Mario Kart, com certeza, é uma das maiores franquias que presenciamos em toda a indústria de videogames. Seu antecessor, Mario Kart 8 Deluxe, que teve seu lançamento originalmente no Wii U, teve um dos maiores suportes a conteúdo extra de toda a franquia, contando ao todo com 96 pistas.
Depois de esperar por 11 anos, a franquia recebe um novo título: Mario Kart World. O jogo promete trazer mais conteúdo, novas mecânicas de corrida e um sistema de mundo aberto nunca visto na franquia. Sem mais delongas, vamos para a análise.
Jogabilidade refinada
A jogabilidade se manteve muito semelhante ao que vimos em Mario Kart 8. O sistema de largada, drift e acionamento de itens permanecem o mesmo, com pequenas mudanças, é claro.
Na largada, continuamos precisando apertar o botão de acelerar na hora certa para conseguir um boost extra. A diferença é que, agora, em algumas corridas, não ficamos parados alinhados no grid para começar. Em certas pistas, já começamos andando, como se tivéssemos feito uma volta de aquecimento, e a largada acontece com os carros em movimento. Mesmo assim, a regra do boost antecipado permanece.

Uma coisa que foi retirada dos veículos foram os planadores e as rodas flutuantes, dando lugar às asas, que transformam o carro em um mini avião para planar temporariamente. Enquanto na água, o carro vira um mini barco para correr sobre ela, e agora não temos mais pistas subaquáticas.
Outra mudança foi a facilidade de conseguir um boost ao pular em uma rampa. Antes, precisávamos acertar o tempo certo para fazer a manobra e ganhar o boost extra. Agora, se você tem uma queda livre, não precisa se preocupar em ter acertado o tempo do pulo lá atrás. É possível fazer várias manobras enquanto está no ar.
No Mario Kart 8, tínhamos a mecânica de correr pelas paredes flutuando. Em Mario Kart World, essa técnica foi removida, mas ainda podemos correr temporariamente pela parede. Para isso, precisamos dar um salto através de uma rampa ou usar o salto concentrado, uma novidade na franquia, onde seguramos o botão de drift com o kart em linha reta para dar um pulo.
Além disso, foram adicionados corrimãos em várias pistas para deslizar sobre eles, ganhando um pouco de boost ao escorregar por um tempo. Também é possível pular para os lados, aproveitando esse boost por alguns segundos.
Design de Pistas
As pistas aqui estão mais lindas do que nunca. Cada detalhe é tão bem trabalhado que fica difícil acreditar que estamos vendo isso em um jogo de kart do Mario. O jogo sempre tem muitas coisas acontecendo fora da pista, como NPCs interagindo entre si de forma natural.
Uma das tradições da franquia, desde os últimos títulos, é o reaproveitamento de pistas de jogos anteriores. Aqui, isso acontece novamente, mas as mudanças são tão grandes que parecem ter sido feitas do zero.
Exemplos como Moo Moo Meadows (originalmente do Mario Kart Wii) e Peach Beach (do Mario Kart Double Dash) já apareceram em outros jogos e ganharam novas versões aqui, totalmente repaginadas, com novos caminhos, atalhos e interações.

Além disso, temos o que considero uma das Rainbow Road mais bonitas da franquia. Mesmo sendo uma pista de tomada única, cada volta é um colírio para os olhos. Quem assistiu à animação lançada em 2023 pode perceber semelhanças com essa pista em Mario Kart World.
Novos itens que mudam tudo
No quesito itens, que estão presentes desde o início da franquia, tivemos algumas adições e poucas baixas. Continuamos com os clássicos: cogumelos normais e dourados, casca de banana, cascos verde, vermelho e azul. O item que ficou de fora desta vez foi a caixa falsa, que podia ser colocada no meio das caixas de itens para confundir os adversários e fazê-los explodir. A ausência pode ser justificada pela diminuição de circuitos fechados, onde o item fazia mais sentido.
Entre os itens novos, temos o casco dourado, que, ao ser arremessado, solta várias moedas pelo caminho e atinge adversários. Temos também o martelo, que lança vários martelos para frente ou para trás, acertando os pilotos. A pluma não é exatamente novidade (esteve no primeiro jogo, no Super Nintendo). Com ela, damos um salto médio, podendo pular obstáculos, evitar quedas ou desviar de cascos guiados e do casco azul.
Uma novidade na franquia é a comida turbo, coletada em pontos específicos do mapa (parecidos com fast foods). Ao usá-la, ganhamos um boost temporário, e o personagem ganha uma nova roupa (inclusive, é assim que desbloqueamos todas as roupas). As comidas variam de acordo com a região da pista, por exemplo, no rancho, aparece um galão de leite.
Por último, temos o Kamek, um item que convoca o Koopa mágico de mesmo nome para transformar todos à nossa frente em personagens aleatórios. Se você está acostumado a correr com o Mario (leve) e é transformado em uma vaca (pesada), sentirá a diferença no controle.

Quando somos transformados em um personagem novo, ele é desbloqueado para seleção. No total, podemos desbloquear 11 personagens dessa forma, o que pode ser demorado, já que depende do item aparecer.
Algo que notei nos itens antigos: o raio teve seu efeito reduzido. Antes, os personagens ficavam minúsculos por muito tempo; agora, mesmo em primeiro lugar, o efeito dura no máximo 3 segundos. Isso provavelmente foi ajustado devido ao ritmo mais intenso do jogo.
Temos os clássicos e coisa nova
Não é segredo o que esperamos dos modos de jogo em Mario Kart World. Temos o clássico Gran Prix, composto inicialmente por 7 campeonatos (4 pistas cada), onde quem pontuar mais vence. Ao finalizá-los, liberamos um extra para competir.
Outros modos já conhecidos incluem o contrarrelógio, onde testamos nosso tempo em cada pista, e os modos de batalha, como a Batalha de Balões, onde precisamos estourar os balões dos adversários para eliminá-los, e a Batalha de Moedas, onde vence quem acumular mais moedas.
Entre as novidades, o Modo Confronto permite criar campeonatos personalizados, escolhendo quantas pistas correr, quais pistas incluir e os tipos de itens permitidos. Aqui, entendemos o “World” do título, pois ao selecionar uma pista principal, aparecem várias variações, permitindo corridas mais longas e diversificadas.
Já o Modo Eliminação é uma corrida única de 6 voltas, onde os 4 últimos são eliminados a cada volta. Esse modo é o mais caótico da franquia. Imagine estar em primeiro, levar uma sequência de itens e ser eliminado na segunda volta! É perfeito para o online, evitando repetições.
Mundo Aberto
Um dos grandes destaques deste novo capítulo é a possibilidade de dirigir livremente pelo mundo aberto, no Modo Livre. Aqui, vemos como cada pista está interligada, como se estivéssemos nas ruas do mundo de Super Mario Bros.
Muitos esperavam algo no estilo Forza Horizon, com várias corridas espalhadas pelo mapa. Mas não é bem assim.
No mundo aberto, podemos encontrar Botões P, que iniciam missões ao serem ativados, Painéis ?, coletados ao passar por cima (alguns bem escondidos), e os Medalhões da Peach, que exigem manobras para serem pegos.
Além disso, podemos juntar moedas para desbloquear novos veículos (a forma mais fácil de conseguir todos) e todas as roupas dos personagens, já que dá para pegar comida turbo quantas vezes quisermos.
Vale a Pena?
Mario Kart World tem tudo para ser o maior jogo da franquia. Comparar a quantidade de pistas com o antecessor não é justo, já que o seu antecessor teve 11 anos de conteúdo para chegar onde está. Já em World, todas as pistas são mais densas, e a jogabilidade é a mais caótica e insana da série.
Para quem ama a franquia, é um jogo obrigatório — especialmente se você for pegar um Nintendo Switch 2.
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