Há alguns anos, a Ubisoft foi alvo de pesadas críticas devido aos seus trailers e apresentações de eventos, que muitas vezes se diferenciavam demais do produto final. Com a pressão, a empresa adotou uma postura mais conservadora em relação à divulgação de seus jogos.
Agora, em 2024, ainda vemos empresas adotando a prática da “velha Ubisoft” para mascarar a real qualidade de seus produtos. Esse parece ser o caso de Unknown 9: Awakening, que, apesar dos belíssimos trailers e do marketing em torno da atriz Anya Chalotra, decepciona na entrega final.
Unknown 9: Awakening e sua narrativa confusa
Apesar de confusa e de deixar o jogador sem entender exatamente o que está acontecendo na maior parte do tempo, a narrativa é, sem dúvida, o ponto alto de Unknown 9: Awakening.
A história acompanha Haroona (interpretada por Anya Chalotra), membro de um grupo chamado Quaestors. Esses guerreiros são conhecidos por sua habilidade de acessar o mundo Umbral, o mundo espiritual.
Haroona tem como mentora Reika, que, no início do jogo — um tanto confuso, diga-se de passagem — nos ensina as habilidades de transição entre o mundo “normal” e o Umbral, funcionando como uma espécie de tutorial.
No entanto, Reika é capturada e morta pelo grande vilão Vincent Litcher. A partir daí, Unknown 9: Awakening realmente começa, com Haroona embarcando em uma jornada de vingança. Para alcançar esse objetivo, a protagonista deve aprimorar suas habilidades, forjar alianças e enfraquecer Vincent e seu poderoso exército.
Apesar de a história seguir uma fórmula clássica, o desenvolvimento de Haroona e dos outros personagens ao longo da jornada é bem trabalhado.
A jogabilidade decepciona…
Após a boa impressão da narrativa, a qualidade de Unknown 9: Awakening cai vertiginosamente. A começar pela jogabilidade, que, em vez de proporcionar diversão, muitas vezes se torna frustrante devido à sua execução pobre.
A movimentação da personagem é até satisfatória, com fluidez e naturalidade. Por outro lado, o combate é problemático em vários aspectos. A mira trava em apenas um inimigo, e a câmera se posiciona de forma inadequada, o que dificulta a experiência de combate. Além disso, a execução dos golpes é imprecisa, o que leva a uma sensação irritante de acerto no vazio.
Não há variações de combos ou tipos de ataque; temos apenas um botão que precisamos apertar repetidamente, na expectativa de acertar um golpe e avançar.
Gráficos e bugs decepcionantes
Além dos problemas no combate, os gráficos de Unknown 9: Awakening estão longe do padrão esperado para a nova geração. Talvez, com esforço, fossem aceitáveis na época do PS3/X360. É surpreendente que a Bandai Namco tenha permitido o lançamento de um jogo com visual tão inacabado.
As expressões faciais nas cutscenes são pouco convincentes e ainda prejudicadas por frequentes bugs. Algumas cenas cinematográficas chegam a exibir uma taxa de quadros tão baixa que parece estar a 10 FPS.
Os bugs variam desde objetos bloqueando caminhos sem motivo aparente até personagens atravessando paredes. Em alguns momentos, o áudio desaparece nas cutscenes, restando apenas as legendas. Há também falhas recorrentes no diário de Haroona, exigindo que o jogo seja reiniciado para que possa ser consultado.
A otimização de Unknown 9: Awakening é um problema não apenas para PCs, mas também nos consoles. Mesmo em climas amenos, o PlayStation 5 exibia mensagens de superaquecimento enquanto rodava o jogo. Embora o console não desligue, o esforço para manter o jogo em funcionamento é evidente.
A trilha sonora também não se destaca. Em vez de trazer músicas memoráveis e impactantes, a trilha se mostra ausente e facilmente esquecível, o que é lamentável, considerando a ambientação que poderia ter sido bem explorada musicalmente.
Ambientação ofuscada por problemas gráficos
Unknown 9: Awakening apresenta uma variedade interessante de ambientes, desde florestas a cidades e castelos antigos. No entanto, os problemas gráficos acabam comprometendo essa beleza.
Por outro lado, é positivo que o jogo aposte em cenários lineares, em vez de se tornar mais um mundo aberto vazio e sem vida.
Conclusão
Unknown 9: Awakening é mais um título que se junta à lista polêmica da Sweet Baby Inc., que tem gerado controvérsias na comunidade gamer pela qualidade dos jogos em que a empresa está envolvida.
Independentemente das polêmicas, o jogo oferece apenas uma narrativa que, mesmo interessante, é confusa. Todo o resto parece um grande desperdício, deixando a impressão de um produto visualmente inacabado e sem identidade própria.
Obs: Está análise foi realizada com código enviado pela Bandai Namco.
Outras reviews:
Você merecia um prêmio por terminar esta BOMBA!