The Legend Of Zelda se passa em um mundo de fantasia, mas é desenhado muito vagamente e com muitos elementos de ficção científica misturados sempre que os designers da Nintendo têm vontade – até mesmo “Majora’s Mask” tinha uma missão secundária bizarra com alienígenas sequestradores de vacas.
Minishoot’ Adventures não é exatamente um clone de Zelda, mas a melhor maneira de descrevê-lo é como uma mistura entre a aclamada franquia da Nintendo e um shooter 2D, bullet hell – quando há muitos projéteis na tela – que também gosto de chamar de “jogo de navinha”. Isso parece uma combinação improvável, mas funciona surpreendentemente bem.
Minishoot’ Adventures tem dois ingredientes principais. O primeiro é a inspiração em The Legend of Zelda. Os elementos principais são um grande mapa aberto que pode ser explorado livremente e, dentro desse mapa, uma série de pequenas salas que só são desbloqueadas quando todos os inimigos são derrotados. Sem mencionar as masmorras e chaves impossivelmente grandes.
Tudo se encaixa muito bem. A exploração é bem recompensada. Sair dos caminhos conhecidos é constantemente recompensado com pedaços de coração, itens para melhorar suas habilidades ou pedaços do mapa. Exatamente como a exploração deve ser tratada.
É, definitivamente, uma das tramas de um jogo de videogame
Em Minishoot’ Adventures sua vila é destruída e encarcera todos os seus amigos em cristais. Felizmente, todos neste planeta são naves espaciais fortemente armadas; você incluso. Então, a melhor maneira de salvar seus amigos é atirar em tudo o que se move na tela. À medida que você resgata seus amigos, você fica mais forte e pode resgatar mais.
É uma trama deliberadamente simples: o foco está em explorar os cantos do mundo. Felizmente, é um mundo muito agradável de se explorar. Parece ótimo, com um estilo de arte muito limpo e brilhante, que é agradável aos olhos.
O mundo também é, geralmente, bem-dividido em áreas de sentimentos distintos, com desertos amarelos contrastando com florestas verdes brilhantes. O jogo também adiciona leves elementos de Metroidvania à mistura, com mais partes do mapa se abrindo à medida que você adquire novas habilidades, como poder flutuar na água. Aparentemente, nossas naves eram solúveis em água antes disso.
Balas & Chefes
O outro ingrediente principal no ensopado saboroso de Minishoot’ Adventures é uma grande dose de bullet hell shooter. É bastante comum entrar em uma sala e vê-la subitamente preenchida com orbes amarelos e vermelhos da morte. As balas se destacam claramente e o movimento de nossa pequena nave é muito fluído. Os controles parecem estar diretamente conectados ao seu cérebro. Virar e desviar é incrivelmente preciso, permitindo que você faça esquivas em frações de segundo. Muito útil se, por exemplo, uma nave gigante estiver preenchendo toda a tela com balas.
Isso me leva diretamente às lutas contra chefes. Em geral, elas são ótimas. São pequenos testes das habilidades que desenvolvemos no mundo aberto. Elas se inclinam fortemente para o ângulo bullet hell citado acima. No início, é o formato padrão de milhões de balas, mas, com o tempo, as coisas se movem para a água, o que significa que você também precisa lutar contra a inércia.
Minishoot’ Adventures tem três lutas principais contra chefes – desconsiderando os chefes finais –, e eu ansiava por elas. Por isso, fiquei um pouco triste quando uma masmorra simplesmente lhe entrega seu prêmio ao lado de um chefe já morto há muito tempo. Também sinto que algumas delas se arrastam um pouco demais. O terceiro chefe, em particular, simplesmente não morria. Para alguns jogadores essa escolha corre o risco de transformar as coisas de um teste de habilidade para um teste de paciência.
Nada é perfeito…
Tenho outro problema mais geral também. Embora eu goste do design do mundo, o fato de que todos os personagens que você encontra são naves espaciais cria alguns problemas. O som dos seus tiros é um barulho metálico, como chuva em um telhado de brasilit. Também há o problema de que somos um triângulo branco tentando evitar círculos brancos. Tentar acompanhar onde estamos na confusão pode ser desafiador; às vezes meu cérebro simplesmente desligava tentando processar tudo.
Mas algumas coisas, são
Apesar das chatices citadas acima, vou dar crédito à SoulGame. Eles conseguiram dar muita personalidade ao nosso pequeno herói-nave. Quando pegamos itens ou fazemos um salto arriscado, ele faz um pequeno bip e gira – ele tem muita personalidade! – . Quando você resgata um amigo, ambos giram e corações aparecem sobre suas cabeças.
É incrível como tão pouco é necessário para engajar a empatia de um cérebro humano simples. Mas ainda assim, esse pequeno toque é emblemático de toda a atmosfera agradável de Minishoot’ Adventures, mesmo que disfarce uma curva de dificuldade complicada. Na verdade, fiquei bastante encantado.
É um jogo bastante básico em seu núcleo. Um grande mundo aberto com muitas coisas para encontrar e muitos inimigos para atirar. Me faz pensar em uma barra de chocolate ou um lanche agradável. E eu nunca fiquei infeliz jogando Minishoot’ Adventures. É bastante curto – 91% completo em cerca de oito horas – mas o que temos é um pacote agradável, simples e inegavelmente divertido. Movimento incrivelmente suave, lutas contra chefes emocionantes e uma atmosfera adorável. Apesar de ser uma mistura de géneros, e claramente de muito baixo orçamento, este é um dos melhores jogos do estilo Zelda, que nada tem a ver com a Nintendo, há vários anos.
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