Sorria 2 Crítica

Crítica | Sorria 2 é um show de horrores, no bom sentido

Longa peca no terror, mas entrega mais profundidade que seu antecessor

Sorria 2 chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (17), e traz de volta às telonas o terror que chamou atenção em 2022, estrelado por Sosie Bacon. Agora, Naomi Scott (“Aladdin“) interpreta a protagonista da nova trama, Sky Riley, que também se vê perseguida por algo maligno.

Além da atriz e cantora britânica, também estão no elenco Ray Nicholson (“Um Crime Passional“), Lukas Gage (“Stay Lost“) e Rosemarie DeWitt (“Poltergeist – O Fenômeno“). Direção e roteiro permanecem nas mãos de Parker Finn, que também esteve responsável pelo primeiro filme.

Precisamos falar sobre o terror em Sorria 2

Finn parece compreender que o significante sucesso do último longa foi além das cenas de horror e optou por priorizar o mistério sobre sua criatura, sem abandonar a tensão. Mas não se engane, há bastante terror em Sorria 2, talvez até em maior proporção que em seu antecessor, mas as cenas parecem estar ali para mais “bater ponto” e levar a outro objetivo, do que realmente para amedrontar.

Apesar de abusar menos dos irritantes takes vazios em meio à músicas tensas, o longa vai um pouco longe demais nos famigerados “jump scares“, mas não é nada que estrague diretamente a experiência – e talvez seja mais algo que eu, particularmente, detesto em filmes de terror da atualidade.

Toda a expectativa gerada pelas cenas finais do último filme, que trouxeram, ao meu ver, o terror na medida certa e entregaram até mesmo uma inesperada e positiva ação, não é correspondida na sequência, onde temos cenas que buscam causar desconforto e confusão, mas chamam mais atenção por serem irrelevantes. Um desses momentos, inclusive, me arrancou risadas sinceras, apesar de eu não sentir que fosse a intenção.

A partir daqui, porém, há mais pontos positivos do que negativos no longa-metragem. Muito disso passa pela decisão de ir além do terror habitual e, principalmente, pela atuação de Naomi Scott.

Um filme que explora melhor os demônios da mente humana

Algo que precisa de destaque é o “looping” que o título provoca ao público: após sua “contaminação”, Sky Riley vive o mesmo processo que Rose, protagonista do primeiro filme. Isso é justificável pelo fato de que a critura age de forma “parasita” e segue padrões de ataque à mente desde sua primeira vítima.

O interessante aqui está na forma como esse processo se desenvolve em uma mente ainda mais quebrada e frequentemente atormentada por seu fantasmas pessoais. Além disso, o impacto dos “sintomas” paranormais na vida de uma pessoa famosa também é curioso.

O longa-metragem nos leva bem à uma viagem ao mundo da fama e como ele pode ser naturalmente assustador, mesmo sem se aprofundar muito. Se isso não bastasse, Sky ainda precisa lidar com a recuperação de seus vícios, as memórias de um evento traumático e uma mãe controladora.

Naomi Scott é a estrela do show

Sorria 2 apresenta uma trama repleta de personagens secundários irrelevantes e mal aprofundados. Assim, o mesmo torna-se quase um monólogo de sua protagonista, o que contorna perfeitamente com a boa atuação de Naomi Scott.

Apesar de possuir a voz necessária para o papel, Naomi mostrou que foi escolhida não apenas por seus talentos musicais – essa habilidade, inclusive, é pouquíssima explorada em tela.

A atriz parece entender o peso das experiências que sua personagem enfrentou antes mesmo da chegada da criatura em sua vida, e traz com sucesso ainda mais drama durante os eventos sobrenaturais.

Se já não fosse o suficiente ter que “carregar nas costas” a narrativa como protagonista, a britânica ainda interpreta outra personagem próximo ao fim do filme, e entrega uma atuação razoável.

Franquia à vista?

Falando então sobre o desenrolar de Sorria 2, o longa traz um final surpreendente, que ameaça encaminhar para mais filmes, mas também parece jogar esta decisão ao público, aguardando a repercussão que seu desfecho trará.

Por fim, a sequência me divertiu mais que seu antecessor, apesar de cometer mais erros por se permitir ousar. Mesmo com longos momentos distante do terror, o filme não abandona a tensão e abraça ainda mais o mistério que há em volta do mal, além de flertar com os limites da mente humana.

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Colaborador do Conecta Geek desde 2024, nasci no estado do Rio de Janeiro e alinho minhas maiores paixões à minha vocação através da produção de conteúdo. Entre as minhas áreas de maior domínio e experiência profissional estão o o universo geek, o automobilismo e os esportes em geral, principalmente o futebol. Certificado como Jornalista Digital e Social Media pela Academia do Jornalista, contribui no passado como Colunista, Editor-chefe e Líder da editoria de Esportes nos portais R7 Lorena e iG In Magazine.