Lançado há 50 anos, The Rocky Horror Picture Show é o exemplo máximo de um cult movie. Inicialmente um fracasso de bilheteria, o filme acabou por encontrar o seu público e hoje carrega um recorde. Desde a sua estreia, o musical de Jim Sharman baseado na peça de Richard O’Brien nunca saiu de cartaz. Afinal há sempre alguma sala no planeta exibindo o longa para pessoas que nãos e cansam de dançar o “Time Warp” mais uma vez.
Neste especial contamos um pouco da história do filme que pode ser visto atualmente no Disney+
Um musical que refletiu o seu tempo

Antes de chegar às telas, “Rocky Horror” estreou nos palcos ingleses. A ideia de misturar horror e ficção científica barata e rock retrô sob uma roupagem glam foi de Richard O’Brien. O autor já tinha uma carreira no cinema e teatro, tendo participado de produções como “Hair” e “Jesus Cristo Superstar”.
Um sucesso imediato, apesar do orçamento baixíssimo, a peça começou a atrair muitas celebridades, Mick Jagger a Vincent Price, para o Royal Court Theatre. A vida dos envolvidos começa a mudar quando Lou Adler assiste a uma sessão.
Figura fundamental na história do rok and roll, Adler já havia produzido artistas como The Mamas and The Papas e Carole King e ajudado a organizar o Festival de Monterey – aquele que mudou as vidas de Jimi Hendrix, Janis Joplin, Otis Redding e The Who – em 1967.
Lou também era dono do Roxy, um dos principais clubes de Los Angeles. Ao assistir The Rocky Horror Show ele sentiu que estava diante de uma peça que poderia ficar muito tempo em cartaz, talvez eternamente, em LA. Não demorou muito para ele fechar um acordo para levar o espetáculo para os EUA.
A Estreia nos Estados Unidos

Em março de 1974 Rocky Horror estreou no Roxy com excelente público. O elenco era todo original, com exceção de Tim Curry, que já havia dado vida ao Doutor Frank-N-Furter na Inglaterra. Adler só não esperava que o musical fosse fracassar na Broadway – segunda ele a razão foi ter tido a ousadia de exibir a peça em outra cidade antes de Nova Iorque. Outro erro de cálculo foi querer criar um “evento d rock and roll” (palavras dele) no icônico Teatro Balasco. Após 45 apreentações, a peça saiu de cartaz.
Felizmente, àquela altura, o contrato para a realização de uma adaptação para o cinema já estava assinado e o filme não demoraria muito a sair do papel.
The Rocky Horror Picture Show

Produzido pela Fox, The Rocky Horror Picture Show teve orçamento minúsculo, o que não chegou a atrapalhar muito. Afinal o lado mais trash da cultura pop estava no cerne desta história, ou melhor dizendo, fiapo de história.
Temos um casal de recém-casados tipicamente certinhos que, acabam em um castelo sinistro depois que o pneu do carro estoura. Ali eles encontram um cientista travesti morador do “Planeta Transsexual da Galáxia da Transilvânia” que cria uma espécie de Frankenstein e toda uma fauna de pessoas “estranhas”.
A direção ficou com Jim Sharman qu havia trabalhado nas versões inglesa, americana e australiana da peça. Tim Curry reprisou o papel de Frank-N-Furter e O’Sheridan fez a parte de Riff-Raff e assinou o roteiro ao lado do diretor.
A maior novidade foram os atores escolhidos para viver o casal careta que está no centro da história. Barry Bostwick, como Brad, e a estreante Susan Sarandon como Janice. A opção por dois nomes que não haviam vivido os personagens anteriormente, foi de uma enorme felicidade. A dupla se viu em um set de filmagens onde praticamente todo mundo já se conhecia. Resultado, assim como seus personagens, eles eram os estranhos naquele ambiente e isso se refletiu na película.
Fracasso de bilheteria e sucesso cult

O filme chegou aos cinemas dos EUA em setembro de 1975 e se tornou um fracasso retumbante. O destino do fikme muda quando ele começa a ser exibido em universidades e salas alternativas, geralmene em sessões “malditas”. Foi nesse ponto que um fenômeno começou a ser observado: a audiência estava participando ativamente do filme. Havia cantoria, pessoas vestidas como os personagens e até “efeitos especiais” ao vivo (muita gente jogava arro na cena do casamento ou molhava os espectadores nas cenas de chuva).
Algo que pode ser visto como um defeito no filme – a demora dos atores para responderem suas falas – também se tornou uma vantagem. Graças a isso, o público podia se antecipar ao que se via na tela, tornando a projeção ainda mais divertida.
Essas sessões começaram a atrair cada vez mais os outsiders e freaks para o cinema. De repente, Rocky Horror era um lugar onde todos se sentiam acolhidos e podiam ser quem quisessem, sem medo de julgamentos ou censura.
Hoje em dia, ver o filme na telona ainda é um passatempo para muita gente. Basta dizer que ele ainda é exibido com regularidade ao redor do mundo, o que faz dele o filme que mais tempo ficou em cartaz na história do cinema. O fanatismo com a obra é tão grande que nem a Disney, o estúdio que comprou a Fox na década passada, teve a coragem de colocá-lo na geladeira.
Leia mais:













Deixe uma resposta