Spirit Mancer, o aguardado título da Dear Villagers, finalmente chegou para conquistar os jogadores com uma proposta ousada: um híbrido de hack & slash e construção de baralhos. Mesmo sendo uma estreia no mercado, o jogo já acumula seis prêmios no Play Prime Awards, o que atesta sua qualidade e inovação.
Essa não é uma surpresa para quem se aventurou no universo de Spirit Mancer. O jogo consegue equilibrar modernidade com nostalgia, trazendo à tona referências sutis que ressoam diretamente no subconsciente do jogador. A combinação de uma jogabilidade envolvente, uma narrativa cativante e a atenção meticulosa aos detalhes resulta em uma experiência que, sem dúvida, se consagra como uma das grandes surpresas do ano.
Jogabilidade
Em Spirit Mancer o protagonista é um caçador de demônios que precisa voltar para o próprio mundo. Você e mais um amigo (modo coop local) – ou sozinho – precisa enfrentar diversos inimigos e usar seus poderes contra eles próprios.
Com um combate mais pé no chão como um plataformer antigo, o game mistura gêneros ao trazer a tática de escolha de baralhos. A cada checkpoint o jogador pode escolher qual carta utilizar na próxima rodada. Sendo assim, o seu deck é o que vai definir a dificuldade de cada embate. Você tem um número máximo de cartas que é definido e balanceado de acordo com o nível de poder do deck. Cada carta é consumida durante o uso, sendo recuperada apenas em checkpoints.
Caso não tenha mais cartas no meio da rodada, o jogador pode nocautear um monstro e capturá-lo para o seu uso, à lá Pokémon. Após salvar, a carta estará no seu menu de escolha de deck. São mais de 100 inimigos para enfrentar e capturar para uso posterior.
Além disso, para não ficar dependendo apenas de cartas, podemos encontrar diversas armas em cantos do mapa. Essas possuem munição finita, mas o personagem carrega consigo uma pistola com balas infinitas que ajudam bastante durante a gameplay.
Nem tudo é perfeito
Por mais que tenha um ótimo combate, Spirit Mancer peca ao tornar o game tão fácil. Escolhendo corretamente qual deck usar, não há dificuldade alguma durante a rodada. Entretanto, se você for utilizar um controle para jogar no PC, eis aqui um problema: o game não entende dois botões ao mesmo tempo. Então, se você for pular, pula sempre no mesmo lugar. Se for atirar, atira apenas em uma direção, sem opção de mirar.
Demorei até entender que isso era problema do jogo e não do meu controle. Fiquei incomodado de jogar no teclado um game que claramente teve uma construção de botões baseada em controles.
A carta coringa
Em Spirit Mancer, a arte pixelada se encontra com a ação de forma surpreendentemente equilibrada, criando uma experiência visual e interativa de encher os olhos. Logo nos primeiros momentos, a frustração inicial com o controle é suavizada pela satisfação de acompanhar suas cutscenes, que são verdadeiras obras de arte. A narrativa se desdobra através de quadrinhos de diálogos e animadas sequências em pixels, revelando uma dedicação clara por parte dos desenvolvedores. É impossível não perceber o carinho colocado em cada detalhe da produção, o que torna a experiência ainda mais rica.
Porém, o verdadeiro tesouro de Spirit Mancer não está apenas em sua jogabilidade, animação ou diversidade, mas no zelo com que cada aspecto do jogo foi tratado. A sensação que fica é de que o título foi desenvolvido com uma atenção especial, como se fosse o “filho primogênito” da publicadora. Esse cuidado não só justifica os prêmios conquistados, mas também proporciona uma experiência de jogo imersiva e memorável.
Disponível para PC (Steam), Playstation 5 e Nintendo Switch, Spirit Mancer é uma daquelas surpresas que valem ser vividas. A Conecta Geek agradece o envio da chave para a produção desta review.
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