Review | Once Upon a Puppet: uma obra imperfeita

O teatro encanta, já os bugs assombram...

Quando bati os olhos em Once Upon a Puppet, lembrei na hora de um jogo que joguei na época do PlayStation: Puppeteer. Fiquei vidrado naquele jogo e só parei quando platinei.

Apesar da semelhança no nome, os jogos não têm nada a ver um com o outro. Mesmo assim, valeu a pena dar uma chance a ele. Só que, dessa vez, algumas coisas me incomodaram de um jeito que não acontecia há tempos.

A história de um boneco e seu marionetista

A história segue Nieve, um bruxo exilado que controla marionetes, e Drev, uma marionete que sonha com fama. Conectados por fios mágicos, eles exploram o Understage para desvendar os segredos de um reino teatral esquecido e enfrentar o Heartbroken King — um vilão trágico cujas ações levaram esse mundo à ruína.

Jogabilidade acessível

A jogabilidade tem uma premissa bem criativa: controlamos Nieve e Drev ao mesmo tempo, como se estivéssemos manuseando uma marionete de verdade. Em certos momentos, quando precisamos empurrar um objeto com Drev, podemos ajustar a posição de Nieve para ganhar mais força e concluir a ação mais rápido.

O jogo é focado quase totalmente em quebra-cabeças para avançar entre as fases. O combate é mínimo — só ganhamos ferramentas para derrotar inimigos nos capítulos finais.

Os puzzles são relativamente fáceis, mesmo sem indicações diretas do que fazer (a não ser pelas falas dos personagens). A única dificuldade maior é para quem não entende inglês, já que o jogo não tem legendas em português (pelo menos até o momento desta análise).

Conforme avançamos, desbloqueamos habilidades novas, como:

  • Usar Drev como estilingue;
  • Arco e flecha para cortar cordas do cenário;
  • Lanterna para eliminar inimigos; entre outras.

Também há trajes para o Drev, inspirados em clássicos do teatro, que são costurados quando encontramos máquinas de costura espalhadas pelos cenários.

Seria um jogo perfeito, mas os problemas…

É aqui que o jogo perde todo o brilho. O que deveria ser uma experiência encantadora acaba se tornando frustrante por causa do desempenho terrível.

Alguns bugs são inofensivos, mas muitos atrapalham a progressão. O pior que enfrentei foi na fase final: precisei interagir com uma alavanca, mas o jogo simplesmente não me deixava prosseguir, nem reiniciando o jogo o problema sumia. Só consegui avançar recomeçando o capítulo inteiro.

Outro problema grave foi morrer em cima de um checkpoint e, ao renascer, a câmera ficou travada como se eu estivesse no checkpoint anterior, mostrando um cenário completamente diferente.

Além disso, o jogo sofre com:

  • Quedas bruscas de FPS, especialmente nos momentos finais (parecia que o jogo ia fechar a qualquer instante);
  • Ficar preso em objetos do cenário, principalmente em áreas com destroços no chão.

Vale a pena?

Once Upon a Puppet é um jogo lindo, com uma direção de arte que encanta fãs de estética teatral. Infelizmente, os problemas técnicos roubam todo o seu potencial, tornando a experiência mais frustrante do que deveria.

Se tiver interesse, espere para ver se os bugs serão corrigidos em breve. Quando os problemas forem corrigidos, será uma ótima aventura para quem curte puzzles e algo mais leve.

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