Lançado no dia 16 de julho, após 4 longos anos desde a sua revelação, Gestalt Steam & Cinder é o novo título da Fireshine Games e já pode ser considerado um grande metroidvania entre os expoentes da nova geração.
Gráficos
Gestalt é um game de gênero steampunk. A cidade principal, as vestimentas e as armas são todas baseadas na estética de uma era vitoriana onde a tecnologia evoluiu através do vapor e do fogo – ao invés de energia.
O seu gráfico em pixel art trabalha muito bem todos esses aspectos. É extremamente detalhado e muito fluido em movimentos. Todo o game design define bem que tudo está onde deveria estar. Durante a aventura, você se vê em locais grandes, lotados de metal e chamas. Parece que a vida está toda tomada por engrenagens e vapor, mas, ainda assim, você se sente convidado a continuar seguindo o caminho e descobrindo cada vez mais lindos ambientes.
Toda a atmosfera conversa com a excelente trilha sonora. A escolha de uma ópera clássica com elementos metálicos faz você sentir o peso daquele mundo abandonado em meio ao vapor e chamas. O único problema é que há uma certa repetição de músicas. Se você passar muito tempo na luta contra um chefe – ou em um certo mapa – que te der dificuldade, vai acabar enjoando.
História
A protagonista é Aletheia, uma guerreira muito respeitada e que desconhece a sua própria origem. Apesar disso, vive a sua aventura em uma cidade chamada Canaan – a cidade do vapor –, construída como a esperança da humanidade após uma longa guerra entre humanos e demônios. Os únicos sobreviventes da humanidade são os moradores da mesma.
O problema
Atualmente a cidade enfrenta investidas de um povo chamado “Akhaianos“, conflito que pode ser o estopim de uma grande guerra e fim da humanidade de Canaan. Por mais que haja a inimizade, os humanos foram os próprios criadores dos Akhaianos.
Durante a guerra, os humanos precisavam de uma alternativa para nivelar o jogo contra os demônios. Assim, em atitude desesperada, uma equipe de guerreiros bebem de um sangue demoníaco para ter o poder necessário, essa equipe passa a ser chamada de Akhaianos. Porém, com o tempo, os Akhaianos sucumbem ao poder demoníaco e se tornam também uma ameaça. Após serem derrotados por um único Akhaiano que manteve a mente sã, todos são expulsos da cidade.
É nesse contexto que vive Aletheia. Buscava distância de toda a briga entre Akhaianos, mas como em todo clássico roteiro baseado na Jornada do Herói, acaba por cair no centro de todo o conflito.
Considerações sobre a história
Apesar de ser um game curto, a sua história é bem detalhada e você vai entendendo os encaixes do quebra-cabeça enquanto joga e conversa com os personagens. A todo momento em que passa de uma fase importante, a sua jornada é interrompida por um diálogo sobre o contexto político e sobre o conflito que ronda a sua aventura.
Por mais que a escolha desse tipo de cutscene seja de bom grado, há uma quebra muito forte de expectativa. Você fica na dualidade do que está acontecendo com a sua personagem e com o exterior, não consegue se conectar de uma forma tão imersiva com nenhuma das duas linhas de história e muito menos com os personagens. Durante o game, me vi diversas vezes pulando diálogos do contexto político para voltar logo à ação.
Entre diálogos e ações
Creio que essa atitude de pular diálogos seja algo perdoável quando se vê o game em ação. Os puzzles, parkour, movimentação pelo mapa e lutas estão todos muito bem lapidados, principalmente tudo o que envolve o combate. No início há apenas algumas habilidades para serem usadas, mas com o passar do tempo e dos níveis você pode usar os pontos coletados para construir a sua própria árvore de habilidades. Além disso, pode equipar itens que melhoram seu HP, ataque e oportunidades de encontrar colecionáveis.
Tudo isso é bem equilibrado de uma forma que, até o final do game, você é quem vai definir a importância de cada um para a sua gameplay. Por exemplo: sou um gamer paranoico e me preocupo bastante com o meu HP. Todas as minhas habilidades e itens foram definidos para esse propósito: me manter com uma vida segura em qualquer um dos embates.
Personagens e habilidades
A personagem pode empunhar uma espada e um revólver. Cada um deles possui a sua linha de habilidades na árvore. Alguns inimigos são mais fáceis de serem vencidos no “mano a mano” com a sua espada.
Entretanto, outros já se tornam mais difíceis por usarem escudos e proteções. Assim, você precisa utilizar do revólver com uma opção de tiro de energia para quebrar o escudo e poder atacar. Mais uma vez, no meu caso, a opção que mais upei foi o revólver. Acabei a gameplay com muito mais dano de tiro do que espada, por ser mais fácil de finalizar inimigos de longe e antecipar ataques.
As suas escolhas de habilidades vão ditar a sua facilidade contra os inimigos e chefes. Não há nada muito difícil nos embates finais. Você vai acabar perdendo uma ou duas vezes até pegar com maestria cada ataque do seu inimigo e, assim, antecipá-los. Como falei, nesses casos, o que me deu mas facilidade foi o uso do revólver para quebrar escudos e causar dano em uma certa distância segura. Ainda assim, precisei de foco e tempo para vencer os boss que aguardam a protagonista no final de cada fase.
Gestalt Steam & Cinder vale a pena?
Gestalt Steam & Cinder é uma boa surpresa para o gênero. São cerca de 8 horas de game em que você vai ficar encantado com a excelente pixelart e ambientação. O game, por mais que não possua uma história muito imersiva, consegue te prender em lutas e movimentações pelo mapa. Os chefes, como dita a regra, se tornam mais difíceis com o passar do tempo e o seu desafio traz uma boa resposta com aquela sensação de “vitória”
O game ainda não está disponível para consoles, mas você pode conferir essa bela aventura no PC através da plataforma Steam.
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