A Annapurna Interactive vem se ressaltando no mercado, lançando jogos que fazem sucesso e que acabaram caindo no gosto da crítica e do público. Produções que trazem narrativa ousada, inusitada e até mesmo apresentando ideia inovadora. Pegue como exemplo What Remains Of Edith Finch (2017), Outer Wilds (2019) e Stray (2022).
The Artful Escape (2021) é mais um jogo a engrossar essa característica da empresa. Produzido pela produtora Beethoven & Dinosaur, o jogo chega como uma criação de um criativo músico australiano que fundou a empresa, Johnny Galvatron (que também é líder da banda The Galvatrons). Então, espere uma jogatina envolvida por ritmos musicais e, como já expresso anteriormente, regido por uma narrativa nonsense e fora dos padrões usuais de alguns jogos do mercado.
A narrativa épica de Francis Vendetti
A única coisa que o jovem Francis Vendetti deseja é fugir do passado da glória de seu tio Johnson Vendetti, um famoso compositor de música Folk. Ao chegar em sua cidade natal, ele constata que seu tio virou um ícone.
Após alguns estranhos eventos, o jovem acaba se conectando a outros lugares e personagens estranhos. Precisa passar por uma aventura de enormes proporções, de autodescoberta, de mudança de personalidade e de uma interação maior com a música que ele tanto aprecia.
Uma estética visual simples mas com belo realce
Com cores vivas, criando praticamente uma animação que além de assistir podemos interagir, a velha escola 2D funciona perfeitamente aqui. E isso logo nos minutos iniciais do jogo. Interessante notar detalhes ao fundo dos cenários, tanto da natureza ao redor como os cenários ligados às cidades.
Embora The Artful Escape seja visto prontamente como (mais) um jogo de plataforma 2D, o que diferencia aqui na jogatina é poder interagir com ritmos musicais, abrindo caminhos pelos cenários e cumprindo objetivos.
Tocando a guitarra no tempo certo, conseguimos alcançar lugares altos, abrir portas ou mesmo atravessar obstáculos. Isso vai criando um jogo que muitas vezes é ágil, mas que nos permite olhar um visual colorido, iluminado, vibrante e psicodélico (mesmo que em algumas ocasiões possa ser estranho e apelativo demais).
Música e entretenimento vivendo juntos
Nada de armas. Nada de inimigos para abater. Entretanto, algumas batalhas musicais épicas estarão nos esperando. Verdadeiras Jam Sessions que devem ser repetidas apertando botões específicos conforme o chefe as executa. Algumas fáceis, outras nem tanto, mas nada que a prática não leve à perfeição.
Espere encontrar em The Artful Escape, cenas que carinhosamente homenageiam ícones da música como Bob Dylan, David Bowie e John Denver. O jogo também abraça sem preconceito diversos gêneros musicais, desde o Rock pesado até a Soul Music. Um jogo vibrante em sua trilha sonora, sobretudo nos instantes finais apoteóticos da narrativa. E se você tiver uma boa caixa de som para acompanhar o jogo, vai se esbaldar com isso.
Humor, muitos diálogos e considerações finais
Claro que não pode faltar a parte humorada. Em muitos diálogos, o personagem ironiza ou faz menção tendo a Cultura Pop como temática. E Francis estará diante de muitas escolhas que lhe serão ofertadas. Em contrapartida, as respostas que escolhemos acabam não oferecendo outros finais ou mesmo não influenciam nos eventos do jogo. E, dependendo do jogador, pode soar maçante passar por muitos diálogos (caso ele não preste atenção nas referências).
Mesmo curto e linear, The Artful Escape acaba conquistando por realizar um encontro apaixonado com a música. Cria uma estética visual bem peculiar e atípica se pensarmos nos padrões convencionais de muitos jogos atuais. O jogo está disponível para Microsoft Windows, Xbox One e Xbox Series X/S, Nintendo Switch, PS4 e PS5. O jogo está na GamePass e na Plus Extra. Então, quem tem esses planos, melhor ainda aproveitando a gratuidade.
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