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Oscar | Votantes da Academia estariam fingindo assistir filmes indicados, diz revista

A nova regra anunciada pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, responsável pelo Oscar, exigindo que os membros assistam a todos os filmes de uma categoria e preencham formulários verificando quando e onde assistiram, para votar, está sendo bem recebida pela comunidade e trouxe a tona um problema que a nova medida está tentando combater: alguns votantes estariam fingindo assistir aos títulos indicados.

Segundo uma reportagem de Variety, fontes afirmam que alguns membros, principalmente nos setores Executivo e de Marketing e RP, simplesmente apertam o play no aplicativo da Academia para atender ao requisito de visualização do sistema — e depois silenciam o áudio ou trocam de abas.

A nova regra está sendo chamada de “Regra ‘Brutalista'”, uma referência a produção de mais de 3 horas de Brady Corbet, que está sendo apontada como prova do que a Academia espera consertar. O filme da A24 recebeu 10 indicações e três vitórias na última temporada — mesmo com alguns eleitores admitindo, em particular, que nunca apertaram o play ou o terminaram, ou simplesmente ficou tocando em segundo plano enquanto respondiam e-mails e chamadas.

“Isso já deveria ter sido feito há muito tempo”, disse um produtor à revista sobre a exigência da Academia para os votantes do Oscar. Ao longo da história da premiação, assistir a todos os filmes indicados nunca foi obrigatório. É comum que os membros votem baseados na repercussão dos indicados na imprensa, ou em opiniões de amigos e familiares. Por conta disso, mudanças vem sendo pedidas há anos.

Um executivo da divisão de marketing da Academia relembrou momentos nas décadas de 1980 e 1990 em que seu chefe entregava uma cédula em branco para o Oscar e dizia: “Você já viu mais do que eu. Preencha isso.” As cédulas eram enviadas pelo correio e, às vezes, preenchidas por assistentes ou até mesmo pelos filhos adultos dos eleitores. “Ele nunca tinha ouvido falar de metade dos filmes, mas votou mesmo assim”, diz um executivo, lembrando-se dos chefes de estúdio durante a era de ouro de Hollywood.

Apesar de estar sendo bem recebida pelos votantes, alguns questionam se a nova regra terá mesmo força para criar um sistema mais equitativo — onde as preciosidades menores não se percam em meio a campanhas mais barulhentas e bem financiadas, ou se a exigência levará apenas a novas maneiras de burlar o sistema.

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