Os fãs de jogos focados em narrativas sempre olhavam com atenção os jogos lançados pela Don’t Nod desde 2015, quando Life is Strange foi lançado e fez um grande sucesso na mídia e com o público em geral.
Agora com um novo estúdio, mas com os mesmos diretores do primeiro Life Is Strange, Lost Records: Bloom and Rage tem em sua proposta trazer aquilo que vemos em obras anteriores, uma trama com jovens que envolvem eventos sobrenaturais.
Lost Records: Bloom and Rage é um jogo de aventura narrativa desenvolvido pela Don’t Nod Montréal, com a direção dos criadores do primeiro Life is Strange, lançado em 2015. A história se desenrola em duas linhas do tempo: os eventos do passado, em 1995, e os do presente, em 2022, com uma diferença de 27 anos entre eles. A trama acompanha um grupo de adolescentes — Swann, Nora, Autumn e Kat — na cidade fictícia de Velvet Cove. Juntas, elas formam uma banda de punk, criam laços de amizade fortes e vivenciam um evento sobrenatural misterioso que impacta suas vidas profundamente.
O jogo foi dividido em duas partes: esta análise foca na Fita 1: Bloom, enquanto a Fita 2: Rage será lançada em abril para concluir a saga.
Gameplay fluído do jeito que conhecemos
Em Lost Records: Bloom and Rage, o jogador controla Swann, uma adolescente apaixonada por cinema que adora filmar tudo ao seu redor como uma cineasta amadora. Ela utiliza uma câmera típica dos anos 90, aquelas grandes que armazenam as gravações em fitas cassetes.
O jogo oferece liberdade para explorar o ambiente e filmar diversos pontos de interesse. Com o controle total da câmera, é possível ajustar o posicionamento usando o analógico direito ou, no caso do PlayStation 5, o sensor de movimento do controle. Os pontos de filmagem são categorizados por temas, como grafites, amigos ou objetos pessoais, e cada gravação contribui para a criação de “mini filmes” chamados lembranças.
Ao completar todas as gravações de um tema específico, o jogo monta automaticamente uma lembrança, que pode ser editada posteriormente. O jogador pode reorganizar as cenas ou regravar trechos para melhorar o resultado final. Um detalhe interessante é que, se a câmera tremer durante a gravação, isso será refletido na edição, adicionando um toque realista às lembranças.
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Além de filmar, a câmera também funciona como uma lanterna para explorar áreas escuras. A bateria da câmera é ilimitada, pelo menos até o final da primeira fita, o que facilita a exploração sem preocupações.
Narrativa bem contada
A narrativa alterna entre o presente e o passado, com Swann e Autumn relembrando os eventos de 1995, quando se conheceram e foram afetadas por um objeto misterioso que trouxe à tona um passado sombrio. A estrutura narrativa lembra Life is Strange, com escolhas que influenciam o desenvolvimento da história e os relacionamentos entre as personagens. As decisões tomadas no presente refletem nas memórias do passado, e vice-versa, criando uma conexão interessante entre as duas linhas do tempo.
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A história é conduzida de forma fluida, sem cenas desnecessárias que alonguem o jogo. A construção da amizade entre as personagens é convincente, e o jogo faz um ótimo trabalho em explorar os conflitos e problemas individuais de cada uma. O clímax da trama é apresentado de uma maneira convicente, deixando o jogador curioso para descobrir o que acontecerá a seguir.
Um salto gráfico assustador
Os gráficos de Lost Records: Bloom and Rage impressionam pela modelagem detalhada das personagens, que mesclam elementos de cartoon com realismo, resultando em um visual único e atraente. Os cenários são variados e bem construídos, oferecendo bastante espaço para exploração, seja para encontrar itens essenciais ou locais para gravar novas lembranças.
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No entanto, um problema que se destaca é a demora no carregamento de texturas. Em várias ocasiões, ao mudar de cenário, é possível notar que o ambiente ou as roupas das personagens demoram a renderizar completamente. Esse problema é mais evidente nas cenas de diálogo com Autumn no presente, onde a textura de sua roupa pode levar alguns segundos para carregar por completo.
Vale a pena?
Lost Records: Bloom and Rage é uma experiência narrativa bem contada, com uma história bem construída e mecânicas de gameplay criativas, como o sistema de gravação e edição de lembranças.
Apesar de alguns problemas técnicos com o carregamento de texturas, o jogo se destaca pela qualidade visual e pela profundidade emocional de sua narrativa. A primeira fita, Bloom, prepara o terreno para o desfecho da saga em Rage, deixando os jogadores ansiosos pelo que está por vir.
Lembrando que se você tem interesse em jogar ambas as fitas, elas estarão disponíveis para assinantes da PlayStation Plus Extra e Deluxe, tendo a segunda fita lançada somente em 15 de abril.
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