Anunciado oficialmente ainda na E3 de 2014, Dead Island 2 rapidamente se tornou incerto. Após diversos problemas em seu desenvolvimento, reboot do projeto e outros acontecimentos caóticos, o jogo finalmente viu a luz em 2023.
E cá estamos nós, em uma das sequências mais aguardadas pelos fãs. Desta vez, na belíssima cidade de Los Angeles, infestada de zumbis. E, diferente do primeiro jogo, desta vez podemos escolher entre seis personagens, cada um com suas habilidades especiais e estilo de jogabilidade. Detalharei mais sobre eles adiante.
Obs: Essa análise aborda o jogo base e seus dois DLCS
A clichê história de zumbis
Tudo começa com uma linda cinemática, apresentando indiretamente cada um dos personagens jogáveis. Apesar de nenhum deles se conhecer, todos estão em busca de embarcar no avião militar que supostamente os levará para uma zona segura.
Acontece que um dos passageiros está infectado e se transforma, fazendo com que a situação saia completamente do controle. O avião começa a cair, e é neste ponto que selecionamos quem controlaremos no decorrer do jogo. Independentemente da sua escolha, o desenvolvimento da história será o mesmo, sem mudanças nas cenas, diálogos, etc.
Inacreditavelmente – e não será a única bizarrice aqui – algumas pessoas, incluindo seu personagem, sobrevivem à queda do avião. A partir daí, teremos que procurar sobreviventes e sobreviver em meio ao apocalipse zumbi.
Durante nossa tentativa de buscar um local seguro, nosso personagem é mordido, descobrindo assim ser imune à transformação em zumbi. Oficialmente, nossa jornada começa em busca de autoridades, governo ou qualquer coisa que possa desenvolver uma cura através do nosso sangue.
Sem muitas novidades
Voltando a falar sobre os personagens, são eles: Bruno, Amy, Dani, Jacob, Ryan e Carla. Na minha gameplay, fui com o Ryan e, conforme citei anteriormente, o desenvolvimento da história não muda de um para o outro. A única real diferença está nas habilidades e agilidade do personagem.
Nossas habilidades em Dead Island 2 são baseadas em cartas. Não há uma árvore de upgrade ou nada do tipo, mas sim diferentes cartas, contendo diferentes habilidades. À medida que exploramos ou progredimos na história, vamos ter acesso a cartas melhores.
Quanto à jogabilidade em si, pouco inova em relação ao primeiro jogo. Temos uma variedade de armas brancas e pouquíssimas armas de fogo. O foco permanece no combate corpo a corpo, uma vez que munição para armas de fogo é quase impossível de encontrar. Até é possível fabricá-la, mas requer muitos elementos.
Nossas armas possuem uma durabilidade, quebrando com o tempo de uso. Mas não se preocupe, é possível consertá-las na bancada onde criamos ou melhoramos as armas. Além disso, é possível fazer combinações bizarras, como um cutelo de fogo, faca elétrica ou um machado com líquido corrosivo, entre outras combinações divertidas.
Já na jogabilidade de movimentação em si, apesar de Dying Light ter se tornado um jogo dos criadores de Dead Island, nosso personagem aqui é muito mais lento e não faz acrobacias. Infelizmente senti falta disso, algo que ajudava muito na esquiva e na hora de driblar os zumbis.
Gráficos bonitos, esmagar zumbis melhor ainda
Dead Island 2 possui belos gráficos, isso não há como negar, porém, nada que se intitule da atual geração de consoles. Principalmente pelo fato de o jogo também ter saído para PlayStation 4, mostrando ainda mais suas limitações.
Por outro lado, os efeitos de desmembramento e reação aos golpes são sensacionais. Praticamente o jogo inteiro, você verá zumbis se despedaçando, deixando o ambiente todo cheio de sangue e outros detalhes que combinam com a insanidade do jogo.
Apesar do mundo aberto, Dead Island 2 traz o mapa dividido em áreas novamente, bem aproveitadas. Passaremos por lugares como Bel Air, Beverly Hills, Venice Beach e muito mais. Los Angeles, quase inteira, para você se aventurar e matar zumbis, claro.
Vale destacar que a trilha sonora combina muito com os momentos do jogo. Apesar de não ser dublado em português, possui uma ótima dublagem original. Ótimas vozes, ótimas músicas e, claro, legendas em PT-BR.
A espera é justificada?
Foram mais de oito anos de incertezas e dúvidas quanto ao seu lançamento. Porém, ao jogar Dead Island 2, fiquei com o sentimento de “esperava mais”. Mas calma, antes de me xingar, eu explico o porquê.
Durante toda a sua campanha, infelizmente o jogo não faz esforço para criar personagens interessantes ou que se tornem importantes na nossa jornada para supostamente salvar o mundo. Inicialmente, até parece que vai ter, com o retorno de Sam B, mas ele se torna um personagem mal aproveitado na narrativa.
Dead Island 2 nem sequer se esforça para fazer com que lembremos do nome dos primeiros personagens que nos ajudam. Muito menos desenvolver algum deles de forma séria. Claro que sei como o jogo leva tudo para a bizarrice extrema, até mesmo as piadas. Porém, isso faz com que seja só mais um jogo de matar zumbis.
Apesar de todo o ciclo repetitivo, felizmente a Deep Silver e PLAION investiram em conteúdo pós-lançamento. Dois DLCs estão disponíveis até o momento desta review, ambos explorando novos locais, armas e inimigos.
Falando especificamente do DLC Sola, este que a equipe da PLAION enviou um código para conferirmos, foi extremamente divertido e desafiador ao mesmo tempo. Nele, temos que investigar o que aconteceu com todos os espectadores de uma espécie de Rock in Rio dominado por zumbis, além de enfrentar um novo inimigo mortal.
Felizmente, assim como no jogo base, as novas áreas tanto do DLC Sola quanto do Haus são bem aproveitadas. Ótimas batalhas de chefes, que provavelmente vão te frustrar pela dificuldade, mas jogadas em cooperativo ficam mais tranquilas e divertidas.
E falando no desafio, esse é outro ponto que me decepcionou. Apesar da presença de nível no jogo, para nosso personagem e inimigos, acaba se tornando inútil, pois independente do seu nível, o jogo sempre irá balancear os inimigos no mesmo nível que o seu. Ou seja, não importa o seu nível, seu inimigo sempre estará no mesmo nível que você. Entretanto, suas armas não, e para elevar o nível delas, custa muito dinheiro.
Adquirir novos itens nos comerciantes ou máquinas de armas requer dinheiro, que pode ser encontrado pelo mapa, matando zumbis, etc. Melhorar as armas também exige itens específicos, como eletrônicos, álcool, peças de metal, etc., assim como em Dying Light, por exemplo.
Para os amantes de passar horas detonando zumbis, existem diversos desafios dentro do jogo. Matar um número específico de zumbis com uma arma específica, explorar locais de Los Angeles, confeccionar armas ou materiais, entre outros, são vários, o que dá uma vida extra ao jogo, assim como os colecionáveis.
Quanto aos bugs, não presenciei muitos. Às vezes um zumbi atravessava uma parede aqui e ali, mas nada que comprometesse a jogatina. Na verdade, até me impressionou como corrigiram rápido os bugs do lançamento e, pela quantidade de zumbis em tela, não ter muitos bugs acontecendo.
Dead Island 2 vale a pena?
Apesar de ter me divertido com Dead Island 2, preciso ser justo e dizer que apenas matar zumbis não me convenceu a pagar o preço cheio ou os valores de promoção, seja na sua plataforma de preferência.
O título conta com uma campanha esquecível e personagens que, no fundo, são só estrelas de Hollywood irritantes. Além de um sistema de nível frustrante, que só serve para ficarmos elevando a força das armas, para tentar acompanhar a força dos zumbis no final do jogo.
Felizmente, o conteúdo das expansões dá uma sobrevida ao jogo, bem como explorar Los Angeles e cumprir os inúmeros desafios. Mas, dependendo do seu gosto, pode ser uma aventura sofrida, exceto para fãs que talvez tanto esperaram por essa sequência.
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