetos para chegar a lugares mais elevados. Tudo muito simples com o uso de 3 botões. Sem puzzles complicados e com muita linearidade, o jogador não se perde. Entretanto, isso também pode ser algo chato para os fãs mais hardcores do gênero plataforma, pois tudo é muito fácil e a repetição pode ser algo constante. 

Os perigos que Ivan enfrentará

Espere correr ou se esquivar de dinossauros, pular de cordas em cordas, passar por icebergs perigosos, fugir de temíveis vermes subterrâneos ou se esgueirar por entre os habitantes de uma civilização perdida. Para dar uma dinâmica maior a alguns eventos no jogo, basta apertar um único botão no tempo certo e o perigo está vencido (mas essa ação é bem simples e nem exige tanto reflexo do jogador).

Para garantir um tempo de vida maior, o jogo, na versão dos consoles como o PS4 (versão testada) ganhou dois bônus: mais um episódio extra e as gravações perdidas. Entretanto, esse segundo bônus não altera muita coisa. Os episódios continuam os mesmos, apenas algumas orbs, bem fáceis de encontrar, são acrescentadas nos cenários. Elas garantem recompensas como desenhos e outros trajes (que, no final, serão úteis apenas para quem deseja platinar o jogo).

Considerações finais

Little Orpheus é um jogo indie com seus méritos. Apresentando visual atraente dentro de seu propósito, é fácil de entender e jogar, pega emprestado algumas lições dos clássicos jogos de plataforma e cujo entretenimento, embora rápido, deixa na gente um gosto de quero mais ou de uma sequência.

 Faltaram mais desafios, poderia ter um fator replay maior e algumas piadas ali contidas talvez estejam datadas hoje em dia. Isso não ofusca por completo a diversão que ele proporciona. De qualquer forma, a experiência final vem com mais aspectos positivos que negativos.

Ele costuma ficar por um preço acessível (12 reais) e frequentemente está nas promoções que ocorrem na PSN Store. Então, caso seja um apreciador do gênero plataforma 2,5D, vale a conferida.

O jogo foi lançado primeiramente para o Apple Arcade, depois chegou em outras plataformas como iOS, macOS, Microsoft Windows, Nintendo Switch, PS4, PS5. Xbox One e Xbox Series X/S.

Outras reviews:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *