Review | Maestro: conduza a sua própria orquestra

Me lembro de, quando criança, assistir a filmes em que óperas apareciam como parte da história. Sempre me chamava atenção ver um maestro conduzindo uma música em que dezenas de músicos precisam tocar em perfeita sincronia, e tudo depende dos seus gestos. Aquilo despertava em mim a vontade de brincar que era um maestro de verdade.

Com Maestro, lançado para o PlayStation VR2, pude realizar um pouco dessa vontade, e conto aqui como foi a experiência e o que você pode esperar do jogo.

Um título agradável para todos

Para quem não entende nada sobre condução, o jogo começa com um tutorial bem interativo, que ensina passo a passo como agir conforme as notas surgem na tela. É um guia simples de acompanhar e que ajuda a pegar o ritmo logo nos primeiros minutos.

A jogabilidade é muito fácil de dominar. Na mão dominante, seguramos uma batuta, um pequeno bastão que funciona como a ferramenta principal do maestro. Com ela, conduzimos o ritmo da música: setas aparecem indicando a direção e precisamos balançá-la para o lado correto. Em alguns momentos surgem setas duplas, e aí é necessário usar as duas mãos para manter o tempo.

A mão livre serve para apontar para os músicos indicados, chamando cada grupo para iniciar sua parte no arranjo. Também podemos levantar ou abaixar essa mão lentamente, controlando a intensidade dos instrumentos. Em várias partes das canções, um círculo aparece centralizado na tela, e aí basta fechar a mão para acertar o comando, simulando o encerramento dos instrumentos.

O jogo permite jogar sem os controles do PlayStation VR2, usando apenas o rastreamento das mãos. A precisão do headset ao reconhecer esses movimentos é excelente, deixando a experiência mais fluida e libertando o jogador dos controles. Ainda assim, senti que os controles oferecem uma leitura mais firme, especialmente em ambientes com iluminação menos adequada.

Simples, mas funcional

Aqui não existe modo campanha. A estrutura é simples: escolhemos uma música no livro que fica sobre a mesa, entregamos a partitura ao personagem que nos acompanha desde o tutorial e, a partir disso, iniciamos o concerto.

Ao lado do livro, ao selecionarmos uma música, podemos pegar páginas com detalhes sobre a música que escolhemos, como por exemplo a foto do compositor, a data em que foi composta, entre outras informações.

As músicas não vêm liberadas de imediato; é preciso jogar uma a uma para desbloquear todas. A maior parte delas é formada por peças que já ouvimos inúmeras vezes no entretenimento. Mesmo sem lembrar o nome, basta começar a batida para reconhecê-las no mesmo instante.

Além das músicas, também desbloqueamos cosméticos que permitem personalizar as batutas, o figurino e os palcos. São itens simples, mas acrescentam alguma variedade visual aos cenários.

Vale a pena?

Maestro é, para mim, a realização de um sonho de infância. Ele apresenta uma simulação acessível e muito agradável do que é conduzir uma orquestra, oferecendo diversão constante e se mostrando uma ótima escolha para quem gosta de jogos de ritmo, especialmente para quem procura algo mais direto e sem aquele excesso de cores que costuma dominar o gênero.

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